quinta-feira, 31 de março de 2011

O caso Jeremias Rocha

Leviandade e negligência. Acusado sem provas por algo que, objetivamente, nem crime é, jovem pastor amazonense foi detido e deixado em situação constrangedora e degradante. Agora, Jeremias Albuquerque Rocha está com problemas mentais sérios. Quem se responsabilizará?
Nota do tradutor: Em reação a esse caso bárbaro, LifeSiteNews, responsável pelo site Notícias Pró-Família, está em sua edição internacional em inglês convocando seus leitores a fazerem contato com as embaixadas do Brasil no mundo inteiro. Se você vive em outra parte do mundo e quer se manifestar, faça contato com as embaixadas brasileiras aqui.

AMAZONAS, Brasil, 28 de março de 2011 (Notícias Pró-Família) - Um pastor brasileiro da região do Amazonas ficou mentalmente doente depois de ser preso por bater em suas duas filhas, de acordo com reportagens dos meios de comunicação locais. Até recentemente, conforme noticiaram as reportagens, o pastor estava algemado a uma cama de hospital presidiário, onde ele era forçado até mesmo a fazer suas necessidades fisiológicas em frente dos funcionários.

Jeremias Albuquerque Rocha, que acabou de completar 26 anos, era um atuante pastor evangélico na cidade de Carauari até maio do ano passado, quando uma agente do conselho tutelar o denunciou por bater em suas filhas, pelo que ele foi acusado de "tortura". Apesar de que nenhuma evidência física tivesse sido apresentada ao juiz, Rocha foi colocado em detenção preventiva, numa cela de prisão tão cheia de presos que ele era forçado a ficar de pé o dia inteiro, e tinha de dormir agachado no chão, que estava coberto de papelão.
Passaram-se meses sem nenhuma solução. Em nenhum momento se apresentou algum relatório médico documentando qualquer marca física [no caso de suas filhas] nem houve nenhum exame físico confirmando ferimentos - provas que a lei exige. Em agosto, Rocha havia, conforme as reportagens, começado a chorar e desmaiar dentro de sua cela. Quando foi levado a um hospital próximo e diagnosticado com doença mental, o juiz Jânio Tutomu Takeda se recusou a acreditar no diagnóstico, afirmando que Rocha estava "fingindo", e ordenou que ele fosse algemado à cama do hospital.
As reportagens mostraram que o juiz Takeda rejeitou os relatórios dos médicos enquanto a situação de Rocha estava se deteriorando. Em 9 de dezembro, os médicos deram dois relatórios sobre Rocha, diagnosticando-o com "graves ataques de pânico e profunda depressão, tentativas suicidas" e recomendando que lhe retirassem as algemas e que ele fosse transferido para uma instituição psiquiátrica especializada. Outro relatório foi dado em 21 de janeiro deste ano, notando a grave situação de Rocha e recomendando prisão domiciliar ou remoção para uma unidade especializada.
Apesar dos pedidos de seus médicos, Rocha continuou algemado à cama até 2 de fevereiro, quando seu pai entrou com pedido de habeas corpus e uma queixa formal diante da comissão de direitos humanos do Amazonas. Embora as algemas tivessem sido removidas, as reportagens mostraram que ele ainda tem marcas nos pulsos e pés e permanece em situação grave.
"Na semana passada, mais precisamente no dia 3 de março, Jeremias Albuquerque Rocha, que há dois anos era ministro evangélico em Carauari, um município 786 km distante de Manaus, completou 26 anos de idade, mas ele esteve alheio a data", conforme reportagem feita no começo deste mês pelo jornal Portal do Holanda. "Jeremias não lembrou do próprio aniversário, mal lembra do seu nome. Seu estado é catatônico, olhar preso ao teto ou ao chão, fica permanentemente calado, a não ser nos momentos em que entra em pânico, aos berros pede para não lhe colocarem algemas ou passa horas tendo repetidas crises de choro convulsivo".
Quando Epitácio da Silva Almeida, o presidente da Comissão de Direitos Humanos do Amazonas, chegou em 3 de março para examinar Rocha e investigar o caso, o juiz Takeda de repente anunciou que ele já tinha dado a sentença em fevereiro, embora as reportagens tivessem mostrado que os autos processuais não foram achados em parte alguma e o veredicto jamais tivesse sido anunciado. Takeda disse que condenou Rocha e o sentenciou a seis anos e meio de prisão.
Almeida diz que planeja iniciar representação legal contra Takeda, e o presidente do Tribunal de Justiça do Amazonas, João Simões, também prometeu tomar medidas legais no caso, depois de sua própria investigação.


Tradução: Julio Severo
Fonte: http://noticiasprofamilia.blogspot.com
Veja também este artigo original em inglês: http://www.lifesitenews.com/news/brazilian-pastor-condemned-to-prison-for-spanking-children-loses-mind

quarta-feira, 30 de março de 2011

Arraiá dos crente?

Escrito por Mário Moreno


AS FESTAS JUNINAS
Origens
Antes do Messias já havia festa de São João... com outro nome. Eram as fogueiras que saudavam a chegada do verão europeu. Até que, no século XIII, os portugueses passaram a comemorar também as noites de São Pedro e Santo Antônio.
Quando o Vaticano instituiu, no século VI, o dia 24 de junho para a comemoração do nascimento daquele que batizou Messias, os povos europeus já celebravam, com grandes fogueiras, a chegada do sol e do calor. Os bárbaros já comemoravam o solstício do verão, no dia 22 ou 23 de junho – o momento em que o sol pára de afastar-se (solstício vem do latim e significa “sol estático”) e volta a incidir em cheio sobre o hemisfério norte. Os cultos pagãos eram rituais de abundância e fertilidade. Havia sacrifícios de animais e oferendas de cereais para afastar os demônios da esterilidade, das pestes agrícolas e da estiagem. O cristianismo, na verdade, apenas “converteu” uma tradição pagã em festa católica.
Esta festa nada mais é do que uma reafirmação à idolatria, pois nela comemoram-se os “aniversários” dos chamados “santos”! Aqui temos novamente um artifício diabólico para enredar as pessoas, prendê-las e escravizá-las cada vez mais. Novamente a participação nas festas demonstra a concordância com tudo o que é feito ali e também reafirma o pacto existente entre a divindade que está sendo cultuada e o participante. Isso nos faz lembrar que D-us nos alerta em sua palavra para que não tomemos parte no culto aos demônios! E isso nada mais é do que culto à demônios, pois por trás dos chamados “santos” estão demônios que irão agir nas vidas daquelas pessoas que participam de tais “festividades”.

Os “santos” da festa

São João Batista

Nascido em 24 de junho é primo do Messias e precursor do Messias. O catolicismo associou sua tradição à festa pagã da fogueira. Assim, segundo a lenda, Isabel, a mãe de São João, teria anunciado o nascimento de filho à irmã, Maria, mãe de Jesus, ascendendo uma fogueira em cima de um morro. A fogueira virou bom presságio.

São Pedro

Morto em 29 de junho. O primeiro dos apóstolos, segundo o evangelho. Era considerado um homem de temperamento impulsivo, mas leal, expansivo e generoso. Morreu crucificado sete anos depois de Messias. Acredita-se que seu corpo foi enterrado exatamente onde se ergue hoje a basílica do Vaticano, em Roma. É objeto de devoção em Portugal.

Santo Antônio de Pádua

Morreu em 13 de junho, em Pádua, Itália, aos 36 anos. Como santo português, no século XIII foi incorporado às comemorações juninas em Portugal e trazido pelos colonos para o Brasil.
No Brasil este santo foi sincretizado pela umbanda com o nome de EXU, que também tem o seu dia comemorado em 13 de junho.
Nesta festa as pessoas crêem poderem fazer pedidos ao santo para conseguirem um parceiro(a) para casarem-se. Por isso esse santo é chamado de “casamenteiro”! As pessoas não procuram orientação em D-us para suas vidas, mas vão aos chamados “santos” para direcionarem sua vida! E o que é pior: consultam demônios (que estão por trás dos tais santos) para conseguirem um marido ou esposa! Será que o “conselho” deles trará algum benefício para alguém? Poderiam os demônios desejar algo de bom – para quem quer que seja – e falarem a verdade sobre a vida do ser humano, posto não serem oniscientes nem onipresentes? E a palavra de D-us nos relata que os objetivos de Satanás são: destruir, roubar e matar, além de ser o pai da mentira.
Inclusive, no livro de Salmos somos informados que tais ídolos ou “santos” não tem condições de fazer nenhum bem às pessoas, pois “...têm boca, mas não falam, tem olhos mas não veem, tem ouvidos mas não ouvem...” (Sl 115.4-

Eu Tomo a liberdade de publicar. Esclarecedor.

