domingo, 30 de outubro de 2011

Obrigado Eterno.

Um pouco de reflexão sobre esta data. Abro este espaço primeiramente em agradecimento a minha famíllia especialmente minha mãe. Esta que me ensinou os deveres e valores de uma vida digna e consciente de nossos valores como ser humano, a você mãe a criança que um dia foi tem orgulho do homem que hoje sou. Mulher do interior sem conhecimento das palavras em alfabetização, dentro de um espaço, me ensinou desde cedo o caminho em que se deve andar, onde pisar e manter nossa mente e caminhar. Educação dispensada não somente a mim, todos tiveram o mesmo direito e receberam o mesmo carinho.  A meu PAI, homem de tamanha virtude, e coragem ao arrancar de uma cidade pequena a se aventurar numa cidade grande quatro filhos ainda pequenos casa para morar, escola para estudarmos, sem uma profissão. Homem que se abdicou de tudo que não deixou faltar nada, principalmente nos quesitos a ensinamento básicos de comportamento, desde cedo aprendemos como entrar e sair de onde estavamos, a você meu Pai meu muito obrigado. Por motivos de saúde hoje debilitado com o passar dos anos a idade avançada, não podemos comemorar juntos, nos abraçarmos, rirmos ( coisa que nunca fez) sempre durão. Tem esta dificuldade não tira o mérito como Pai, a você o meu muito obrigado. Sabemos que pela ciência ainda que com todo o avanço ainda não temos ainda como reverter este processo bastante avançado, que o senhor tenha ainda com toda deficiência de saúde muitos anos que possamos ver que com coragem e determinação, ver ainda que sem saber vendo seus netos crescendo. Correndo ao seu redor.  Com o passar dos anos, vamos nos afastando ou afastam de nós na verdade não vem ao caso, não cabe aqui reflexão, quantos amigos passaram na minha vida, tenho saudade daquele que passou, e que D´us o tenha bastante tenaz, amigo nas horas incertas, companheiro acolhedor. Sigamos em frente, agradeço a D´us por esta data e mais uma oportunidade de vida, naquele que é o criador de todas as coisas, obrigado pelo amadurecimento e conhecimento de sua palavra. Que siga em frente não por conhecimento humano, em espiríto e na verdade da sua lei e sempre socorrido por sua graça. obrigado Meu D´us hoje é meu aniversário,
Muito obrigado Adonai! 
Pelo privilégio de mais uma data, tenho certeza que com saúde todas as coisas serão acrescendas. Pois somente tú és digno e não me abandonaste.
Amém!

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Ainda resta uma esperança.

Para aqueles que acreditam no amanhã, que jamais entregam os pontos. E continuam sua difícil tarefa de lutar a cada dia. O meu fraterno abraço.



