quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Heróis do Evangelho poucos conhecidos,

Heróis do Evangelho Pouco Conhecidos

“Levem os fardos pesados uns dos outros e, assim, cumpram a lei de Cristo. Se alguém se considera alguma coisa, não sendo nada, engana-se a si mesmo. Cada um examine os próprios atos, e então poderá orgulhar-se de si mesmo, sem se comparar com ninguém” (Gl 6.2-4, NVI).
A Igreja é designada de corpo de Cristo. Esse corpo é formado por muitos membros. Cada um tem sua função. Por isso, cada membro é importante. Somente no nosso inter-relacionamento funcionamos plenamente. Se um membro cai, todo o corpo fica deficiente. O corpo de Cristo somente funciona com excelência quando todos os membros cooperam uns com os outros.
O livro de Atos dos Apóstolos é a história dos grandes feitos dos apóstolos. Mas, lado a lado com esses homens famosos houve muitos outros heróis anônimos, homens e mulheres pouco conhecidos, que trabalharam nos bastidores e quase não foram notados.

Os cinco diáconos sem nome: trabalho nos bastidores

“Mas, irmãos, escolhei dentre vós sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria, aos quais encarregaremos deste serviço; e, quanto a nós, nos consagraremos à oração e ao ministério da palavra. O parecer agradou a toda a comunidade; e elegeram Estêvão, homem cheio de fé e do Espírito Santo, Filipe, Prócoro, Nicanor, Timão, Pármenas e Nicolau, prosélito de Antioquia” (At 6.3-5).
Todos nós conhecemos Estêvão e Filipe. Mas havia mais cinco diáconos que realizaram um trabalho igualmente importante para a igreja primitiva. Seu ministério diaconal amoroso e prático liberou os apóstolos de diversas tarefas, permitindo que cumprissem com sua incumbência de pregar o Evangelho. O trabalho desses homens quase não era percebido, mas tinha grande importância para o funcionamento do corpo de Cristo. O mesmo se dá com aqueles apóstolos que não são mencionados outras vezes no decorrer do avanço do Evangelho (por exemplo: Tomé, André, Filipe, Simão, o Zelote, Judas, filho de Tiago, Bartolomeu, Tiago, filho de Alfeu, etc.). O Senhor Jesus havia declarado acerca de todos os Seus discípulos: “É por eles que eu rogo; não rogo pelo mundo, mas por aqueles que me deste, porque são teus; ora, todas as minhas coisas são tuas, e as tuas coisas são minhas; e, neles, eu sou glorificado. Já não estou no mundo, mas eles continuam no mundo, ao passo que eu vou para junto de ti. Pai santo, guarda-os em teu nome, que me deste, para que eles sejam um, assim como nós” (Jo 17.9-11).
Querido leitor, querida leitora, mesmo que você não pregue, o trabalho que você faz nos bastidores é importante quando contribui para propagar o Evangelho que outros pregam!

Ananias: obediência nas coisas pequenas

Mesmo que você não pregue, o trabalho que você faz nos bastidores é importante quando contribui para propagar o Evangelho que outros pregam!
“Ora, havia em Damasco um discípulo chamado Ananias. Disse-lhe o Senhor numa visão: Ananias! Ao que respondeu: Eis-me aqui, Senhor! Então, o Senhor lhe ordenou: Dispõe-te, e vai à rua que se chama Direita, e, na casa de Judas, procura por Saulo, apelidado de Tarso; pois ele está orando e viu entrar um homem, chamado Ananias, e impor-lhe as mãos, para que recuperasse a vista” (At 9.10-12).
Ananias não se tornou uma personalidade conhecida como Paulo, Pedro ou Tiago. Mas, por sua obediência, ele foi a chave que o Senhor usou para introduzir Saulo (Paulo) na obra do Senhor.
É justamente a obediência nas pequenas coisas que faz com que a obra do Senhor cresça e se torne grandiosa.

Lídia: o valor da hospitalidade

“Depois de (Lídia) ser batizada, ela e toda a sua casa, nos rogou, dizendo: Se julgais que eu sou fiel ao Senhor, entrai em minha casa e aí ficai. E nos constrangeu a isso... Tendo-se (eles) retirado do cárcere, dirigiram-se para a casa de Lídia e, vendo os irmãos, os confortaram. Então, partiram” (At 16.15,40).
Lídia se converteu, e logo abriu sua casa para Paulo e seus cooperadores. Ali, na sua casa, eles encontravam repouso e restauração. A partir dela, muitas pessoas vieram a se tornar cristãs e ali Filipe fundou uma igreja. A hospitalidade tem valor inestimável, assim como o encorajamento mútuo. Irmãos em Cristo têm seus fardos aliviados com essas práticas cristãs.

Jasom: empenho altruísta

“Os judeus, porém, movidos de inveja, trazendo consigo alguns homens maus dentre a malandragem, ajuntando a turba, alvoroçaram a cidade e, assaltando a casa de Jasom, procuravam trazê-los para o meio do povo. Porém, não os encontrando, arrastaram Jasom e alguns irmãos perante as autoridades, clamando: Estes que têm transtornado o mundo chegaram também aqui, os quais Jasom hospedou. Todos estes procederam contra os decretos de César, afirmando ser Jesus outro rei. Tanto a multidão como as autoridades ficaram agitadas ao ouvirem estas palavras; contudo, soltaram Jasom e os mais, após terem recebido deles a fiança estipulada” (At 17.5-9).
“Jasom os hospedou” é uma boa acusação, não é mesmo? Ele pôs sua vida em jogo por causa do Evangelho, sem discursos poderosos, mas simplesmente colocando sua casa à disposição dos judeus que haviam se tornado crentes em Jesus. O que arriscamos por Jesus?

O sobrinho de Paulo: coragem exemplar

“Na noite seguinte, o Senhor, pondo-se ao lado dele (de Paulo), disse: Coragem! Pois do modo por que deste testemunho a meu respeito em Jerusalém, assim importa que também o faças em Roma. Quando amanheceu, os judeus se reuniram e, sob anátema, juraram que não haviam de comer, nem beber, enquanto não matassem Paulo. Mas o filho da irmã de Paulo, tendo ouvido a trama, foi, entrou na fortaleza e de tudo avisou a Paulo” (At 23.11-12,16).
O Senhor pode usar qualquer pessoa, independentemente de sua idade, crentes jovens ou velhos, mas obedientes e destemidos.
O nome desse sobrinho de Paulo não é citado no texto bíblico. Presume-se que Paulo foi expulso de sua família quando se converteu a Jesus (veja Fp 3.8). Mas esse sobrinho, de alguma forma, tinha simpatia por Paulo. Familiares podiam visitar prisioneiros que tivessem a cidadania romana (At 24.23), e o sobrinho fez uso desse privilégio. Deus poderia simplesmente ter arrebatado Paulo, assim como fez com Filipe (At 8.39). Porém, Ele não o fez, para mostrar como é importante nossa cooperação na realização da Sua vontade. Deus poderia ter enviado um anjo, mas usou o sobrinho de Paulo para salvar a vida do apóstolo. Esse jovem teve a coragem de revelar um plano assassino. O Senhor pode usar qualquer pessoa, independentemente de sua idade, crentes jovens ou velhos, mas obedientes e destemidos. O jovem que ajudou Paulo foi corajoso por não seguir com a massa e não compartilhar da opinião da maioria.