O AI-5 GAY JÁ COMEÇA A SATANIZAR PESSOAS; SE APROVADO, VAI PROVOCAR O CONTRÁRIO DO QUE PRETENDE: ACABARÁ ISOLANDO OS GAYS

O reverendo Augustus Nicodemus Lopes, chanceler a Universidade Mackenzie — homem inteligente, capaz, disciplinado na sua fé e respeitador das leis do país; sim, eu o conheço — está sendo alvo de uma violenta campanha de difamação na Internet. Na próxima quarta, grupos gays anunciam um protesto nas imediações da universidade que ele dirige com zelo exemplar. Por quê? Ele teve a “ousadia”, vejam só, de publicar, num cantinho que lhe cabe no site da instituição trecho de uma resolução da Igreja Presbiteriana do Brasil contra a descriminação do aborto e contra aprovação do PL 122/2006 — a tal lei que criminaliza a homofobia (aqui). O texto nem era seu, mas do reverendo Roberto Brasileiro, presidente do Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil. A íntegra do documento está aqui. Pode-se ler lá o que segue:
“Quanto à chamada Lei da Homofobia, que parte do princípio que toda manifestação contrária à homossexualidade é homofóbica (…), a Igreja Presbiteriana do Brasil repudia a caracterização da expressão do ensino bíblico sobre a homossexualidade como sendo homofobia, ao mesmo tempo em que repudia qualquer forma de violência contra o ser humano criado à imagem de Deus, o que inclui homossexuais e quaisquer outros cidadãos”.
Respondam: o que há de errado ou discriminatório nesse texto? A PL 122 nem foi aprovada ainda, e as perseguições já começaram. Vamos tornar ainda mais séria essa conversa. Há gente que gosta das soluções simples e erradas para problemas difíceis. Eu estou aqui para mostrar que há coisas que, simples na aparência, são muito complicadas na essência. Afirmei certa feita que o verdadeiro negro do mundo era o branco, pobre, heterossexual e católico. Era um exagero, claro!, uma expressão de mordacidade. A minha ironia começa a se transformar numa referência da realidade. A PL 122 é flagrantemente inconstitucional; provocará, se aprovada, efeitos contrários àqueles pretendidos e agride a liberdade religiosa. É simples assim. Mas vamos por partes, complicando sempre, como anunciei.
Homofóbico?
Repudio o pensamento politicamente correto, porque burro, e o pensamento nem-nem — aquele da turma do “nem isso nem aquilo”. Não raro, é coisa de covardes, de quem quer ficar em cima do muro. Procuro ser claro sobre qualquer assunto. Leitores habituais deste blog já me deram algumas bordoadas porque não vejo nada de mal, por exemplo, na união civil de homossexuais — que não é “casamento”. Alguns diriam que penso coisa ainda “pior”: se tiverem condições materiais e psicológicas para tanto, e não havendo heterossexuais que o façam, acho aceitável que gays adotem crianças. Minhas opiniões nascem da convicção, que considero cientificamente embasada, de que “homossexualidade não pega”, isto é, nem é transmissível nem é “curável”. Não sendo uma “opção” (se fosse, todos escolheriam ser héteros), tampouco é uma doença. Mais: não me parece que a promiscuidade seja apanágio dos gays, em que pese a face visível de certas correntes contribuir para a má fama do conjunto.
“Que diabo de católico é você?”, podem indagar alguns. Um católico disciplinado. É o que eu penso, mas respeito e compreendo a posição da minha igreja. Tampouco acho que ela deva ficar mudando de idéia ao sabor da pressão deste ou daqueles grupos católicos. Disciplina e hierarquia são libertadoras e garantem o que tem de ser preservado. Não tentem ensinar a Igreja Católica a sobreviver. Ela sabe como fazer. Outra hora volto a esse particular. Não destaco as minhas opiniões “polêmicas” para evitar que me rotulem disso ou daquilo. Eu estou me lixando para o que pensam a meu respeito. Escrevo o que acho que tem de ser escrito.
Aberração e militância
Ter tais opiniões não me impede de considerar que o tal PL 122 é uma aberração, que busca criar uma categoria especial de pessoas. E aqui cabe uma pequena história. Tudo começou com o Projeto de Lei nº 5003/2001, na Câmara, de autoria da deputada Iara Bernardes, do PT. Ele alterava a Lei nº 7716, de 1989, que pune preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional (íntegra aqui) acrescentando ao texto a chamada discriminação de gênero. Para amenizar o caráter de “pogrom gay”, o senador Marcelo Crivella acrescentou também a discriminação contra idoso e contra deficientes como passível de punição. Só acrescentou absurdos novos.
Antes que me atenha a eles, algumas outras considerações. À esteira do ataque contra três rapazes perpetrados por cinco delinqüentes na Avenida Paulista, que deveriam estar recolhidos (já escrevi a respeito), grupos gays se manifestaram. E voltou a circular a tal informação de que o Brasil é o país que mais mata homossexuais no mundo. É mesmo? Este também é um dos países que mais matam heterossexuais no mundo!!! São 50 mil assassinatos por ano. Se os gays catalogados não chegam a 200 — e digamos que eles sejam 5% da população; há quem fale em 9%; não importa —, há certamente subnotificação, certo? “Ah, mas estamos falando dos crimes da homofobia…” Sei. Michês que matam seus clientes são ou não considerados “gays”? Há crimes que não estão associados à “orientação sexual” ou à “identidade de gênero”, mas a um modo de vida. Cumpre não mistificar. Mas vamos ao tal PL.
Disparates
A Lei nº 7716 é uma lei contra o racismo. Sexualidade, agora, é raça? Ora, nem a raça é “raça”, não é mesmo? Salvo melhor juízo, somos todos da “raça humana”. O racismo é um crime imprescritível e inafiançável, e entrariam nessa categoria os cometidos contra “gênero, orientação sexual e identidade de gênero.” Que diabo vem a ser “identidade de gênero”. Suponho que é o homem que se identifica como mulher e também o contrário. Ok. A lei não proíbe ninguém de se transvestir. Mas vamos seguir então.
Leiam um trecho do PL 122:
Art. 4º A Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1999, passa a vigorar acrescida do seguinte Art. 4º-A:
“Art. 4º-A Praticar o empregador ou seu preposto atos de dispensa direta ou indireta: Pena: reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco)anos.”
Art. 5º Os arts. 5º, 6º e 7º da Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1999, passam a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 5º Impedir, recusar ou proibir o ingresso ou a permanência em qualquer ambiente ou estabelecimento público ou privado, aberto ao público: Pena: reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos.”
Para demitir um homossexual, um empregador terá de pensar duas vezes. E cinco para contratar — caso essa homossexualidade seja aparente. Por quê? Ora, fica decretado que todos os gays são competentes. Aliás, na forma como está a lei, só mesmo os brancos, machos, heterossexuais e eventualmente cristãos não terão a que recorrer em caso de dispensa. Jamais poderão dizer: “Pô, fui demitido só porque sou hétero e branco! Quanta injustiça!”. O corolário óbvio dessa lei será, então, a imposição posterior de uma cota de “gênero”, “orientação” e “identidade” nas empresas. Avancemos.
“Art. 6º Recusar, negar, impedir, preterir, prejudicar, retardar ou excluir, em qualquer sistema de seleção educacional, recrutamento ou promoção funcional ou profissional: Pena - reclusão de 3 (três) a 5 (cinco) anos. ”
Cristãos, muçulmanos, judeus etc têm as suas escolas infantis, por exemplo. Sejamos óbvios, claros, práticos: terão de ignorar o que pensam a respeito da homossexualidade, da “orientação sexual” ou da “identidade de gênero” — e a Constituição lhes assegura a liberdade religiosa — e contratar, por exemplo, alguém que, sendo João, se identifique como Joana? Ou isso ou cana?
Art. 7º A Lei nº 7.716, de 5 de janeiro de 1989, passa a vigorar acrescida dos seguintes art. 8º-A e 8º-B:
“Art. 8º-B Proibir a livre expressão e manifestação de afetividade do cidadão homossexual, bissexual ou transgênero, sendo estas expressões e manifestações permitidas aos demais cidadãos ou cidadãs: Pena: reclusão de 2 (dois) a 5 (cinco) anos.”
Pastores, padres, rabinos etc. estariam impedidos de coibir a manifestação de “afetividade”, ainda que os fundamentos de sua religião a condenem. O PL 122 não apenas iguala a orientação sexual a raça como também declara nulos alguns fundamentos religiosos. É o fim da picada! Aliás, dada a redação, estaríamos diante de uma situação interessante: o homossexual reprimido por um pastor, por exemplo, acusaria o religioso de homofobia, e o religioso acusaria o homossexual de discriminação religiosa, já que estaria impedido de dizer o que pensa. Um confronto de idéias e posturas que poderia ser exercido em liberdade acaba na cadeia. Mas o Ai-5 mesmo vem agora:
“Art. 20. Praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião, procedência nacional, gênero, sexo, orientação sexual e identidade de gênero:
§ 5º O disposto neste artigo envolve a prática de qualquer tipo de ação violenta, constrangedora, intimidatória ou vexatória, de ordem moral, ética, filosófica ou psicológica.”
Não há meio-termo: uma simples pregação contra a prática homossexual pode mandar um religioso para a cadeia: crime inafiançável e imprescritível. Se for servidor público, perderá o cargo. Não poderá fazer contratos com órgãos oficiais ou fundações, pagará multa… Enfim, sua vida estará desgraçada para sempre. Afinal, alguém sempre poderá alegar que um simples sermão o expôs a uma situação “psicologicamente vexatória”. A lei é explícita: um “processo administrativo e penal terá início”, entre outras situações, se houver um simples “comunicado de organizações não governamentais de defesa da cidadania e direitos humanos.” Não precisa nem ser o “ofendido” a reclamar: basta que uma ONG tome as suas dores.
A PL 122 institui o estado policial gay! E o chanceler no Mackenzie, Augustus Nicodemus Lopes, já é alvo dessa patrulha antes mesmo de essa lei ser aprovada.
O que querem os proponentes dessa aberração? Proteger os gays? Não há o risco de que aconteça o contrário? A simples altercação com um homossexual, por motivo absolutamente alheio à sua sexualidade, poderia expor um indivíduo qualquer a um risco considerável. Se o sujeito — no caso, o gay — for honesto, bem: não vai apelar à sua condição de “minoria especialmente protegida”; se desonesto — e os há, não? —, pode decidir infernizar a vida do outro. Assim, haverá certamente quem considere que o melhor é se resguardar. É possível que os empregadores se protejam de futuros dissabores, preferindo não arriscar. Esse PL empurra os gays de volta para o gueto.
Linchamento moral
O PL 122 é uma aberração jurídica, viola a liberdade religiosa e cria uma categoria de indivíduos especiais. À diferença de suas “boas intenções”, pode é contribuir para a discriminação, à medida que transforma os gays numa espécie de “perigo legal”. Os homossexuais nunca tiveram tanta visibilidade. Um gay assumido venceu, por exemplo, uma das jornadas do BBB. Cito o caso porque houve ampla votação popular. A “causa” está nas novelas. Programas de TV exibem abertamente o “beijo gay”. Existe preconceito? Certamente! Mas não será vencido com uma lei que acirra as contradições e as diferenças em vez de apontar para um pacto civilizado de convivência. Segundo as regras da democracia, há, sim, quem não goste dessa exposição e se mobiliza contra ela. É do jogo.
Ninguém precisa de uma “lei” especial para punir aqueles delinqüentes da Paulista. Eles não estão fora da cadeia (ou da Fundação Casa) porque são heterossexuais, e sua vítima, homossexual. A questão, nesse caso, infelizmente, é muito mais profunda e diz muito mais sobre o Brasil profundo: estão soltos por causa de um preconceito social. Os homossexuais que foram protestar na Paulista movidos pela causa da “orientação sexual” reduziram a gravidade do problema.
Um bom caminho para a liberdade é não linchar nem física nem moralmente aqueles de quem não gostamos ou com quem não concordamos. Seria conveniente que os grupos gays parassem de quebrar lâmpadas na cabeça de Augustus Nicodemus Lopes, o chanceler do Mackenzie. E que não colocassem com tanta vontade uma corda no próprio pescoço sob o pretexto de se proteger. Mas como iluminar minimamente a mentalidade de quem troca o pensamento pela militância?
Quando trato de temas como esse, petralhas costumam invadir o blog com grosserias homofóbicas na esperança de que sejam publicadas para que possam, depois, sair satanizando o blog por aí. Aviso: a tática é inútil.  Não serão! Este blog é contra o PL 122 porque preza os valores universais da democracia, que protegem até os que não são gays…
 