Guerra civil rima com Brasil PDF Imprimir E-mail
02 de março de 2009

"Porque, agora, vemos como em espelho, obscuramente; então, veremos face a face." 1 Co., 13:12
Por Waldo Luís Viana (*)
Quando era criança, adorava um joguinho com lápis e papel, em que aparecia uma série de pontos num quadrado para interligar. Unindo ponto a outro, ao final surgia o gorila. E como era feio o bicho. E eu sorria...
O tempo passou, fiquei adulto, mas permaneceram os olhos e as lembranças do menino. Todavia, não sorrio mais. O que estou vendo hoje, interligando os pontos, é muito perigoso.
Resta apenas desmoralizar as Forças Armadas e o Supremo Tribunal Federal como instituições. Como na Jerusalém do passado, não sobrará pedra sobre pedra, como um dia lamentou Jesus. Advirá o momento em que o diálogo entre o governante e o povo será direto, sem intermediários. Teremos então a flor do Lácio do totalitarismo...
O gorila estará visível e nu, como todo poder anticrístico. As instâncias intermediárias, as forças que auxiliam a sociedade civil a se proteger de nada mais valerão, a não ser para legitimar o estupro da nação. E nem será necessário colocar a oposição na cadeia, como queria Bakunin, porque neste país se opor é ato que beira o mau gosto. Oposição é crime de lesa-majestade!
Nenhuma resistência acontecerá, porque todos se tornaram  malandros e não vão colocar a cabeça de fora para ser decepada. E o país rumará ao patíbulo, sem a defesa de seus filhos.
Primeiro, tiveram que desmoralizar a classe política que está misturada ao pior esterco da corrupção; em seguida, a atmosfera de insegurança nas cidades e nos campos se generalizou, com assassinatos e o patrocínio do crime organizado ao delírio geral das drogas; mais adiante, a destruição da educação, da saúde e dos valores morais, como causas antiquadas e "cívicas" a serem minimizadas cotidianamente pela mídia. Vemos até o presidente da República atirando camisinhas ao populacho, nem se importando em discutir uma correta política de controle da natalidade.
Aliás, reproduzindo-se feito moscas, os pobres e miseráveis serão o caldo de cultura para a futura sociedade planificada na vontade de um homem só e seus asseclas. Se isso não for fascismo, não sei como se chama...
Estamos, finalmente, vivendo um filme de terror, em que os brasileiros são os mortos-vivos. Os movimentos sociais e sindicais permitidos vão fazendo o jogo de cena, próprio das ditaduras, fingindo opinião que não mais detêm, emudecidos por verbas oficiais. Estão calados e bem pagos, como estátuas de sal (ou pré-sal)...
Estou emitindo essas considerações, mas não sei até quando poderei fazê-las. A sensação de inutilidade, de malhar em ferro frio, é onipresente, porque é próprio das ditaduras desmoralizar qualquer oposição, colocando o crítico eventual numa situação de paralisia  psiquiátrica. Passou-se o tempo em que nos chamavam de "reacionários de direita". Agora, somos loucos mesmo, os que ousam remar contra a pretensa maré da maioria...
Alguns de meus censores, candidamente, me perguntam: por que você critica tanto o presidente? E eu respondo; tenho 53 anos e nasci durante o governo Café Filho, sujeito honestíssimo e de caráter ilibado. Aos catorze anos, na casa de meu pai, em plena ditadura, pude conversar por cinco minutos com um estadista, o ex-presidente Juscelino Kubitschek, e o SNI fotografava todos os que entravam no edifício. Testemunhei o transcurso do regime militar, os governos Sarney, Collor, Itamar, Fernando Henrique e o atual.
Cumprindo o princípio da história brasileira contemporânea, de que o futuro é sempre pior que o passado, jamais vi em minha vida um presidente tão descomposto e hilariante na capacidade de dizer asneiras e batatadas. Pensava que o mais folclórico, nesse sentido, teria sido o general Figueiredo, mas o atual, sem qualquer dúvida, bateu todos os recordes. Ele é o anticristo da estrela de cinco pontas que ainda vai nos trazer enormes tristezas e constrangimentos. E me recuso a crer que o brasileiro se identifique tanto assim com ele por ausência de espírito crítico, cultura e sabedoria.
Não me recordo de ter sentido tanto medo e insegurança como hoje em dia. Mudei do Rio de Janeiro, onde ouvia toda noite, em certo bairro nobre, o som das metralhadoras, como se estivesse ao lado de minha cama. Cansado de tantas balas perdidas por perto, resolvi morar em cidade pequena e felizmente ainda não conquistada pela bandidagem.
A despeito de tudo, não me calei. Quando ouço falar que o MST está matando gente em Pernambuco e que protesta contra o fechamento de suas "madrassas", escolas de alfabetização terrorista e fundamentalista no Rio Grande do Sul, fico boquiaberto.
Sou do tempo em que os estudantes da UNE protestavam contra o regime. Hoje, saem ridiculamente à rua para reivindicar meia-passagem nos ônibus e nos cinemas. Os estudantes "profissionais", empanturrados de verbas públicas, calaram definitivamente a boca e parece que, em contrapartida, a juventude só se interessa mesmo por  baladas regadas a maconha, crack, cocaína, LSD e ecstasy, para esquecer a realidade mórbida em que vivemos. E os combativos acadêmicos trotskistas de ontem são apenas os universitários conformistas de hoje, que passam trotes violentos...
Sou do tempo em que havia preocupação com a proletarização das Forças Armadas. Hoje, além de desequipadas e sem opinião, vão ter que curtir os expurgos futuros causados pela ampliação da lei da anistia e da abertura de arquivos acusatórios sobre alguns oficiais de pijama, ainda vivos. É claro que sob o nobre pretexto de não repetir a tortura, sempre hedionda, o governo procura criar um clima de exagero ao comparar o que ocorreu na ditadura militar com o holocausto nazista. A solução é utilizar o erário para recompensar e enriquecer ex-guerrilheiros e alguns falsos terroristas queridinhos do governo vigente.
No entanto, a protoditadura que aí está, não satisfeita,  quer ainda armar o circo da divisão social. Como Mussolini, dividir a sociedade em compartimentos estanques para melhor governar e poder sobressair.
Nesse contexto, temos o pobre, como entidade genérica eternamente defendida pelo salvador de plantão, colocado em litígio contra as classes dominantes, que nunca estiveram tão bem protegidas e prestigiadas, como neste governo. Negros insurgem-se contra brancos, homossexuais contra heteros, índios e quilombolas contra agricultores, mulheres contra homens, deficientes físicos contra não deficientes - enfim, onde possam se constituir subdivisões sociais e cotas politicamente corretas, eis aí o solo fértil para a manutenção e continuidade do poder protofascista. Com a palavra, o Duce de Garanhuns: nunca neste país...
Mãos crispadas nos palanques, faces avermelhadas pelo porre da noite anterior, vai o governante cantando loas às próprias realizações, abrindo veredas para a sucessora predileta, um balão de ensaio caprichoso e sem carisma, fruto de teimosia que nenhum de seus acólitos ousa contestar, a não ser através de uma anticandidatura lançada como eram os antigos cristãos às feras famintas...
Nunca neste país o ovo da serpente esteve tão prestes a rebentar. A nação é um paiol de pólvora e não me admirarei se focos de inconformidade, diretamente proporcionais ao terrorismo de alguns movimentos sociais, começarem a surgir. Afinal, guerra civil rima com Brasil e essa licença não pode deixar de ser acolhida com imensa preocupação pelo poeta.
Podem dizer de mim o que quiserem, porque me acostumei a unir os pontos de um desenho de início incompreensível e aparentemente inextricável. E o gorila que aparece hoje, tal como o diabo, é grande ator na tarefa de iludir e fingir que não existe.
Como disse o apóstolo Paulo, sentir como adulto faz com que esqueçamos a imagem de criança, posta no espelho e vislumbremos a verdade, face a face. Mas ao invés de Deus, o que aparece no Brasil é o gorila...