Júlio: interferência resoluta

“Quando foi decidido que navegássemos para a Itália, entregaram Paulo e alguns outros presos a um centurião chamado Júlio, da Coorte imperial. O parecer dos soldados era que matassem os presos, para que nenhum deles, nadando, fugisse; mas o centurião, querendo salvar a Paulo, impediu-os de o fazer; e ordenou que os que soubessem nadar fossem os primeiros a lançar-se ao mar e alcançar a terra” (At 27.1,42-43).
O centurião Júlio salvou a vida de Paulo quando outros soldados queriam matá-lo. Com isso, o Evangelho chegou a seu destino, a Roma. Você, ao se empenhar com resolução e coragem, também contribui para que o Evangelho seja difundido, independentemente de seu empenho ser reconhecido por todos ou ocorrer de forma mais escondida. Seja uma pessoa que não concorda com tudo o que o ambiente lhe sussura aos ouvidos, mas faça aquilo que o Espírito Santo o constranger a fazer.

Você é importante!

“Deus pôde usar um perseguidor como Paulo... Usou um colérico como Martim Lutero e um melancólico como John Wesley... e uma tetraplégica como Joni Eareckson Tada”.[1]
Deus pôde usar uma tetraplégica como Joni Eareckson Tada.
O corpo humano tem muitos órgãos, mas só quando todos eles operam em conjunto é que formam o corpo. O corpo de Cristo também funciona assim. Os crentes devem evitar dois erros muito comuns: (1) ter orgulho de suas capacidades ou (2) achar que não têm nada a oferecer à comunhão dos cristãos. Ao invés de nos compararmos uns com os outros, deveríamos usar os diferentes dons que Deus nos deu para espalhar a boa mensagem do Evangelho... Paulo, ao usar o corpo como analogia, salienta a importância de cada membro da Igreja. Quando uma parte aparentemente sem importância deixa de funcionar, o corpo todo fica menos eficiente. Considerar o próprio dom mais importante que o dom de outro é sinal de orgulho espiritual. Não devemos menosprezar aqueles que parecem menos importantes, e não devemos invejar aqueles que possuem dons mais vistosos. Ao invés disso, deveríamos usar os dons que nos foram dados para animar outros cristãos a também usarem as capacidades que Deus lhes concedeu. Quando não fazemos isso, a comunhão dos crentes é menos eficiente. (comentário da edição alemã da Bíblia “Neues Leben”)
Jovem ou idoso, com mais dons ou menos dons, em público ou nos bastidores: você é importante! (Norbert Lieth - http://www.chamada.com.br)
Notas:
1. 50 Bibelworte die die Welt veränderten, Brockhaus, p.156.

Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, maio de 2009.

Revista mensal que trata de vida cristã, defesa da fé, profecias, acontecimentos mundiais e muito mais. Veja como a Bíblia descreveu no passado o mundo em que vivemos hoje, e o de amanhã também.

domingo, 21 de agosto de 2011

Alguém pode me Convencer?

Revista Veja

Alguém trocaria 16 hospitais por um estádio de futebol?

Os 39 vereadores que aprovaram o incentivo fiscal ao Itaquerão argumentam que “toda a Zona Leste vai ganhar com a obra”