Por Reinaldo Azevedo

Como é bom Ler . Tio REI......

Um texto, lindo enriquecedor, esclarecedor... Para aqueles que por aqui passarem, possam ter está obra prima. E este que sem dúvida é o maior e melhor jornalista que temos na atualidade.

Ele não é direitista, não! Ele é um abobalhado. E as esquerdas adoram tê-lo como adversário!

O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) voltou a falar bobagem pelos cotovelos num programa de televisão — o CQC, da Band. Antes que chegue ao caso propriamente, algumas considerações prévias.
Se eu defendesse cotas raciais, revisão da Lei da Anistia ou a tal lei que pune a homofobia— qualquer pessoa alfabetizada que a tenha lido sabe que, ela sim, é fascistóide —, eu adoraria ter um adversário como o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ). Ele é o inimigo que as esquerdas adoram ter porque fala bobagem pelos cotovelos.  No dia 25 de novembro do ano passado, escrevi um texto criticando-o duramente. Alguns bobos acharam que eu estava tentando fazer embaixadinha para as esquerdas. Eu??? Então escrevi outro. Este senhor brutaliza qualquer debate. Tem o dom especial de transformar em lixo autoritário teses que podem até estar corretas na essência. Faltam-lhe preparo intelectual, estudo, talento, tolerância e espírito democrático. Engana-se quem acha que ele é direitista. Ele só é abobalhado. E um abobalhado é o adversário que as esquerdas, ou seus sucedâneos no pensamento, pediram a Deus.
Acho que escrevi na imprensa brasileira a mais detalhada crítica à PL 122, a tal lei que pune a homofobia, que boa parte dos meus colegas nem mesmo leu. Pra quê? Basta ser a favor! O texto está  aqui. Sob o pretexto de proteger gays, agride direitos fundamentais, inclusive a liberdade de expressão, assim como aquele plano censurava a imprensa sob o pretexto de defender os direitos humanos. Eu faço esse debate com a maior tranqüilidade, sem temer a patrulha. Trata-se de mais uma lei que, se aprovada, acabará derrubado no Supremo. Gente como Bolsonaro, com suas tolices, com sua truculência ignorante, vem nos lembrar que a diferença entre o veneno e o remédio é a dosagem. Já bastam as  as trapaças das esquerdas!
No ano passado, em meio a um debate acalorado sobre o PL 122 e aquela outra estupidez, que é a lei que pune a palmada, Bolsonaro foi a um programa de TV e disse a seguinte pérola:
“Se o filho começa a ficar assim meio gayzinho, [ele] leva um couro e muda o comportamento dele”.
Certa imprensa, claro!, o procurou para falar mais tolices. E ele mandou ver:
“O pai tem o direito de dar umas palmadas no filho dele. Se o garoto anda com maconheiro, ele vai acabar cheirando, e, se anda com gay, vai virar boiola com toda certeza. Nesse momento, umas palmadas nele coloca o garoto no rumo certo”.
Pronto! Os que se opõem às duas leis por bons motivos, com base nos fundamentos democráticos da Constituição, passam a ter, então, dois adversários: os que defendem as propostas autoritárias e… Bolsonaro! Espertamente, os “progressistas” o escolhem como um “símbolo” do pensamento adversário. Quanto mais ignorante ele for, melhor. O CQC, convenham, não o convidou em busca de luzes, não é mesmo? Como produto da hora, quanto mais treva, melhor! Convenham: ele foi um sucesso! Quem teve a idéia de convidá-lo foi bem-sucedido no seu intento. Sem contar que os entrevistadores podem esculhambá-lo à vontade, como fizeram.
Antes que trate no núcleo da nova polêmica, faço questão de lembrar o que escrevi em novembro do ano passado (em azul):
As estultices ditas por Bolsonaro colaboram com esses extremismos legiferantes, que acabam agredindo direitos individuais e universais sob o pretexto de proteger minorias. Com a mesma energia com que aponto o caráter autoritário dessas leis, repudio essa coleção de grosserias. E não o faço porque me converti ao “outro-ladismo”, que tanto repudio, ou ao juízo “nem-nem”. Naquele mesmo texto em que escancaro o caráter autoritário da PL 122, deixei claro que não considero que o sujeito é gay por opção - até fiz uma ironia, afirmando que “homossexualidade não pega”, já que não é doença. Disse-me ainda favorável à união civil e, a depender do caso, à adoção de crianças por parceiros gays. E isso nada tem a ver com uma lei que possa impedir as pessoas ou as religiões de dizer o que pensam a respeito.
As palavras deste senhor são asquerosas. Para quase não variar, lá está ele metendo os pés pelo cérebro, falando bobagem às pencas, provocando um efeito contrário ao supostamente pretendido. Os petralhas poderiam dizer: “Vocês estão do mesmo lado!” Uma ova! Nem no mérito nem nos desdobramentos. Não estamos do mesmo lado porque eu não acho que a palmada possa fazer um gay deixar de ser gay - eu, de fato, acredito que não existe um “que fazer” nesse caso. Recomendo aos pais que amem e aceitem seus filhos como são, deixando claro que há o caminho da dignidade e da indignidade na hetero e na homossexualidade. E não estamos do mesmo lado também porque eu combato a PL 122, e Bolsonaro é um desses que fazem essa lei parecer necessária, justa e democrática.
A mais nova besteira
Bolsonaro participou no CQC de um quadro em que o entrevistado responde a uma bateria de perguntas de várias pessoas, boa parte delas, nota-se, provocações destinadas a fazê-lo falar  tudo o que pensa — e aí está o perigo… Nem me atenho à cretinice da tese segundo a qual não há gays em famílias bem-estruturadas, bem-educadas, com o pai presente. Santo Deus!
Preta Gil, filha de Gilberto Gil, perguntou  o que ele faria se seu filho se apaixonasse por uma negra. E ele respondeu:
“Ô Preta, não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco. Meus filhos foram muito bem educados e não viveram em ambiente como, lamentavelmente, é o teu.”
Bolsonaro diz que se confundiu e entendeu que Preta lhe indagara o que faria se seu filho namorasse um gay. O próprio apresentador Marcelo Tas comentou que ele deve mesmo ter entendido errado. Dado o conteúdo da resposta, parece-me que a confusão é ao menos verossímil. Pois é… Se Bolsonaro pensasse um pouquinho antes de falar, talvez não estivesse agora metido numa confusão. O diabo é que não deve pensar nem antes nem depois…
Contra intolerância
Já o critiquei antes — e fui alvo de alguns furiosos — e o critico agora de novo! Este blog é contra a intolerância de um deputado do Piauí que acredita que pode suspender a Constituição em nome da honra do seu estado e é contra a truculência dos Bolsonaros da vida. Gosto é de civilização! Não aceito que o politicamente correto seja transformado numa polícia de pensamento. Do mesmo modo, recuso-me, sob esse pretexto, a dar guarida à ignorância travestida de amor à verdade.
A lei de cotas violenta o princípio da igualdade, garantido na Constituição. O maior aliado das cotas é Bolsonaro justamente porque é contra!
A lei de combate à homofobia agride a liberdade de expressão, garantida na Constituição. O maior aliado da lei é Bolsonaro justamente porque é contra!
A revisão da Lei da Anistia, do mesmo modo, viola princípios constitucionais. O maior aliado da revisão é Bolsonaro justamente porque é contra!
Bolsonaro é, em suma, o inimigo que as esquerdas pediram aos céus. Logo, ele é o seu melhor aliado objetivo.
Encerro
Termino este texto com a mesma declaração que fiz no dia 25 —  e espero que isso desestimule algumas pessoas a enviar comentários exaltando a “coragem” do deputado. Creio que ele está sendo apenas oportunista, jogando para a sua aguerrida e minúscula torcida de sectários retóricos, comprometendo o debate civilizado.  Quem acha que este blog e Bolsonaro podem transitar na mesma faixa faz uma idéia errada ou de Bolsonaro ou de mim. Vamos à conclusão.
Só escrevo aquilo em que acredito e não me sinto certo ou errado a depender de quantos estejam do meu lado. Nada impede que a mentira tenha muitas companhias e que a verdade seja solitária, o que também não quer dizer que a solidão seja um poço de virtudes, e as crenças coletivas, de vícios.
A minha crença é a liberdade. Na minha imaginação, os meus adversários estão sempre de pé, lutando. Eu os combato porque incivilizados, não porque considere a minha eventual incivilidade superior à deles. Eu acredito que é uma imposição moral controlar a besta que mora em todos nós, em vez de soltá-la.
Um brinde à liberdade e às idéias que nos fazem melhores e mais donos do nosso destino! No mundo laico, essa é a minha religião. A minha ética é a do guerreiro; quem elimina ou constrange o outro na porrada é o terror.