(*) Waldo Luís Viana é escritor, economista, poeta e morre de medo de gorilas...
Teresópolis, 28 de fevereiro de 2009

domingo, 23 de outubro de 2011

A mentalidade da servidão

Poucos são aqueles, que ainda falam a verdade, e tem coragem para faze-lá. Tomo a liberdade de reproduzir neste espaço,  para aqueles que por aqui passarem, sejam renovados e refrigerados em suas idéias de liberdade.



democracy-in-america-alexis-de-tocquevilleCaminharemos para a servidão, como dizia Tocqueville “até que cada nação seja reduzida a nada além de um rebanho de animais tímidos e trabalhadores, cujo pastor é o governo”?
Um colóquio me fez refletir a respeito dos estereótipos mais comuns de várias opiniões deste país. Uma amiga minha muito inteligente, e, como ninguém é perfeito, crédula nos princípios socialistas, ficou particularmente furiosa com minha provocação. Eu fiz a seguinte pergunta: Sabe qual a diferença entre um coronel nordestino e Fidel Castro?” Resposta: “Fidel Castro tem muito mais poder!” Pronto! Minha doce a sábia criatura me fuzilou com aquele olhar inquisidor digno dos expurgos soviéticos. O curioso foi a justificativa de minha amiga, como, aliás, sempre ouço dos meus amigos socialistas, que é o cânone da mania cubana: o governo cubano “dá” educação, alimentação, saúde, segurança, entre outras maravilhas do Éden caribenho. E ela finalizou, entre o sereno e patético, tal como uma filha que fala de um pai: “Fidel sabe o que faz!”. Se os intelectuais do século XVIII inventaram o mito do “bom selvagem”, o século vinte inventou o mito do “bom ditador”.