Branca Nunes
Terreno onde será construído o Estádio do Corinthians, mais conhecido como Itaquerão, São Paulo (SP) Terreno onde será construído o Estádio do Corinthians, mais conhecido como Itaquerão, São Paulo (SP) (Fernando Cavalcanti)
Embora céticos, os moradores de Itaquera – a grande maioria formada por corintianos militantes – tentam acreditar que o poder público não vai desperdiçar mais essa oportunidade de investir numa área da periferia da cidade
Poderiam ser 400 unidades de educação infantil, 100 escolas técnicas, mais de 40 quilômetros de corredores de ônibus, 16 hospitais bem equipados, 1.400 pistas profissionais de atletismo, 820 aparelhos de Raio X de última geração, ou 10.500 casas populares. Será um estádio de futebol.
Depois de passarem meses garantindo que não haveria um centavo de dinheiro público em estádios para a Copa do Mundo de 2014, foi essa a decisão do prefeito e do governador de São Paulo. Juntos, resolveram brindar a Odebrecht e o Corinthians com 510 milhões de reais. Como o custo total da obra é estimado em 890 milhões de reais, cada uma das 68 mil cadeiras do Itaquerão (como é conhecido o estádio do Corinthians) custará 13.088,23 reais.
Há 32 anos, Anilton Darci Ribeiro nasceu em Itaquera. A casa onde mora com a mulher e o filho, a dois quilômetros do local do futuro estádio, tem dois quartos, cozinha, sala, banheiro, área de serviço e um riacho de esgoto a céu aberto que corre no quintal. A prefeitura alega que não tem dinheiro para a canalização.
Há 16 anos, Diana do Nascimento chegou do Ceará e instalou-se na Favela da Paz, ocupada por 400 famílias a menos de um quilômetro do estádio. Ali, as casas são de papelão, as instalações elétricas são clandestinas e o crack extermina um adolescente por semana. No projeto do Polo Institucional Itaquera, plano urbanístico que teve suas diretrizes aprovadas em agosto de 2008, está previsto que o Parque Linear Rio Verde será construído dentro do terreno onde hoje está a casa de Diana. Ela nunca ouviu falar disso. Tampouco recebeu a visita de um agente de saúde, de um assistente social, nem de funcionários do governo. O que mais queria era a instalação de um semáforo na Avenida Miguel Inácio Curi para que seus filhos chegassem à escola com segurança. Há um mês, pintaram uma faixa de pedestres que os carros insistem em não respeitar.
Francisco Carlos da Silva treina mais de 50 crianças na pista de 200 metros que pintou no asfalto da Rua Nicolino Mastrocola, em Itaquera
Francisco Carlos da Silva treina mais de 50 crianças na pista de 200 metros que pintou na Rua Nicolino Mastrocola, em Itaquera
Há 13 anos, Francisco Carlos da Silva fundou a Associação Esportiva e Cultural Kauê a 2,5 quilômetros do local onde está sendo erguido o Itaquerão. Na pista de corrida de 200 metros que pintou no asfalto da Rua Nicolino Mastrocola, mais de 50 crianças e adolescentes treinam às segundas, quartas e sextas-feiras. As terças e quintas são reservadas à terceira idade, que também tem aulas gratuitas de computação. Entre outros atletas descobertos por Fran – como gosta de ser chamado – está Rafael Soares Santeramo, o Galego, campeão brasileiro juvenil nos 1.500 metros. Galego é hoje atleta do Clube Pinheiros. Fran, sem ganhar 1 real, continua garimpando “talentos da periferia” e sonhando com uma pista de atletismo. “Não precisa ser profissional”, faz questão de avisar desde que a Secretaria Municipal de Esportes resolveu orçar o sonho de Fran em 300.000 reais. Ele tem certeza era possível fazer por menos, mas ninguém da prefeitura voltou para discutir o assunto.
Dos 890 milhões de reais destinados à construção da arena, 400 milhões de reais serão emprestados pelo BNDES, com juros subsidiados. Outros 420 milhões de reais virão da prefeitura e, 70 milhões de reais, serão destinados pelo governo do estado a uma arquibancada móvel de 20 mil lugares, que permitirá ao Itaquerão comportar um público de 68 mil pessoas – como exige a FIFA para estádios que almejam sediar a abertura da Copa. Embora maquiados por nomes como “Certificados de Incentivo ao Desenvolvimento” e “isenção fiscal”, toda essa bolada tem a mesma fonte: o dinheiro público.
As contrapartidas - O principal argumento dos 39 vereadores que aprovaram o donativo ao Itaquerão é que “toda a Zona Leste vai ganhar com o estádio”. Os 15 contrários ao Projeto de Lei 288/2011 têm dúvidas a respeito. “Em 2004, aprovamos o Programa de Desenvolvimento Econômico da Zona Leste e ele ainda não saiu do papel”, lembra Cláudio Fonseca, líder do PPS na Câmara Municipal. “Não aceito que o dinheiro público seja investido em um empreendimento exclusivamente privado. Nada garante que esses 420 milhões de reais resultarão em incentivos para aquela região. Com esse dinheiro, seria possível construir, por exemplo, mais de 400 creches que atenderiam cerca de 200 crianças cada uma”.
Em troca de um estádio de quase 1 bilhão de reais, o Corinthians terá que investir 12 milhões de reais em programas sociais na região. De acordo com uma nota da prefeitura, “a Secretaria Municipal de Planejamento ainda está definindo como este investimento será utilizado e quais secretarias ou entidades serão beneficiadas”. O clube poderá concluir um terço dessas ações até seis meses depois da Copa de 2014. As demais, até 2019.
Não há nenhuma grande exigência para a Odebrecht. O único compromisso da empresa é arcar com 1% do valor das obras mitigadoras de impacto no trânsito que será gerado pelo estádio.
Anilton Darci Ribeiro e Adriana de Aro Lima, moradores de Itaquera
Anilton Darci Ribeiro e Adriana de Aro Lima, moradores de Itaquera, ao lado do riacho de esgoto que corre no quintal da casa onde moram
Os possíveis investimentos - Em compensação, o prefeito e o governador de São Paulo prometeram tornar reais o Programa de Desenvolvimento da Zona Leste, que existe desde 2004, e o Polo Institucional de Itaquera, no papel desde 2008. O primeiro prevê, entre outras obras, novas alças de ligação no cruzamento das avenidas Jacu Pêssego com a Nova Radial; uma nova avenida de ligação Norte-Sul, no trecho entre a Avenida Itaquera e a Nova Radial; uma avenida articulando a ligação Norte-Sul com a Avenida Miguel Inácio Curi; e a adequação viária no cruzamento das avenidas Miguel Inácio Curi e Engenheiro Adervan Machado. Ao todo, governo e prefeitura planejam investir 478,2 milhões de reais no programa, sendo 345,9 milhões do estado e 132,3 milhões do município.
Hoje, a Radial Leste, principal acesso à Itaquera, é a quarta via mais movimentada de São Paulo no período da manhã, e a campeã de lentidão durante a tarde. Pela estação Corinthians-Itaquera do metrô, a quarta mais movimentada da capital, passam 200 mil pessoas por dia. Para a Copa do Mundo, está previsto, de acordo com o governo, “o aumento da capacidade e a modernização da infraestrutura existente” do metrô e dos trens da CPTM que abastecem a região.
O Polo Institucional lista, entre outros projetos, a construção de novas Fatecs, um terminal rodoviário, um parque tecnológico, um centro de convenções e eventos, um novo batalhão da Polícia Militar e uma unidade da entidade filantrópica Obra Social Dom Bosco. Também estão previstas a ampliação do Fórum Judiciário, a instalação de uma unidade do Senai e a criação do Parque Linear Rio Verde, uma gigantesca área de lazer que interligará o Rio Verde ao Parque do Carmo.
Levi Bianco/News Free/Folhapress
Parque do Carmo, Itaquera
Parque do Carmo, Itaquera
Com quase meio milhão de habitantes, Itaquera é um dos poucos bairros paulistanos que ainda contam com dezenas de metros quadrados de áreas verdes desocupadas. “É uma oportunidade única para se pensar um ambiente aprazível não só para os dias de jogos”, observa o arquiteto e urbanista Kazuo Nakano, do Instituto Pólis. “É preciso pensar o estádio inserido dentro do bairro e não como uma coisa isolada. As áreas vazias possibilitam um planejamento do entorno”. Nakano chama a atenção para a importância da instalação de parques, centros culturais, e restaurantes. “Com isso, quem sabe alguém não se interessa em construir ali um centro de convenções”, anima-se. “Normalmente temos o planejamento, sem a previsão concreta de investimentos. Agora, pela primeira vez, temos o dinheiro antes de tudo. Não podemos desperdiçar a oportunidade de um bom planejamento”.
Nos mais de 55 quilômetros quadrados de Itaquera existem hoje 10 Assistências Médicas Ambulatorias (AMAs), um hospital municipal, cinco escolas municipais de ensino fundamental, dois parques, 11 escolas municipais de educação infantil e 23 Unidades de Básicas de Saúde (UBS). Pode não ser pouco, mas está muito longe do ideal. “Itaquera ainda é um bairro dormitório”, diz Francisco Carlos da Silva, nascido e criado na Zona Leste. “Temos carências nas áreas de saúde, educação, transporte. Vivem falando da cracolândia da região central de São Paulo. Temos 20 pequenas cracolândias por aqui”.
Na mira da Justiça - A forma como foi feita a negociação entre o poder público, a Odebrecht e o Corinthians, gerou duas ações no Ministério Público de São Paulo. A primeira investiga se, ao conceder isenção fiscal de R$ 420 milhões de reais para a construção de um estádio privado, a prefeitura estaria cometendo improbidade administrativa. A segunda está sendo analisada pelo promotor de Habitação e Urbanismo José Carlos de Freitas. Ele quer saber quais os reais impactos sociais que a construção vai causar na região e descobrir por que a Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental (Cetesb) concedeu licença ambiental à obra sem exigir, segundo o promotor, “um profundo estudo de impacto ambiental”.
“É preciso saber qual o impacto social para a população de baixa renda”, argumenta Freitas. “Ninguém disse quantas casas serão desapropriadas, nem para onde essas pessoas serão removidas”.
Quanto à questão ambiental, a prefeitura afirmou, por meio de nota, que a primeira etapa do processo – o Relatório de Impacto de Vizinhança (RIVI) – foi aprovada pelos técnicos responsáveis da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente e da Câmara Técnica do Conselho Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. Até a semana passada, a Cetesb não havia mandado para o Ministério Público a documentação pedida. Freitas avisa que a investigação não tem prazo para terminar.
A população - Embora céticos, os moradores de Itaquera – a grande maioria formada por corintianos militantes – tentam acreditar que o poder público não vai desperdiçar mais essa oportunidade de investir numa área da periferia da cidade. O poder público quer manter essa confiança. Segundo o município, entre as benesses imediatamente ligadas à arena estão a criação de 700 empregos – 200 permanentes e 500 nos dias de jogos e eventos –, a valorização do mercado imobiliário, e a geração de receita de 442 milhões de reais até 2014 ligada a eventos esportivos.
Pelo menos a especulação imobiliária já começou. Cláudia Santorsula, corretora da Renascer, uma das imobiliárias mais antigas de Itaquera, conta que os apartamentos da Cohab – localizados bem ao lado de onde será erguido o estádio –, antes vendidos a 95.000 reais, agora estão custando 135.000 reais. Casas em condomínios fechados avaliadas em 150.000 reais subiram para 230.000 reais. “O problema é que a renda da população ainda não acompanhou a valorização”, observa Cláudia. “Por isso as vendas diminuíram bastante nos últimos meses”.
Franklin Rusig, proprietário da imobiliária Rusig, confirma. “Houve um aumento de cerca de 30% no preço dos imóveis da região”, conta. “Mas a procura baixou. Muitos clientes também desistiram de vender seus terrenos, dizendo que preferem esperar a Copa do Mundo para ver se eles valorizarão ainda mais”.
O governo informou que, nos últimos anos, a Secretaria de Educação investiu 7 milhões de reais em programas de reformas e melhorias nas 23 escolas estaduais da região de Itaquera, e 2 milhões de reais – desde 2007 – na Escola Técnica do bairro. Também foram 38 milhões de reais entre verbas de custeio e folha salarial da USP Leste. A soma equivale a 11% do valor que será destinado a um estádio de futebol.
Toni Pires/Folhapress
Vista aérea do parque aquático do Sesc Itaquera, na zona leste de São Paulo
Vista aérea do parque aquático do Sesc Itaquera, na Zona Leste de São Paulo, uma das poucas opções de lazer da região