Por Reinaldo Azevedo

domingo, 27 de março de 2011

O Poder do "Eu"

O Poder do "Eu"
   
 

 
 
Todo ser humano na face da terra é descendente de um homem. A Bíblia assim o diz, e até existe alguma evidência genética para apoiar esta afirmação. Porém o que mais preocupava os Sábios do Talmud sobre este fenômeno era: o que isso significa? Qual sua relevância prática para o modo como levamos nossa vida?
O Talmud oferece diversos pontos de vista. O primeiro, e mais óbvio, é a lição que todo e qualquer indivíduo tem igual valor: "todo homem foi criado igual" não é apenas uma convicção, mas um fato. Como declara o Talmud: "Nenhum homem pode dizer a seu próximo: 'Meu ancestral era mais importante que o seu.'"
O segundo fala do valor da vida. "Aquele que destrói uma única vida, é como se destruísse o mundo inteiro; e aquele que preserva uma única vida, é como se preservasse o mundo inteiro."
Em terceiro lugar, vem uma reflexão sobre a singularidade do Criador. Em quarto, há uma demonstração da infinita diversidade latente naquela singularidade (todo ser humano é descendente de uma pessoa, porém não existem duas pessoas exatamente iguais!).
Finalmente, há uma profunda lição no poder do indivíduo. Nas palavras do Talmud, "Todo homem é obrigado a dizer: Por minha causa o mundo foi criado." Como declara a Torá, D'us passou seis dias fazendo um universo, criando o físico e o espiritual, tempo e espaço, matéria e energia, água e terra, estrelas e árvores e animais - e então criou um único ser humano (subseqüentemente dividido em metades, masculina e feminina) e disse a ele/ela: "Tudo isso é para te servir."
Aquele homem - chamado Adam, "homem" - é todo homem. Um plano finito tem apenas um centro; em um plano infinito, cada ponto é seu centro. Neste mundo de infinito potencial que D'us criou, todo e cada um de nós é o próprio centro: o foco de Sua criação, a força que o leva à realização.
Todos nós acabamos de testemunhar, com tremenda clareza, o poder do indivíduo. Como uma única pessoa, armada somente com pouco mais que profunda determinação, pode destruir as vidas de milhares de outros, e provocar o caos nas vidas de milhões. Mas a Torá nos assegura que o poder de fazer o bem é infinitamente maior.
Todo homem é obrigado a dizer: "Por minha causa o mundo foi criado."

Qual o propósito da existência?

por Tzvi Freeman
 



   
  A maioria de nós se pergunta "por que estou aqui?", "Por que este universo inteiro (aparentemente) está aqui?" ou "Qual o propósito?"

A resposta breve:
O universo não precisa estar aqui. Não há razão para que você, ou eu ou eles, ou qualquer coisa, tenhamos de estar aqui. A Realidade Suprema (i.e., D’us ) não tem necessidade de que nada exista – como explica Maimônides no início de sua obra Fundações da Torá.

Mas quando D’us fez tudo existir, Ele o fez com um desejo a ser encontrado dentro de Sua criação e Ele investiu todo Seu Ser naquele desejo. Aquele desejo é um elemento essencial da realidade. Chame-o de propósito. Ele se desenrola através da história e por fim floresce abertamente.

Explicar aquele propósito exige um contexto, o que equivale a dizer que precisamos de uma resposta mais longa.

A resposta mais longa:
Quem levantou este problema, afinal de contas?

Contrário ao equívoco popular, esta não é uma pergunta feita por todas as pessoas pensantes no decorrer dos tempos. Pois, embora você possa não perceber, sua pergunta passa por um conjunto inteiro de pressuposições. O próprio fato de que esta dúvida o incomoda significa que você tem – talvez inconscientemente – interiorizado a opinião da Torá sobre a realidade. Ou seja, que o mundo foi trazido à vida por um Criador.

Porque se o mundo não foi criado, se está "só aqui," então para que perguntar sobre propósito? Como disse um dos grandes do Budismo moderno: "Não vejo propósito algum em todo esse cosmos." Por que deveria ele? As coisas que "só estão aqui" não precisam de um propósito.

Mas a Torá nos diz que o universo foi criado. O tempo tem um início. Se é assim, a noção de propósito tem significado: Por que as coisas começaram? Para que existir alguma coisa e não apenas deixar o nada em paz?

Em segundo lugar, você está pressupondo que há uma consciência por trás da criação. Consciência significa "um processo decisivo." As coisas não acontecem simplesmente por uma cadeia de causalidade linear – A, portanto B; B, portanto C; até o infinito. Também não ocorrem "por acaso" (seja lá o que isso signifique). Há um projeto por trás do cosmos e aquele projeto não é inevitável. Novamente, esta é a postura da Torá: "No início D’us criou" – e não, "No início, as coisas simplesmente aconteceram."


Há um projeto por trás do cosmos e aquele projeto não é inevitável. Novamente, esta é a postura da Torá: "No início D’us criou" – e não, "No início, as coisas simplesmente aconteceram."

Como um aparte, nossas observações hoje em dia também apoiam isso. A estrutura do universo está aberta para nós como nunca antes, e, vejam, toda a evidência aponta para um universo proposital. Nas palavras de Paul Davies, um dos melhores expositores daquilo que está sendo chamado, O Modelo Antrópico do Universo: "…há uma inacreditável delicadeza no equilíbrio entre gravidade e eletromagnetismo dentro de uma estrela. Cálculos demonstram que alterações na força de qualquer uma delas apenas por uma parte em 104 seria uma catástrofe para estrelas como o sol… A pura improbabilidade de que tais ditosas coincidências pudessem ser o resultado de uma série de acidentes excepcionalmente felizes tem estimulado muitos cientistas a concordar com Hoyle, de que 'o universo é uma obra planejada'… Se o universo tivesse sido criado com leis ligeiramente diferentes, não somente nós (ou qualquer um) não estaríamos aqui para ver, como é duvidoso que houvesse qualquer estrutura complexa."

Outra delícia vinda da pura física moderna: o físico Brandon Carter registra que a velocidade da luz, multiplicada pela constante de Planck, e dividida pelo quadrado da carga do elétron, é aproximadamente igual a 137. Carter afirma que se este coeficiente fosse só um pouquinho maior que isso, então todas as estrelas seriam gigantes azuis e não haveria nenhum planeta, muito menos seres vivos. Se fosse um pouquinho menor, todas as estrelas seriam anões vermelhos e portanto os planetas orbitando ao redor delas seriam frios demais para permitir qualquer tipo de organismo. A velocidade da luz, aparentemente, foi fixada no início para o bem de todo o show.

Há uma porção destas iguarias. A maneira única pela qual a água se expande ao congelar; as fantásticas coincidências que permitem a nosso planeta ter seu sistema mágico, protetor, distribuindo o calor e a umidade que dão a vida, chamado atmosfera; a precisão da órbita da terra e a distância do sol; a proporção de água para terra seca na superfície – são coincidências demais para deixar o moderno deus do acaso ter uma chance de credibilidade. Um Criador consciencioso com um projeto em mente parece uma hipótese muito mais elegante. A pergunta: "Qual o propósito deste projeto?" pode ser estruturada em outras palavras: "Já podemos ver o projeto no espaço – podemos espreitar o projeto no tempo?"

Mas agora, voltemos ao assunto do contexto:

Qual o tamanho do problema?

A Torá cria o problema do propósito, e a Torá faz o problema quase impossível de resolver. Por quê? Porque a Torá alega que D’us , o Criador de tudo isso, é perfeito. Perfeito significa "não ter nada faltando". Eterno Verão Polinésio. Sem defeitos. Nenhuma necessidade. Tudo está lá. Não apenas tudo que podemos imaginar está no supremo estado de perfeição – suprema sabedoria, supremo conhecimento, suprema criatividade, suprema beleza – como também aquilo que não podemos imaginar, pois não é parte de nosso mundo.

O propósito, por outro lado, implica uma deficiência ansiando por compensação, i.e., "Eu não tenho isso – como posso consegui-lo?" Preciso de alimento – eu como. Preciso de abrigo – construo uma casa. Preciso de amor – inicio um relacionamento. Portanto, relacionamentos humanos, comer e construir, todos esses têm um propósito.