domingo, 14 de agosto de 2011

Uma resposta ao atéismo

Uma resposta ao ateísmo de Richard Dawkins
Pergunta: “O professor Richard Dawkins, de Oxford (Inglaterra), tem sido tão comentado ultimamente que resolvi ler seu livro, Deus, um Delírio.[1] Em um dos capítulos, ele contesta a precisão histórica dos quatro evangelhos, aponta muitas supostas contradições, diz até que os escritores dos evangelhos são desconhecidos e que “é quase certo que nunca conheceram Jesus pessoalmente”. No final, afirma que os evangelhos são uma ficção! Eu sou uma pessoa simples (Dawkins diria que sou “não-intelectual”) e não tenho nenhum problema em confiar em versos bíblicos como “Diz o insensato no seu coração: Não há Deus” e “Seja Deus verdadeiro, e mentiroso, todo homem”, mas me preocupo com muita gente que pode ter a fé abalada pelas mentiras de Dawkins. Essas pessoas precisam de comprovações para ajudá-las a ver a verdade. Será que vale a pena um cristão comum como eu, que tem apenas a Bíblia e um certificado de ensino médio, tentar se colocar contra esse ateu tão instruído?”.
Resposta: É claro que sim! Cristo afirmou: “Se vós permanecerdes na minha palavra [...] conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará” (João 8.31-32). Sua confiança não está depositada na instrução ou inteligência que recebeu. Lembre-se de como Davi repreendeu o exército de Israel que estava tremendo diante de Golias, com medo de partir para o confronto direto: “Quem é, pois, esse incircunciso filisteu, para afrontar os exércitos do Deus vivo?” (1 Samuel 17.26b). Ele não foi se aproximando do gigante devagar, repleto de admiração ou medo; ele foi correndo, cheio de ousadia e confiança. Quando os filisteus zombaram dele, Davi gritou: “Tu vens contra mim com espada, e com lança, e com escudo; eu, porém, vou contra ti em nome do Senhor dos Exércitos, o Deus dos exércitos de Israel, a quem tens afrontado. Hoje mesmo, o Senhor te entregará nas minhas mãos” (1 Samuel 17.45-46). Hoje em dia, estamos precisando dessa mesma confiança inabalável no Senhor!
Se você realmente conhece a Deus, conhece Sua Palavra e está andando com Ele, já tem tudo de que precisa para envergonhar Dawkins. Não se deixe intimidar por esse homem. Ele está blefando. Ele não é nenhum especialista na “precisão histórica” dos quatro evangelhos. Ele leu alguns críticos que partem do pressuposto de que a Bíblia não é o que afirma ser e então tentam provar isso.
Já foram escritos muitos livros que provam a historicidade da Bíblia e revelam claramente que as alegações de Dawkins contra a Palavra de Deus são mentiras. Eu mesmo já escrevi muito sobre as provas irrefutáveis da autenticidade da Bíblia. Mas vamos tentar aqui uma abordagem mais simples. Acompanhe meu raciocínio:
As alegações dos críticos que atacam a autoria da Bíblia são ridículas. Eles literalmente acusam a Bíblia de ser uma fraude intencional do princípio ao fim! Eles dizem, por exemplo, que Daniel não escreveu o livro que traz seu nome. Ele teria sido escrito séculos mais tarde, por um impostor. E que prova eles têm disso?
Eles estão convencidos de que milagres não acontecem, de modo que a história dos três hebreus andando no meio de uma fornalha ardente sem sequer chamuscar os cabelos não pode ser verdade. Daniel também não poderia ter sobrevivido numa cova de leões famintos; portanto essa história também é ficção. Essa é a “evidência” que os críticos apresentam. É claro que é justamente o que Dawkins está procurando, e ele a passa adiante como se tivesse comprovado pessoalmente tudo que os críticos disseram.
Já foram escritos muitos livros que provam a historicidade da Bíblia e revelam claramente que as alegações de Richard Dawkins contra a Palavra de Deus são mentiras.