D’us não está faminto. Ele não precisa Se preocupar sobre ficar molhado com a chuva. Ele pode passar muito bem sem iniciar um relacionamento. Ele é perfeito. É isso que faz dele D’us . Portanto, se D’us de nada precisa, por que Ele precisa de um mundo?

Razões razoáveis
Talvez D’us seja um artista. Os artistas precisam de sua arte? Bom material para a festa: Um artista plenamente realizado, apesar disso, produziria mais obras primas?

De forma interessante, o Zohar apresenta uma razão para a criação ao longo dessas linhas. Numa passagem freqüentemente citada, o Zohar (Parashat Bô, 42b) menciona que o mundo foi criado: "…para que houvesse criaturas que O conhecessem em toda medida pela qual Ele dirige Seu mundo, com bondade e com critério, segundo os atos de humanidade. Pois se Sua luz não se espalhasse a cada uma de Suas criações, como Ele seria conhecido? De que maneira se cumpriria 'Toda a terra está repleta de Sua glória'?"

Rabi Chaim Vital, importante porta-voz do Ari (mestre cabalista Rabi Isaac Luria), explica a profundidade dessa passagem. Sem o ato de criação, todas as infinitas perfeiçõs de D’us estariam em um estado de potencial (Etz Chaim, Shaar HaHakdamot, Hakdama 3). A Criação é como a expressão de um artista, fazendo o potencial se tornar realidade.

Certamente, esta razão é absolutamente verdadeira, pois é parte de nossa Sagrada Torá, que é toda verdade. Porém os mestres chassídicos insistem que este não pode ser o propósito supremo. Porque ainda coloca limitações humanas em um D’us ilimitado.

Como enfatiza Rabi Sholom Dovber de Lubavitch ("O Rashab"): "Se D’us é verdadeiramente perfeito em todos os sentidos, então Ele não sente falta nem da perfeição que vem com os potenciais sendo realizados." Ele é o artista e a arte num todo perfeito. Na clássica declaração do Rashab: Para um ser criado, o que é potencial não é verdadeiro. Mas Acima, isso não ocorre. O potencial não é falta de realização. O potencial e o verdadeiro existem como um. (Sefer Hamaamarim 5666; veja Likutei Sichot do Rebe, vol. VI, pág. 18-25).


O que ocorre é que D’us nem precisa ser um artista – seja o que for que a expressão artística pudesse Lhe dar. Ele já é sem precisar fazer nada. Na linguagem da Cabalá, o Infinito tem Luz Infinita, que manifesta todas as perfeições. Portanto, que necessidade há de um mundo?

Mais argumentação razoável
Rabi Chaim Vital apresenta uma outra razão: "Quando Lhe deu vontade, Bendito seja Seu Nome, de criar o mundo para fazer o bem a Suas criaturas, para que elas pudessem reconhecer Sua grandeza e mérito de ser um veículo para o que está acima, conectar-se com Ele, Bendito seja." (Eitz Chaim, Shaar HaKlalim).


D’us não está faminto. Ele não precisa Se preocupar sobre ficar molhado com a chuva. Ele pode passar muito bem sem iniciar um relacionamento. Ele é perfeito. É isso que faz dele D’us . Portanto, se D’us de nada precisa, por que Ele precisa de um mundo?

D’us é bom, portanto cria. Isso é levar as coisas um pouco mais além: ser bom é mais que auto-expressão, mais que ser um artista. Tanto o artista quanto o filantropo doam. Mas enquanto o artista é impulsionado pela ânsia de mostrar seu talento, o filantropo é impulsionado pelas necessidades dos outros. Para o artista, a platéia não tem valor intrínseco, que não seja o de vitrine para sua arte. O filantropo, porém, está preocupado com mais que simplesmente dar – está preocupado de que alguém esteja recebendo. Se está doando alimentos, está preocupado de que as pessoas não passem mais fome. Se está financiando a educação, preocupa-se com que os estudantes não sejam mais ignorantes. O mundo pessoal daquele que recebe é de suma importância para ele.

Esta razão evita a cilada da razão anterior: Não adianta nada se D’us disser: "Se houvesse seres criados, Eu seria bom para eles." Isso precisa realmente acontecer, eles têm de estar realmente lá e receber a bondade. É isso que é ser bom. Portanto, um mundo passou a existir por implicação da absoluta bondade de D’us . Mais uma vez, na linguagem da Cabalá (porque é uma linguagem muito elegante para discutir estes assuntos), a Luz Infinita não é suficiente – deve haver recipientes para absorver aquela luz e reagir a ela, i.e., um mundo.

Toda a luta e tribulação da humanidade pode ser explicada desta forma: Por que temos livre arbítrio? Por que devemos andar às cegas no escuro? Por que todo este conflito? Tudo porque D’us é bom e nos deseja o bem supremo. "Pão grátis" – dizem os Sábios – é o "pão da vergonha." Se você deseja realmente doar aos outros, dê-lhes a oportunidade de ganhar o presente. Este é o pão dignificado. Por isso D’us permite que lutemos, para que possamos ter um senso de propriedade com os frutos de nossa labuta.

Problemas maiores
Sim, mas…
A verdade é que ainda não mostramos metade do problema. Veja bem, o nosso não é o único mundo. A Torá fala sobre anjos e almas. Os anjos aparecem do outro mundo para falar com Avraham, Lot, Hagar, Yossef, e até para lutar com Yaacov. Então não se trata de "D’us está aqui e aqui está nosso mundo." Há estágios neste ínterim.

Mesmo o melhor dos mundos é um desapontamento para um D’us perfeito. A criatividade, quando você é perfeito, não significa fazer mais – significa fazer menos. Como diriam os cabalistas, D’us cria mais com sombras que com a luz.

É um processo de atrito: Ele começa com luz infinita. Depois, cria um estado de consciência que de certa forma está vazio de Sua presença. Depois Ele desenha naquele vazio uma sugestão da infinita luz, para dar àquela consciência forma e vida. Este é um mundo. Ele repete o processo, criando novamente um vácuo, depois o preenche com uma alusão infinitesimal de luz do mundo anterior. Outro mundo. O processo é chamado tzimtzum e continua através de infinitas etapas, até que chega a etapa mais inferior possível, i.e., você não vai gostar disso… nosso mundo!

Por que nosso mundo é o mais inferior possível? Porque todo o conceito de nosso mundo é simplesmente ser um mundo. Parecer inteiramente auto-contido. Como se estivesse "simplesmente aqui" (como afirmou aquele budista).

Olhe para fora. Talvez você veja uma árvore. O que diz a árvore? A menos que você seja um daqueles videntes que passam a tarde conversando com árvores, ela diz somente uma coisa: "Aqui estou. Aqui eu estava. Simplesmente estou aqui." Certo, seres humanos que utilizem suas mentes lerão beleza e significado naquela árvore. Mas aquilo tem a ver com a natureza espiritual inerente do ser humano. A árvore, por si própria, como tudo no mundo terreno, tem somente uma coisa a dizer: "Estou aqui." De fato, é isso que mesmo nós seres humanos chamamos de "realidade." Se pensarmos sobre isso, a vida humana é um exemplo ainda melhor daquilo que estou falando. Mais que a árvore. Ou mesmo uma rocha. Porque seres humanos são a última palavra em "simplesmente ser."

Olhe pela janela e veja todos aqueles seres humanos atarefados. Veja como cada um cuida de seus assuntos com o mesmo ar de egocentrismo. Não é algo para se ficar constrangido – é assim que as coisas são. Podemos sentir as emoções do outro, podemos sentir o intelecto do outro, mas quando se trata do ego, para cada um de nós, há apenas um ego em todo o cosmos, e este é o nosso. Seis bilhões de "vocês", "eles" e "elas". E somente um "eu."

O filósofo da Renascença, Rabi Judah Loewe (o Maharal de Praga) enfatiza isso (em seu comentário sobre Ética dos Pais 3:2): Todo ser humano – o primeiro homem, a criança, o sujeito caído na sarjeta, o mais poderoso ditador da História – todos eles compartilham esta percepção: "O universo gira ao meu redor." Sim, podemos ver um pouco além disso ou pelo menos escondê-lo sob o verniz da etiqueta social. Mas com a mesma certeza de que há ossos em nosso corpo, aquele ego estará sempre no âmago daquilo que fizermos. É o fator que define nosso mundo.

Se nossa janela se abrisse a um mundo mais elevado, as coisas não se pareceriam assim. Num mundo mais elevado, aquilo que você vê como árvore seria um anjo. "Anjo" – malach em hebraico – significa mensageiro. Um mensageiro dizendo: "Sou uma criação. Estou dizendo a você alguma coisa sobre como eu fui criado e o que me dá vida." Lá, as criações são mais como a luz refletindo sua fonte, ou informação comunicando de um transmissor mais elevado.

Mas em nosso mundo, parte alguma dessa mensagem alcança bom êxito. Com toda a codificação, compressão, filtragem e distorção ao longo do caminho, termina em algo ilegível e adulterado. O que resulta em egos. Incluindo os egos que negam completamente terem um Criador. Alguns até acreditam que eles mesmos são D’us , tendo criado tudo que existe neles próprios. (Você provavelmente já encontrou alguns deles – mais comumente vistos nas ruas da cidade entre 5 e 6 horas da tarde).


Portanto, como comenta o Rashab, a razão de Rabi Chaim Vital é um bom motivo para um mundo muito mais elevado que o nosso. Como na primeira emanação de um mundo. Mas então, por que continuar a corrente de ocultação e distorção para chegar ao nosso? Para ser bom e agradável, Ele teve realmente de criar um local que se tornasse uma confusão tão obscura e horrível? Ele precisa criar uma realidade que afirma ser tudo que há? Ele precisa criar egos? Criar algumas emanações básicas, ser bom para elas e parar por aí!

O verdadeiro problema

Tudo isso, sem mencionar o mais fundamental dos argumentos: Quem decidiu que ser bom com o próximo é uma boa coisa? Quem criou "bondade" e suas definições? Ele! Juntamente com todas as regras da lógica e da racionalidade. Portanto, voltamos ao ponto de partida: há um motivo razoável para a lógica e racionalidade e bondade e recipientes da Infinita Luz ou para qualquer outra coisa existirem?

Maimônides, em seu Guia para os Perplexos, responde um firme não. Por todos os motivos declarados acima e ainda mais. Não há razão. Ponto final. Ele não precisa de nosso mundo. Ele não precisa de nós. Mas há propósito. Absoluto propósito.

Agora, vamos à resposta realmente curta:

Como dissemos, D’us não tem necessidade ou "razão" para criar um mundo. Ele apenas o fez. Mas quando Ele o fez, foi com um propósito. Ele decidiu desejar ter dois opostos de uma vez:

Um mundo terreno, real…
…descobrindo seu Criador em todos seus aspectos.

Na linguagem do antigo Midrash:
"Ele desejou um mundo para Si Mesmo no mais inferior dos mundos "

Agora, a explicação:

"O mais inferior dos mundos." Como explicamos acima, é nosso mundo. Em termos de "clareza de sinal" – informação clara sobre sua fonte – você não pode ir mais baixo que isso e ainda ter algo existindo. É isso que o faz parecer tão real – a falta de aparente conexão com sua fonte. E é isso que o torna tão importante, a tal ponto que dentro dele está o propósito de todas as coisas.
Se isso parece contra-intuitivo, é porque é mesmo. Acostume-se a isso. A partir daqui, todas as nossas conclusões estarão baseadas neste princípio contra-intuitivo. Tudo bem que ele seja contra-intuitivo porque, como você se lembra, não é razoável. D’us não precisa de um lar. Ele está perfeitamente bem não fazendo nada. Ele apenas quis desejar isso. E Ele pode decidir desejar tudo aquilo que decidir desejar. Isso não significa – e é importante assinalar – que Ele realmente não deseja isso. Pelo contrário, você já teve de lidar com um desejo irracional? A razão tem seus limites, mas quando as coisas são decididas "só porque sim," você não está lidando mais com algo que possa alterar. Está lidando com a pessoa completa.
 

Ninguém abordou tanto este tema como o Lubavitcher Rebe, cuja abordagem a todo problema na Torá e no mundo é enquadrá-lo no contexto de sua dinâmica: A Essência de Todas as Coisas deseja uma morada dentro da mais concreta realidade.

Então aqui, também, D’us decide. "Isso o que escolho desejar, só porque assim decidi." E então, Ele está lá naquele desejo em toda Sua essência.

A criação contém apenas o mais ínfimo traço de um raio de um reflexo da luz do Criador. Somos todos uns nadas desnecessários. Mas em Seu desejo por Sua criação e esta realização, ali está Ele em Sua plenitude.

Elegância
Contra-intuitivo. Mas imaculadamente elegante. Antes de mais nada, nenhuma outra resposta expressa tão bem aquilo que os cabalistas chamam de "a simplicidade do infinito." O Infinito, bendito seja, está além da razão, além da busca pela perfeição. Todas essas nada mais são que ficções de seu próprio projeto. Colocar propositadamente o propósito no mais inferior dos mundos é uma expressão pungente deste ponto. De fato, é a suprema expressão do infinito Essencial.

Em segundo lugar, faz muito sentido dos padrões que vemos por todo o cosmos. E por todo o esquema do cosmos – a Torá. Em toda parte está o casamento dos opostos, este processo do mais elevado encontrando-se no inferior, o centro encontrando-se no periférico, o Único ser expresso nos muitos. Ninguém abordou tanto este tema como o Lubavitcher Rebe, cuja abordagem a todo problema na Torá e no mundo é enquadrá-lo no contexto de sua dinâmica: A Essência de Todas as Coisas deseja uma morada dentro da mais concreta realidade. A fusão dos opostos, também, é uma magnífica expressão daquela Essência que está além de todas as configurações binárias de sim e não, de ser e não ser.

Em terceiro lugar, embora esteja além da razão – pois é a razão que a razão passe a existir em primeiro lugar – ainda é algo com o qual podemos nos relacionar intimamente. Afinal, nós, também, desejamos uma morada. Nossa vida inteira e nossa ânsia irracional por vida é toda sobre este desejo de nos encontrar dentro de uma realidade concreta.

Quais são as implicações contra-intuitivas deste desejo contra-intuitivo de ter um lar nesta espelunca?

Por um lado, o universo metafísico acabou de ser virado de cabeça para baixo. Os anjos e os mundos mais elevados giram ao redor da terra. Eles estão sujeitos a nós aqui. Como nos diz o Midrash (Cântico dos Cânticos), quando a hoste celestial acima deseja saber quando é hora de entoar as canções do festival da Luz Nova, eles devem descer aqui para descobrir o que decidimos.

Mishná diz: "Conheça aquilo que está acima de você" (da mah l'maalah mimach) e o Maguid de Mezeritch traduz: "Saiba que tudo que está acima, vem de você." Tanto quanto eles descem o olhar para nós, todos aqueles seres espirituais dependem de nós para seu próprio sustento e itinerário cotidiano. Por outro lado, esqueça a escalada. Entrar no paraíso pode ser mais arrebatadoramente refrescante que uma Pepsi, mas é apenas um meio para um fim. O trabalho da humanidade não é ser cosmonautas espirituais, mas mineiros cósmicos, sondando os céus em busca da inspiração para prosseguir sua obra aqui em baixo. E qual é aquela obra em baixo? Arar os campos da vida terrena para que ela possa absorver a chuva vinda do alto, plantar e ajuntar as sementes dos atos celestiais feitos aqui na terra, construir e sustentar um santuário para o Mais Alto de todos os Altos aqui em baixo no mais inferior dos inferiores. Em outras palavras, estudar Torá, cumprir mitsvot e suportar todos os desafios até aí.

Eis por que, segundo Nachmânides em sua obra Shaar Hagmul, o supremo estado da grande jornada humana não é como almas no céu, mas como almas em corpos. Ao final dos dias, escreve ele, todas as almas retornarão a seus respectivos corpos e ali permanecerão para a felicidade eterna.

Revelação concreta
E uma outra coisa: construir uma morada num mundo inferior não significa que este mundo agora torna-se etéreo e angélico. Já existem suficientes mundos angélicos e etéreos. Não, ele tem de permanecer tão concreto, mundano e absoluto quanto foi criado. O único ajuste é que esta mesma mundanidade será percebida como Divina.

Eis por que a morada não pode vir do alto – construída por anjos ou mesmo pessoas que nada têm a ver com o mundo rela. Nenhuma mercadoria pré-fabricada. Se você deseja uma casa na Costa Rica, isso significa uma casa na Costa Rica construída por costarriquenhos com materiais da Costa Rica. O mesmo aqui – e somos os nativos. Nós, os egocêntricos, materialistas, terrenos aborígenes.

Tome como exemplo aquele egocentrismo com o qual constrangemos a todos no início deste artigo, aquele profundo sentimento que todos nós temos de que "Eu sou mais eu." Isso, por si mesmo, é a maior de todas as revelações, algo que os anjos jamais poderiam tocar. Afinal, de onde vem esta idéia? Como D’us criou uma aparição assim?

A resposta é que o Criador pode criar algo assim, porque Ele Próprio é exatamente assim: O Supremo Ego. Ele é o Centro de Todas as Coisas. Ele é Tudo Que é – pra valer. E assim, quando Ele sopra de Si Mesmo em uma criatura feita de barro terreno, aquela criatura sente-se exatamente da mesma maneira: Ego. O supremo centro de todas as coisas.

Esta é também a origem daquele senso de estar "simplesmente aqui." Como pode uma criação parecer estar "simplesmente aqui," como se sempre estivesse? Só porque é a suprema criação de um Criador que realmente está Simplesmente Aqui. Na linguagem de Rabi Schneur Zalman de Liadi ("O Alter Rebe") em um de seus últimos escritos:

"A Fonte de todas as emanações, Sua existência é de Seu próprio ser e não o efeito de qualquer causa que O tenha precedido. E portanto, somente Ele tem a capacidade de criar algo a partir do nada absoluto, sem nenhum precedente ou causa para sua existência…" (Tanya, Igueret HaKodesh 20).

Rabi Schneur Zalman prossegue descrevendo como a suprema expressão disso está na terra física sobre a qual caminhamos. E é por isso que ela se parece da maneira que se parece: Porque é um reflexo da suprema realidade.

Acontece que este mundo inferior e egocêntrico tem algo que nenhum mundo mais elevado pode oferecer: A Essência. Além disso: Não somente é o desejo de D’us por uma morada dirigido a este nosso mundo – como é a única propriedade apropriada para tal zoneamento. Porque a Essência simplesmente não pode ser expressa em nenhum outro lugar a não ser dentro de um mundo terreno, concreto e egocêntrico. Como está escrito no antigo Livro da Formação: "O início de todas as coisas está embebido em seu final."

Uma "morada no mundo inferior," então, não significa a aniquilação do ego e uma realidade mais obscura. Significa simplesmente que estas coisas serão avaliadas por aquilo que realmente são: As supremas formas da expressão Divina.