O Livro de Daniel contém profecias precisas a respeito de eventos que a história registra e que ocorreram quatro séculos depois da época de Daniel. Mas os críticos não acreditam em profecia inspirada por Deus. Portanto, o que o Livro de Daniel diz sobre Antíoco Epifânio, por exemplo, não poderia ter sido escrito por alguém chamado Daniel, que viveu nos dias de Nabucodonosor, que foi testemunha ocular e participante dos acontecimentos narrados no livro que traz seu nome, e que recebeu de Deus as profecias ali registradas. “Daniel” tem que ser um impostor desconhecido que viveu 400 anos depois. O Livro de Daniel precisa ser desacreditado, ou seus leitores começarão a acreditar em profecia bíblica e milagres – e, conseqüentemente, em Deus. A única coisa que interessa a Dawkins é desacreditar a Bíblia; ele não quer a verdade que desmascararia seu ateísmo como a tolice que obviamente é.
O mesmo acontece com tudo o que está escrito na Bíblia, dizem os ateus. O nível de irracionalidade dessa afirmação é inacreditável. Ela equivale a dizer, por exemplo, que não existe um só autor honesto entre os escritores bíblicos; todos eles mentiram! Tudo é uma enorme fraude, do Gênesis ao Apocalipse. Os discípulos devem ter sido personagens fictícios; Jesus provavelmente nunca existiu; Paulo inventou um evangelho diferente do que Jesus pregou... e os absurdos se sucedem.
Para que uma fraude dessas proporções fosse tão bem coordenada, século após século, alguém tinha que estar supervisionando a construção da farsa! Ele teria que ser eterno e ter, pelo menos, acesso intermitente à mente humana. Quem poderia ser esse personagem?
As mentiras intencionais e a falsidade que os ateus atribuem aos homens que afirmaram ter sido inspirados por Deus para escrever as Escrituras não têm a menor credibilidade. Por outro lado, o que os escritores bíblicos dizem soa genuíno. Pedro jura solenemente: “Porque não vos demos a conhecer o poder e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo seguindo fábulas engenhosamente inventadas, mas nós mesmos fomos testemunhas oculares [...]” (2 Pedro 1.16). João diz: “O que era desde o princípio, o que temos ouvido, o que temos visto com os nossos próprios olhos, o que contemplamos, e as nossas mãos apalparam [...] anunciamos também a vós outros [...]” (1 João 1.1-3). E jura solenemente: “Este é o discípulo que dá testemunho a respeito destas coisas e que as escreveu; e sabemos que o seu testemunho é verdadeiro” (João 21.24). Os ateus insistem em dizer que isso foi escrito séculos mais tarde por um impostor fingindo ser João! Que motivo ele teria, e quem lhe pagou para fazer isso?
Lucas também testifica: “[...] muitos houve que empreenderam uma narração coordenada dos fatos que entre nós se realizaram, conforme nos transmitiram os que desde o princípio foram deles testemunhas oculares [...], igualmente a mim me pareceu bem, depois de acurada investigação de tudo desde sua origem, dar-te por escrito, excelentíssimo Teófilo, uma exposição em ordem, para que tenhas plena certeza das verdades em que foste instruído” (Lucas 1.1-4). Será que Lucas também está mentindo? É preciso mais fé para acreditar nessa ridícula teoria de conspiração do que para crer na verdade. Além disso, se todos esses homens mentiram e as profecias foram escritas depois dos fatos acontecidos, por que eles não escreveram as profecias de uma forma mais clara, como impostores certamente teriam feito? (Dave Hunt, The Berean Call - http://www.chamada.com.br)
Notas:
  1. Dawkins, Richard. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.

Publicado anteriormente na revista Chamada da Meia-Noite, janeiro de 2009.

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Leon Bloy

Simplesmente Belo, do Blog, Visão Pessoal.

Leon Bloy


"No mundo há dois tipos de pessoas. Aquelas boas que se acham ruins, e as ruins que se acham boas."

sábado, 6 de agosto de 2011

Os erros mais frequentes ao ler Paulo

Uma benção extraído, site torah viva. Israelitas do caminho. Adonai os abençõe, imensamente. Boa leitura á todos, que por aqui passarem!
Shalom!
Estes são os erros de interpretação mais freqüentes utilizados para justificar a não-observância da Torah:


“Não estamos debaixo da Lei. Estamos debaixo da graça...”
Foi demonstrando anteriormente neste estudo que “debaixo da Lei” não é “cumprindo a Torah”, mas sim debaixo da autoridade das “Mitsvot d’Rabanan” ou leis rabínicas.


“Gálatas 5 diz que se você guardar a Lei, então caiu da graça...
Para esta passagem ser entendida, temos de observar que em Gálatas a palavra “Lei” significa legalismo rabínico. Tal validação e resposta está inclusive em Gálatas 4:21:
“Dizei-me, os que quereis estar debaixo da observância legalista, não ouvis vós a Torah?”
(diferente da versão Almeida com “Dizei-me, os que quereis estar debaixo da lei, não ouvis vós a lei?”) e utilizando Lei de forma equivocada.


Os que caíram da graça são os que confiam na observância legalista para a salvação, por méritos, como estipulava a Escola de Shamai. Estes acreditavam que guardando a “Lei” com todos os acréscimos rabínicos, vão ser salvos.
Mesmo se acharem que podem ser salvos só guardando a Torah e sem a misericórdia do Eterno, já caíram da graça e o Messias já não vale mais nada para eles.
Declaram que não precisam do Messias, quando cumprem as leis da Torah e com seus méritos apenas. Por este modelo, não há necessidade de Yeshua nesta fórmula de méritos que os rabinos estipularam.


“Paulo ensina que a Torah foi abolida em Yeshua”
Se Paulo ensinasse um absurdo deste, Paulo estaria chamando Yeshua de mentiroso, pois Ele mesmo disse que não aboliria a Torah (Mateus 5:17):
“Não penseis que vim abolir a Torah ou os profetas; não vim para abolir, mas para torná-los plenos”.