Aplicação Prática
Com toda esta contra-intuição, uma aplicação prática é exigida:

Digamos que alguém está para fazer uma refeição. A sabedoria comum colocaria todas as posturas possíveis a este exercício entre dois pólos:

A postura insensata, egocêntrica: "Estou faminto. Se estou faminto, eu como. Esta comida é o que gosto. Eu como aquilo que gosto. Por quê? Porque quando estou com fome como a comida que gosto."

A postura esclarecida, abnegada. "Estou faminto, mas isso não é importante. Nem ao menos percebo que estou faminto, porque estou tão envolvido em assuntos metafísicos mais elevados – o que é a comida, afinal? O que é a fome? O que é um corpo? O que sou eu? Porém, como D’us me ordenou sustentar este corpo e isso é feito através do alimento, aceitarei uma pequena porção de
comida para cumprir minha obrigação."

Qual desses cumpre o propósito do Criador na criação?

A resposta, evidentemente, é "nenhum deles." A primeira postura tem um quê de mundo real, mas nenhum senso de que ali more nada mais que o ego humano. A segunda tem uma Consciência Mais Elevada morando ali, mas nenhum mundo real. Porque o sujeito suprimiu aquela parte de si mesmo que faz dele um cidadão deste reino egocêntrico e inferior. Para atingir o mandato de uma "Morada Divina neste mundo inferior," deve haver um nexo destes dois pólos.

Portanto, tente uma terceira opção de tamanho, como aprendi do grande mestre dos mestres do pensamento Chabad, Rabi Yoel Kahn:

"Estou com fome. Quando estou faminto, eu como. Por quê? Porque isso é o que fazem seres terrenos como eu. E aqui está a comida que gosto de comer. Mas, espere. Tenho um propósito. Meu desejo por comida tem um propósito. Portanto, recitarei uma bênção sobre o alimento e o comerei com o estado de espírito apropriado de que estou comendo para cumprir meu propósito na vida e fazer muitas coisas boas. Agora vamos à refeição."

Nesta postura, há uma pessoa real, vivendo em um mundo real, mas fazendo algo Divino. E assim D’us diz: "Sim! É isso que Eu estava procurando!"

Contra-intuitivo. Mas factível.

quinta-feira, 24 de março de 2011

«Vivemos em cidades, em ofícios, em famílias. 
Mas o lugar onde vivemos em verdade não é um lugar. 
O lugar onde vivemos verdadeiramente não é aquele onde passamos os nossos dias,
mas aquele onde esperamos - sem conhecer o que esperamos -, 
aquele onde cantamos - sem compreender o que nos faz cantar.» 


Christian Bobin 

quarta-feira, 23 de março de 2011

Para Pensar!

Eu não me importo muito com o que os outros pensam sobre o que eu faço, mas eu me importo muito com o que eu penso sobre o que eu faço. Isso é caráter. (Theodore Roosevelt)

sábado, 19 de março de 2011

A catástrofe no Japão

O Japão está sendo, pela segunda vez, a vítima principal do fogo nuclear, fruto do ativismo da suprema arrogância do homem moderno.
Quando vi as primeiras imagens do terremoto e, depois, do monumental tsunami que o seguiu, eu parei diante da TV e rezei. Em meu imaginário mais apocalíptico eu sempre considerei que o fim do mundo, se um dia vier, será daquela forma. Na verdade, as cenas exibidas já estavam nos filmes do chamado gênero de cinema-catástrofe e nos de ficção científica futurista. Não dá para não se compadecer com o sofrimento da população japonesa, em geral, e especialmente naquela que reside próximo ao epicentro dos eventos.

Vimos que depois da fúria dos elementos tudo se acalmou. O mar voltou ao seu vai e vem normal. A terra ficou firme. Essa é a característica dos males naturais: a natureza se corrige a si própria e, passada a tempestade, sabemos que sempre virá a bonança. Mas os males causados pela mão humana são de outro feitio. Estamos vendo agora os horrores das avarias nas usinas nucleares. O homem resolveu brincar de Deus fabricando o fogo das estrelas. E, como no mito, soltou os demônios e não consegue mais fazê-los voltar à caixa que os continha. O mal em largas proporções que as avarias das usinas pode fazer ainda não tem como ser dimensionado. A figura emblemática do Imperador japonês vindo à TV falar sobre o assunto mostra que a gravidade não é pequena. Em maio próximo vou oferecer um curso que terá como foco a obra de Goethe, Fausto. Este livro sempre me seduziu e me puxou para dentro de si. A questão do mal tem sido premente em tudo aquilo que tenho lido. Nos últimos tempos resolvi aprofundar meu estudo sobre o Fausto e sobre o seu autor. Fui compelido a fazer isso, eu que poderia estar fazendo qualquer outra coisa. Mas o Fausto me seduziu e em tão má hora estou concluindo minhas pesquisas para o curso. Goethe conseguiu, a um só tempo, fazer a crônica da modernidade e prever a tragédia que viria por obra desse novo homem, que nasceu do abandono da fé cristã ou, mais precisamente, do novo homem que passou a cultivar o Negador. Goethe registrou esse momento da alma coletiva do Ocidente.

Quando Mefistófeles alcunhou de forma irônica o seu pupilo de Dom Microcosmo é que vemos um instante da genialidade de Goethe. O símbolo está em toda parte, tendo tomado o lugar antes reservado à cruz. Na expressão poética está contida toda a arrogância do homem moderno, que resolveu "aperfeiçoar" a natureza, a natural assim como a social. Só podia dar nas tragédias do século XX; só podia dar na tragédia atual de Fukushima. O Japão está sendo, pela segunda vez, a vítima principal do fogo nuclear, fruto do ativismo da suprema arrogância do homem moderno. A tragédia vai se prolongar. O Japão empobreceu instantaneamente e ainda não é possível medir o tamanho do empobrecimento. Toda a população japonesa sofrerá com esse empobrecimento repentino. Se for preciso remover centenas de milhares de pessoas de suas casas será uma tragédia imensa, desconhecida em tempos de paz. Fácil mover pessoas, mas a infra-estrutura deixada para trás não é reprodutível facilmente. Onde irá toda essa gente? Onde morar? Água? Esgoto? Empregos? Escolas? Deixar tudo para trás é um sacrifício sem limite. Sem contar as seqüelas psicológicas inevitáveis em um momento de exílio involuntário, talvez para nunca mais.
Em boa hora os países nuclearizados estão revendo sua política nuclear e revisando suas normas de segurança. Espero que nosso governo faça o mesmo. É hora de ter prudência e meditar sobre os limites da ação humana. Que o sacrifício japonês não seja em vão!

sexta-feira, 18 de março de 2011

A Irmandade Muçulmana do Egito: Em Suas Próprias Palavras

  • A Irmandade Muçulmana tem exercido um papel de maior importância na organização dos protestos contra o regime político egípcio à medida que apresenta seu programa político independente. Rashad al-Bayumi, o segundo homem em importância na Irmandade, anunciou em uma entrevista à televisão japonesa que o grupo se uniria a um governo transitório a fim de cancelar o tratado de paz entre Egito e Israel, uma vez que o mesmo “ofende a dignidade dos árabes e destrói os interesses do Egito e de outros Estados árabes”. A seguir ele enfatizou que o Egito não precisa de ajuda americana.
  • A Irmandade Muçulmana participa, sim, de atividades políticas e defende o processo democrático. Todavia, isso não acontece porque ela tenha aceitado os princípios da democracia ocidental, mas porque o processo democrático pode ser explorado para estabelecer um regime islâmico que, então, tornará a democracia desnecessária.
  • O Guia Supremo da Irmandade Muçulmana, Muhammad Mahdi ’Akef informou ao jornal egípcio Al-Karama, em 2007, que apenas o islamismo era a expressão da verdadeira democracia. “O Islamismo e seus valores precederam o Ocidente fundando a verdadeira democracia, exemplificada pelo Shura [o conselho consultivo dos Califas]”.
  • O site oficial da Irmandade observa que a jihad (guerra santa) é o instrumento mais importante do islamismo para efetuar uma conquista gradual, a começar com as nações islâmicas, prosseguindo para restabelecer o califado nos três continentes em preparação para uma conquista do Ocidente e, finalmente, para a instituição de um Estado islâmico mundial.
  • O planejamento passo-a-passo da Irmandade Muçulmana determina sua suposta “moderação”, a qual irá desaparecer gradativamente à medida que suas realizações aumentem e sua aceitação da situação existente seja substituída por um rígido governo muçulmano ortodoxo, cuja política externa seja baseada na jihad.

A Irmandade Muçulmana se Unirá a um Governo Transitório

O governo Obama discutiu com líderes egípcios uma proposta de renúncia imediata do [então] presidente Hosni Mubarak e a entrega do poder a um governo transitório encabeçado pelo [então] vice-presidente Omar Suleiman, com o apoio do exército egípcio, de funcionários do governo e de diplomatas árabes, informou o New York Times no dia 3 de fevereiro de 2011. De acordo com a proposta americana, o governo transitório incluiria membros de uma ampla diversidade de grupos oposicionistas, inclusive da Irmandade Muçulmana.
A Irmandade Muçulmana, um movimento global que tem o Hamas como seu ramo palestino, tem exercido um papel de maior importância na organização dos protestos contra o regime político egípcio à medida que apresenta seu programa político independente, desafiando tanto a administração americana quanto Israel. Rashad al-Bayumi, o segundo homem em importância na Irmandade Muçulmana, anunciou em uma entrevista à televisão japonesa (e que foi citada pelo jornal al-Hayat) que o grupo se uniria a um governo transitório a fim de cancelar o tratado de paz entre o Egito e Israel, uma vez que ele “ofende a dignidade dos árabes e destrói os interesses do Egito e de outros Estados árabes”. A seguir, ele explicou que sua animosidade com relação ao governo americano deriva do apoio que este dá a Israel, enfatizando que o Egito não precisa de ajuda americana.

A Democracia é o Caminho de Entrada do Islamismo ao Poder

A Irmandade Muçulmana participa, sim, de atividades políticas e defende o processo democrático. Todavia, isso não acontece porque ela tenha aceitado os princípios da democracia ocidental, mas porque o processo democrático pode ser explorado para estabelecer um regime islâmico que, então, tornará a democracia desnecessária, como ficou evidente por meio de sua plataforma nas eleições parlamentares egípcias em 2007. A organização afirmou que estava participando das eleições porque “a Irmandade Muçulmana prega o caminho de Alá (...) [e, portanto, está participando] para cumprir com os mandamentos de Alá, de maneira pacífica, usando as instituições constitucionais existentes e uma decisão determinada pelas urnas de votação secreta”. Ou seja, a democracia é o caminho de entrada do islamismo ao poder.
Na plataforma da Irmandade Muçulmana também constava que “o governo [no Egito] deverá ser republicano, parlamentarista, constitucional e democrático, de acordo com a Sharia Islâmica (código de leis do islã)”, e que “a Sharia assegura liberdade para todos”. A organização não aceita o princípio da separação entre Igreja [Religião] e Estado, e o governo islâmico a que aspira é, para ela, uma realização da democracia.
A Irmandade Muçulmana participa, sim, de atividades políticas e defende o processo democrático. Todavia, isso não acontece porque ela tenha aceitado os princípios da democracia ocidental, mas porque o processo democrático pode ser explorado para estabelecer um regime islâmico que, então, tornará a democracia desnecessária.
Entrevistado dia 17 de setembro de 2007 pelo jornal diário egípcio Al-Karama, o Guia Supremo da Irmandade Muçulmana, Muhammad Mahdi ’Akef, disse que o slogan da campanha da organização seria: “A Sharia é a Solução”, e que os direitos humanos e a democracia seriam incluídos no governo sob a Sharia. Ele devotou sua carta semanal de 12 de maio de 2007 a uma exposição sobre a democracia vista de acordo com os olhos da Irmandade Muçulmana. Disse que apenas o islamismo, o qual foi dado aos homens por Alá, era a expressão da verdadeira democracia. ’Akef escreveu:
o islamismo precede [...] as doutrinas e ideologias inventadas pelos homens. A mensagem final e absoluta dos céus contém todos os valores que o mundo secular afirma ter inventado [...]. O islamismo e seus valores precederam o Ocidente fundando a verdadeira democracia, exemplificada pelo Shura [o conselho consultivo dos Califas], e o respeito do islamismo pela igualdade das outras religiões. [...] Com respeito à liberdade, o islamismo alcançou um objetivo que os pregadores seculares não alcançaram, pois a liberdade prometida pelo islamismo é genuína em todos os seus aspectos, mesmo quanto à fé e à religião. (...) Quanto à afirmação de que o islamismo não reconhece a autoridade civil, a autoridade do islamismo é democrática [....] ela é uma liberdade genuína, fornece igualdade na prática e é transparente; ela nunca oprime nem rouba ao homem seus direitos [...]. É sobre esse fundamento e com esses valores que a Irmandade Muçulmana clama por justiça, igualdade e liberdade.
’Akef nunca utilizou expressões ambíguas para se referir à sua visão sobre a democracia ocidental. No dia 30 de abril de 2005, ele disse ao jornal diário egípcio Al-Ahram que a Irmandade Muçulmana se opunha à democracia americana porque ela era “corrupta e servia aos programas americanos [...]. A Irmandade Muçulmana tem realizado manifestações contra a intervenção estrangeira e contra qualquer democracia que sirva aos americanos [...]. A democracia [americana] é corrupta porque quer destruir a nação [islâmica], sua fé e tradição”. Ele disse à BBC que a democracia ocidental “não era realista” e era “falsa”.
Um dos exemplos de ’Akef sobre os “valores corruptos” da América é a tentativa de impedir a circuncisão feminina na África. No dia 12 de julho de 2007, ele escreveu que “[os americanos] gastam bilhões de dólares e ininterruptamente maquinam mudar o modo de vida dos muçulmanos, promovem a guerra contra os líderes muçulmanos, as tradições de sua fé e de suas idéias. Eles até mesmo promovem guerra contra a circuncisão feminina, uma prática comum em 36 países, que tem prevalecido desde os tempos dos faraós”.

A Importância da Jihad

De acordo com a Irmandade Muçulmana, a jihad, isto é, a guerra santa contra os infiéis, é um dos elementos fundamentais difundidos pela Irmandade Muçulmana. A ideologia da organização, como aparece em seu site oficial, considera “o Profeta Maomé como seu líder e governador, e a jihad como seu caminho”. A jihad possui uma estratégia global que vai além da auto-defesa; é o incessante ataque a todos os governos dos infiéis, com a intenção de ampliar as fronteiras do Estado islâmico até que a humanidade viva debaixo da bandeira islâmica.
Ao clicar nos links “The Goals of the Muslim Brotherhood” [Os Objetivos da Irmandade Muçulmana] e “Muslim Brotherhood Measures” [Medidas da Irmandade Muçulmana] chega-se a explicações sobre a jihadjihad baseadas nos escritos do fundador da Irmandade Muçulmana, Hassan al-Banna. É observado ali que a é o instrumento mais importante do islamismo para efetuar uma tomada gradativa de poder, começando pelos países muçulmanos, seguindo para o restabelecimento do Califado sobre três continentes em preparação para a conquista do Ocidente e, finalmente, instituindo um Estado islâmico mundial. O site da organização declara:
Queremos um indivíduo muçulmano, um lar muçulmano, um povo muçulmano, um governo e um Estado muçulmanos que liderem os países islâmicos e que tragam ao sagrado aprisco a diáspora muçulmana e as terras que foram roubadas do islamismo, e que depois ergam o estandarte da jihad e o chamado [da’wah] a Alá. [Então, o] mundo aceitará alegremente os preceitos do islamismo [...]. Os problemas para conquistar o mundo apenas terminarão quando a bandeira do islamismo estiver tremulando e a jihad tenha sido proclamada.
O objetivo é estabelecer um Estado islâmico de países islâmicos unidos, uma nação debaixo de uma liderança cuja missão será reforçar a aderência à lei de Alá [...] e o fortalecimento da presença islâmica na arena mundial [...]. O objetivo [...] é o estabelecimento de um Estado islâmico mundial.
E, se a oração é o pilar da fé, então a jihad é o seu cume [...] e a morte no caminho de Alá é o auge da aspiração.
A Irmandade Muçulmana não esconde suas aspirações globais e o caminho violento que pretende seguir a fim de alcançá-las. A Irmandade é meticulosa em seu planejamento passo a passo, primeiramente de tomar posse da alma do indivíduo e depois da família, do povo, da nação e da união de nações islâmicas, até que o Estado islâmico mundial seja uma realidade. O princípio dos estágios dita a suposta “moderação” da Irmandade Muçulmana. Todavia, essa “moderação” irá desaparecer gradativamente à medida que as realizações da Irmandade Muçulmana aumentem e sua aceitação da situação existente seja substituída por um rígido governo muçulmano ortodoxo, cuja política exterior seja baseada na jihad.
Para a Irmandade Muçulmana, a jihad está no centro do conflito contra os Estados Unidos, o Ocidente, Israel e outros regimes políticos de infiéis. O supremo líder da Irmandade Muçulmana considera que o islamismo está deflagrando “uma batalha de valores e identidade” contra as forças do “imperialismo” e  os “anglo-saxões” que estão atacando o mundo árabe-islâmico “com o pretexto de difundir a democracia, de defender os direitos das minorias, e de se opor ao que eles chamam de terrorismo”. Ele aconselha os muçulmanos a adotarem “a cultura da resistência contra a invasão”, explicando que Alá deu “a jihad e a resistência às nações ocupadas e oprimidas como meios para alcançarem a liberdade”. Ele acrescentou que “a cultura da resistência à invasão e à ocupação têm aspectos intelectuais, militares e econômicos. A experiência na Palestina, no Iraque e no Afeganistão provou que a resistência não é imaginária ou fictícia ou impossível, mas que, em vez disso, é possível quando a nação [islâmica] apresenta uma frente unida e usa suas armas e sua fé para encarar um imperialista, quer ele venha com armas, quer nos inunde com suas idéias, seus valores ou sua moralidade obsoleta”. O sucessor de ’Akef, Mohammad Badi’, mantém a mesma plataforma. (Jonathan D. Halevi – Jerusalem Center for Public Affairs – www.jcpa.org - http://www.beth-shalom.com.br)
O tenente-coronel (da reserva) Jonathan D. Halevi é pesquisador-sênior sobre o Oriente Médio e sobre o islamismo radical do Jerusalem Center for Public Affairs (Centro de Assuntos Públicos de Jerusalém). É co-fundador do Orient Research Group (Grupo de Pesquisas Sobre o Oriente) e ex-consultor da Divisão de Planejamento de Políticas do Ministério de Relações Exteriores de Israel.

Nota:

Uma análise abrangente dos programas da Irmandade Muçulmana pode ser encontrada em “The Muslim Brotherhood: A Moderate Islamic Alternative to al-Qaeda or a Partner in Global Jihad?” [A Irmandade Muçulmana: Uma Alternativa Islâmica Moderada para a Al-Qaeda ou uma Parceira na Jihad Mundial?], de Jonathan D. Halevi.m
Publicado anteriormente na revista Notícias de Israel, março de 2011.