“Yeshua pregou a Lei na cruz”
Temos em Efésios 2:14-15 diz na versão Almeida:
14 Porque ele é a nossa paz, o qual de ambos os povos fez um; e, derrubando a parede de separação que estava no meio,
15 Na sua carne desfez a inimizade, isto é, a lei dos mandamentos, que consistia em ordenanças, para criar em si mesmo dos dois um novo homem, fazendo a paz,
Esta é uma tradução tendenciosa e errônea de Efésios, que contradiz as Escrituras. A tradução mais literal e não-tendenciosa é encontrada na versão hebraico/aramaico:
“13 Mas agora, no Mashiach (Messias) Yeshua, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue do Mashiach chegastes perto.
14 Porque Ele é o nosso shalom, o qual de ambos os povos fez um; derrubando a parede de separação que estava no meio.
15 Pela sua carne, cumprindo a Torah através das mitsvot contidas em ordenanças, desfez a inimizade [do pecado], para criar, em sua essência, dos dois um novo homem, assim fazendo o shalom,
16 e pelo madeiro reconciliar ambos com Elohim em um só corpo, tendo por ela matado a inimizade;
O problema das traduções do grego e do aramaico é que em ambos os idiomas originais não tinham acentuação. Dependendo da forma como acentua, podem falar duas coisas opostas. Como uma escritura não pode contradizer a outra, a tradução no aramaico acima é a harmônica e não tendenciosa.
A inimizade que traz a separação não pode ser a própria Palavra do Eterno que é a Torah. A inimizade só pode ser o pecado. Se a inimizade fosse a “Lei”, era só o Eterno através de Yeshua dizer que a Torah esta extinta. Mas o que Yeshua fez foi dizer exatamente o oposto, pois o Eterno não iria dar uma Torah que impedisse o seu relacionamento do Eterno com seu povo.


“Estou debaixo da Lei do Messias, e não da Torah de Moshe”
Não existe uma “Lei do Messias” e outra de Moshe.
Tudo que o Messias disse, estabeleceu no chamado “Novo Testamento”, Ele também falou no Sinal. Ou alguém tem dúvida que foi o próprio Yeshua - enquanto Verbo - que deu a Torah no deserto?
O fato de que foi por intermédio do Messias que a Torah foi dada no Sinai, está inclusive no Targum Yonatan, que é uma tradução interpretativa da Torah feito por rabinos, para que as pessoas pudessem ter um entendimento melhor da Torah. E o Targum é muito interessante, pois ajuda a entender como nos tempos de Yeshua a bíblia era compreendida:
“E o Memra (Palavra ou Verbo) de HaShem (Eterno) falou todas essas palavras gloriosas...” (Targum Yonatan, sobre a recepção da Torah)
Os judeus sempre entenderam que sempre foi o Verbo que deu a Palavra do Eterno na Torah. Em conformidade com isto, temos João ao dizer que “no principio era o Verbo”, ou seja, Yeshua é o próprio Verbo e a própria Torah, como reflexo de seu próprio caráter. Foi Ele quem deu a Palavra a Moises.


“Somos salvos pela fé, e não pela Torah”
Está correto! A salvação não vem pela observância da Torah.
Porém, a observância da Torah é um termômetro da nossa fé. Seguir a Yeshua é fazer o mesmo que Ele, que foi cumprir da Torah. Pois fé não é crença intelectual, mas agir em confiança. Ya’akov 1:22 nos exorta a sermos cumpridores da Palavra, e não apenas ouvintes, imitando Yeshua na Sua vivencia da Torah.
“E sede cumpridores da palavra e não somente ouvintes, enganando-vos a vós mesmos”


“Romanos 7:1-6 diz que eu fui liberto da Lei”
Esta leitura equivocada é feita por muitos que não compreendem a figura usada por Paulo, do casamento judaico, através da analogia que é feita.
No entanto, precisamos entender inicialmente que o casamento judaico é composto de três elementos: A noiva, o noivo, e a Ketubá (conforme falamos no início deste texto).
Nós somos a Noiva. Onde está escrito _ em qualquer parte das Escrituras _ que estamos/estávamos casados com a Torah? A Torah não é o Noivo! A Torah é o contrato de casamento. O Noivo é YHWH!
A Torah é um contrato de casamento que diz que você tem a opção (livre arbítrio) de se casar com a Santidade (o Eterno) ou com o pecado. E quando andamos pela própria carne, escolhemos casar com o pecado. Só que este casamento é para toda a vida.
A vigência do casamento é durante sua vida. Se estivermos casados com o pecado, temos de morrer, por que só o viúvo pode casar de novo, pois este tipo de casamento é para toda a vida. Se nós morremos, há uma separação (divórcio) do pecado. Morremos aos olhos da Torah, para o pecado.
Assim podemos voltar ao principio _ ao ponto inicial da minha decisão _ onde havia a minha disposição a possibilidade de escolher entre casar com o pecado ou casar com o Eterno e, desta vez, eu opto por casar com o Eterno.
Agora pensem nisto: Yeshua veio e nos deu a chance de nos livrarmos do pecado para casarmos com o Eterno. O que você faz, aceita Yeshua, estando diante do contrato e sua opção novamente, ou (ainda assim) prefere optar de novo em viver na desobediência a Torah que nada mais é que viver em pecado?!?
Pedro fala que quem faz isto, expõe o filho do Eterno à vergonha mais de uma vez!


“Gálatas 3 fala que quem cumpre a Lei é maldito”
Gálatas não poderia dizer isto porque o resto da Bíblia diz o contrário, isto é, que quem é maldito é quem viola a Lei. Gálatas 3 fala contra legalismo, depender dos méritos de regulamentos rabínicos para salvação. Vide uma tradução levando em conta o contexto correto do termo “nomos/namusa”:
“Pois todos os que confiam no legalismo de sua observância da Torah estão debaixo da maldição; porque escrito está: Maldito todo aquele que não permanece em todas as coisas que estão escritas no livro da Torah, para fazê-las. É evidente que pelo legalismo ninguém é justificado diante de Elohim, por que: O justo viverá da fé;” (Gálatas 3:10-11)
Fé é oposto a legalismo. “Lei” e legalismo não são sinônimos, pois posso cumprir a lei sem ser legalista e vice versa. Mesmo na tradução Almeida há:
“10. Todos aqueles, pois, que são das obras da lei (exemplos de comportamento rabínicos) estão debaixo da maldição”;


“Yeshua purificou animais impuros para comermos”
Isto vem da falta de compreensão do contexto. Se afirmarmos: “na minha casa, você pode comer de tudo”. Sua atitude seria pegar o gato e o cachorro e fazer churrasquinho ou abrir o vaso sanitário e comer tudo que lá está? Não seria isto, pois a frase “comer de tudo” restringe-se apenas a alimentos que ambos compreendem como tal. Nesta compreensão mutua, o que foi citado não é entendido como “alimento”, embora possa ser para outro tipo de cultura, como algumas regiões da Coréia que comem cachorro ou outras da China que comem sapos e ratos. Mas o mesmo não ocorre para os brasileiros sobre estes três últimos animais.
Com isto, quando Paulo falava sobre alimento, não estava falando sobre “porco”, pois porco nunca foi alimento para um israelita. Porco não era para ser alimento para ninguém, pela vontade do Eterno. Mesmo que Yeshua tivesse purificado os alimentos, isto não incluía como alimento porco, gato, rato, cachorro, sapo etc.
Esta conclusão é baseada numa tradução errônea de Marcus 7:18-19. Tanto o aramaico quanto o grego lêem literalmente:
“Respondeu-lhes ele: Assim também vós estais sem entender? Não compreendeis que tudo o que de fora entra no homem não o pode contaminar, porque não entra no coração dele, mas no estômago, e é lançado fora pelos intestinos, que assim purificam os alimentos.”
Esta passagem informa que não é Yeshua que purifica os alimentos, pois o Eterno lhe criou com intestino e este quem purifica aquilo que é considerado como “alimento”, o que não é o caso do sapo ou porco.
Os rabinos da época de Yeshua possuíam vários rituais de purificação, por acreditarem que estes rituais eram uma necessidade física. O que Yeshua afirma é que este ritual, como lavar as mãos (externo), não era o que iria purificar o corpo, pois a origem da contaminação estaria dentro deles, no “seu coração” (interno), de onde nasce o pecado.
Se fosse assim, ao comer um porco (externo) contaminaria internamente. Bastaria o ritual da purificação para tornar-me puro. Porém, na realidade é ao contrario, ao comer o porco _ ou se apenas tocar em um porco morto _ na verdade o que esta me tornando impuro é o meu coração, pois foi dali foi onde nasceu a “decisão para a transgressão” (interno). E por conta do meu coração não estar andando de acordo com a Torah do Eterno, faz com que eu tenha o coração impuro.
Já a visão do lençol de Pedro (Atos 10), nada mais foi do que apenas uma visão!
Da mesma forma, quando houve a visão de Daniel de uma mão escrevendo na parede. Ou alguém acredita que exista um anjo em forma de mão? Além disto, a explicação desta visão está logo depois, pois Pedro tinha sua restrição de não pregar para “não judeus” por ser impuro. Não era sobre alimentos a visão; mas sobre os gentios que o Eterno desejava.
Yeshua nunca violou a Torah, até porque animais impuros não eram considerados “alimentos.”


“Em Romanos 14, Paulo diz que posso comer de tudo”
Novamente, a resposta está no contexto. O que estava sendo discutido aqui não eram animais impuros, mas sim o vegetarianismo, que naquela época estava ganhando força. Veja o versículo 2:
“Um crê que de tudo se pode comer, e outro, que é fraco, come só legumes.”


“Paulo pregou contra a circuncisão”
Existem duas formas de interpretações. A primeira era a posição de circuncisão por legalismo, como explicado anteriormente. A segunda é que Gálatas teria sido escrito da Galut ou Diáspora, que seriam israelitas que estariam retornando a fé judaica, e já eram circuncidados. Neste caso, os rabinos exigiam que fossem re circuncidados, onde um rabino faria um corte novamente, deixando escorrer um pouco de sangue e então seria considerado circuncidado então. Paulo provavelmente falou contra este acréscimo rabínico, pois estará negando o Messias que veio falar contra os acréscimos rabínicos.
Paulo não pregou contra a circuncisão, por que Genesis 17 o Eterno disse que a circuncisão é eterna e todo aquele se chega à casa de Abraão tem de fazê-la, tanto o natural quanto o agregado. Para confirmar isto, posteriormente houve a circuncisão de Timóteo, por Paulo, para ser aceito por aquela comunidade.
Além disto, temos a questão da circuncisão x hatafat dam brit.


“O Livro de Hebreus ensina que a Velha Aliança já passou e que o que vale é a Nova Aliança”
Sobre o Livro de Hebreus recomendamos que fosse seguido exclusivamente apenas pela versão em hebraico/aramaico, pois a versão original é muito diferente da grega.
O livro de Hebreus fala sobre o sacerdócio de Malksedeque e o de Levi, porque com a destruição do Templo, os discípulos estavam desorientados, pois o Templo era o centro da vida religiosa. Como ficaria os sacrifícios, a expiação dos pecados etc.
Paulo mostra que havia um sacerdócio anterior ao de Levi, previsto na Torah - nada de acréscimo humano as leis do Eterno, e que este estaria sendo oficiado no céu, de Malk Sedeque, que possuía mais autoridade do que o de Levi.
É uma solução teológica para a ausência do Templo, e refere-se em grande parte ao sacerdócio de Aarão, e não à Torah. Além disso, a Nova Aliança é uma promessa, e não algo já presente (vide Jeremias 31). E, por fim, vide Hebreus grego x Hebreus hebraico
Da mesma forma, os rabinos reformularam também de outro jeito, substituindo os sacrifícios por oração, embora tal solução seja contrario a Torah.
Já o de Malk Sedeque, instituído pela Torah e utilizado pelos Israelitas do Caminho, é o válido na substituição do Templo.
O sacrifício de Yom Kipur, que Hebreu menciona, tinha de ser repetido por que o animal era temporal, e a expiação que ele provinha também era temporal. Paulo explica que o sacrifício de Yeshua é atemporal, por que Yeshua é Eterno. Yeshua, por ser atemporal, o sacrifico feito no madeiro também é atemporal. É por isto que não é mais necessário sacrifício de Kipur. Não que o sacrifício foi abolido; mas que ainda está valendo.
Ao observar o relato do Templo do Milênio de Ezequiel, onde o Messias estará oficiando os sacrifícios, podemos encontrar todos os sacrifícios de Ação de Graça, das libações etc. O único sacrifício não presente no terceiro Templo, que é o Templo do Milênio, é o de Kipur que é justamente o sacrifício que se vê em Hebreus. Com isto, a explicação de Ezequiel é complementada por Hebreus, porque o sacrifício de Kipur já foi feito por Yeshua e vale para todo o sempre.




O que dizem as Escrituras sobre a Torah de Elohim?
A Torah é Eterna. Não será abolida, revogada ou deixará de ser vigente:
“Quem dera que eles tivessem tal coração que me temessem, e guardassem todos os meus mandamentos todos os dias, para que bem lhes fosse a eles e a seus filhos para sempre”. Deuteronômio 5:29;
“Guarda e ouve todas estas palavras que te ordeno, para que bem te suceda a ti e a teus filhos depois de ti para sempre, quando fizeres o que for bom e reto aos olhos do SENHOR teu Deus.” Deuteronômio 12:28;
“Tão-somente esforça-te e tem mui bom ânimo, para teres o cuidado de fazer conforme a toda a lei que meu servo Moisés te ordenou; dela não te desvies, nem para a direita nem para a esquerda, para que prudentemente te conduzas por onde quer que andares. Não se aparte da tua boca o livro desta lei; antes medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer conforme a tudo quanto nele está escrito; porque então farás prosperar o teu caminho, e serás bem sucedido.” Josué 1:7-8


Elohim rejeita até as orações de quem rejeita a Sua Torah
“Quem rejeita a Torah, até a oração será abominável”. Provérbios 28:9
Na versão padre Almeida “O que desvia os seus ouvidos de ouvir a lei, até a sua oração será abominável”

Ignorar a Torah é desprezar a Elohim
“De todo nos corrompemos contra ti, e não guardamos os mandamentos, nem os estatutos, nem os juízos, que ordenaste a Moisés, teu servo”. Neemias 1:7;
“porquanto rejeitaram a lei do SENHOR dos Exércitos, e desprezaram a palavra do Santo de Israel”. Isaias 5:24;


Quem ignora a Torah sai de debaixo da proteção do Eterno
“Porventura não foi o SENHOR, aquele contra quem pecamos, e nos caminhos do qual não queriam andar, não dando ouvidos à sua lei?” Isaias 42:24


Devemos não só ouvir, mas também obedecer a Torah do Eterno
“E tomou o livro da aliança e o leu aos ouvidos do povo, e eles disseram: Tudo o que o SENHOR tem falado faremos, e obedeceremos”. Êxodo 24:7
“Como afluíssem as multidões, começou ele a dizer: Geração perversa é esta; ela pede um sinal; e nenhum sinal se lhe dará, senão o de Yoná;”. Lucas 11:29


A Torah nos mantém afastados de caminhos enganosos
“Afasta-me do caminho da mentira, e gratifica-me com teus mandamentos” Salmos 119:29


O entendimento dado pelo Eterno é para nos levar à obediência da Torah
“Faze-me entender e guardar teus mandamentos, para observá-los de todo o coração” Salmos 119:34


A Torah é mais preciosa do que fortunas
“A lei da Tua boca é um bem para mim, mais que milhões em ouro e prata”Salmos 119: 72


Devemos meditar na Torah dia e noite
“E as ensinarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te e levantando-te”. Deuteronômio 6:7;
“Oh! quanto amo a tua lei! É a minha meditação em todo o dia”. Salmos 119:97


A Torah traz sabedoria
“Tu, pelos teus mandamentos, me fazes mais sábio do que os meus inimigos; pois estão sempre comigo”. Salmos 119:98


Aqueles que se distanciam da Torah seguem seus próprios desejos carnais
“Aproximam-se os que se dão a maus tratos; afastam-se da tua lei”. Salmos 119:150


Amar a Torah traz paz e nos ajuda a não tropeçarmos
“Muita paz têm os que amam a tua lei, e para eles não há tropeço”. Salmos 119:165


A Torah é Pura
“Os preceitos do SENHOR são retos e alegram o coração; o mandamento do SENHOR é puro, e ilumina os olhos”. Salmos 19:8


A Torah é santa, justa e boa
“De modo que a Torah é santa, e a Mitsvá santa, justa e boa” - Romanos 7:12


A Torah é perfeita
“A lei do SENHOR é perfeita, e refrigera a alma; o testemunho do SENHOR é fiel, e dá sabedoria aos símplices”. Salmos 19:7;
“E não imiteis a este mundo, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Elohim”. Romanos 12:2


A Torah é a Verdade
“A tua justiça é uma justiça eterna, e a tua lei é a verdade”. Salmos 119:142


A Torah não afasta, mas sim leva as pessoas à fé no Messias
“De modo que a Torah se torna nosso tutor, para nos conduzir ao Mashiach, a fim de que pela fé sejamos justificados”. Gálatas 3:24


A Torah mostra o nosso amor por Elohim
“Porque este é o amor de Elohim, que guardemos as suas mitsvot (mandamentos); e as suas mitsvot não são penosas”. 1 João 5:3


Benditos os que cumprem a Torah
“Bem-aventurados os retos em seus caminhos, que andam na lei do Senhor”. Salmos 119:1;
“Qualquer, pois, que violar uma destas mitsvot (mandamentos), por menor que seja, e assim ensinar aos homens, será chamado o menor no reino dos céus; aquele, porém, que as cumprir e ensinar será chamado grande no reino dos céus”. Mateus 5:19;
“E qualquer coisa que lhe pedirmos, dele a receberemos, porque guardamos as Suas mitsvot (mandamentos), e fazemos o que é agradável à sua vista”. 1 João 3:22
“Quem guarda as Suas mitsvot (mandamentos), em Elohim permanece e Elohim nele. E nisto conhecemos que ele permanece em nós: pela Ruach que nos tem dado”. 1 João 3: 24;
“Benditos aqueles que cumprem as Suas mitsvot (mandamentos) para que tenham autoridade sobre a Ets Chayim, e possam entrar na cidade pelas portas”. Apocalipse 22:14


Devemos lembrar da Torah
“Lembrai-vos da lei de Moisés, meu servo, que lhe mandei em Horebe para todo o Israel, a saber, estatutos e juízos”. Malaquias 4:4


A Torah é confirmada/estabelecida pela fé
“Anulamos, pois, a Torah pela fé? De modo nenhum; antes apoiamos a Torah”. Romanos 3:31




A “Lei” foi abolida _ só vale o que “Novo Testamento” confirma.


Será?
Posso tatuar um dragão na testa e me casar com minha mãe? Não pode; mas onde está isto no “Novo Testamento”?
Se jogar fora a Torah, pode fazer isto e pode ser pastor ainda, pois não está na lei, mas está na graça. Ai sim a Torah fala que estes são proibidos e, portanto, passa a ser válido.
Se eu fizer o que é pregado em alguns lugares, jogando a Torah fora, estamos colocando tudo fora. Isto é uma incoerência teológica.
A Torah não é o cardápio do Mc Donald, onde escolho aquilo que me interessa e de acordo com a minha conveniência. Temos de viver a Torah na sua plenitude para ter uma vida baseada na santidade daquilo que o Eterno disse aquilo que eu tenho de fazer e não aquilo que minha consciência diz.


Não é você que escolhe; é o Eterno.
Recentemente, começaram os “casamentos gay”. Isto hoje é um grande escândalo. Ao mesmo tempo, tem tanta gente que fala que não comer porco é bobagem. Usar franja na roupa é bobagem. Dizer que sou obrigado a orar três vezes ao dia é bobagem. Colocar o Mezuzah na porta de casa é bobagem. Tudo é bobagem.
O mundo jaz no maligno. Tudo aquilo que o Eterno diz para nós fazermos, o inimigo vai dar um jeito de convencer que é bobagem. Ele quer que nos afastamentos da lei do Eterno, por que pecar nada mais é do que se afastar das leis do Eterno.
Estamos vivendo em um mundo em que cada vez menos as coisas são pecado e que as congregações se adéquam e se moldam ao mundo. Logo, seus netos e tataranetos irão dizer que casamento gay é normal. Hoje existe até igreja de gays. Eles provavelmente vão falar que isto tudo não passa de bobagem.
O inimigo tem trabalhado ao longo dos séculos a convencer a humanidade que guardar os mandamentos do Eterno é bobagem e ele está conseguindo aos poucos. Com isto, o Eterno quer de nós que nos arrependamos e façamos Tshuva (voltar a Ele) e que possamos dizer a Ele:




“Eterno, Senhor, tu não és um Elohim tolo.
Aquilo que Tu ordenas, nunca é bobagem”