Essa última argumentação saída de sua boca lembrou-me um trecho de uma das obras de Alexis de Tocqueville, A Democracia na América. Eis o que para mim tornou-se profético:

“Após ter agarrado cada membro da comunidade e tê-los moldado conforme a sua vontade, o poder supremo estende seus braços por sobre toda comunidade. Ele cobre a superfície da sociedade com uma teia de normas complicadas, diminutas e uniformes, através das quais as mentes mais brilhantes e as personalidades mais fortes não podem penetrar, para sobressaírem no meio da multidão. A vontade do homem não é destruída, mas amolecida, dobrada e guiada; os homens raramente são forçados a agir, mas constantemente impedidos de atuar; tal poder não destrói, mas previne a existência; ela não tiraniza, mas comprime, enerva, ofusca e estupefaz um povo, até que cada nação seja reduzida a nada além de um rebanho de animais tímidos e trabalhadores, cujo pastor é o governo”.

Quando vejo pessoas afirmarem tais questões a respeito da ditadura cubana, ou de qualquer outro regime despótico, nada me impressiona tanto como a falta de autoestima daqueles que não valorizam algo tão sagrado como a liberdade. Como bem previra este grande visionário francês do século XIX, as pessoas são capazes de abdicar da liberdade por pequenas coisas. Se um reles ditador como Fidel Castro não passa de um velho coronel nordestino todo poderoso, seus admiradores não passam de reles camponeses e capangas, obedientes a um pai onipresente, ainda que com a pretensa pecha de “intelectuais”.

Não vou longe. Uma coisa que ninguém se pergunta, quando repete a cantilena da “educação”, “saúde”. “segurança”, é o preço que um governo tirano cobra para oferecer o que não passa de farelos. Quase todos os regimes autoritários e totalitários do século XX, dos nazistas, fascistas aos comunistas, utilizaram-se dos chamados “direitos sociais” para reduzirem a população em uma nova casta de servos do governo. Em outras palavras, o Estado “dá” educação, mas ele decide o que o cidadão pensa. Ele “dá” saúde, como se fosse um deus que tivesse o poder de vida e morte sobre as pessoas. Ele “dá” alimentação, embora escolha o que o cidadão come. Ele “dá” segurança, apesar de ser o fator motriz da insegurança, visto que é um poder arbitrário e onipotente. De fato, o poder monopoliza tudo, inclusive o direito de violência. O que sobra de uma sociedade como esta nada mais é do que um rebanho de ovelhas tímidas e adestradas. Ela tem os elementos mais odiosos de um antigo autoritarismo, mesclados como novos métodos de poder, controle e coerção.

O pior, todavia, é que tais ideais não são partilhados por pessoas tolas, e sim, por gente esclarecida, pretensamente culta e letrada. Talvez seja o sonho dessa turma alienada, avoada, ou mesmo inconseqüente, a falsa crença da segurança, numa suposta idéia de proteção onipresente de um ente superior. Parte-se de uma idéia ingênua da mitificação do poder, de uma autoridade moral paternal do Estado. Mais ingênuo ainda é afirmar que o Estado “dá” alguma coisa, mal sabendo que quando o Estado administra é justamente os bens alheios, que muitas vezes não lhe dizem respeito.

Malgrado essa gritante tolice, é mais tolo ouvir de certas pessoas que o Estado oferece serviços “gratuitos”. Realmente, até parece que os “virtuosos” funcionários públicos trabalham de graça, por algum dever cívico. Claro, não ocorre nas cabeças desses mentecaptos estatólatras, algo como servidores fazerem greves, abandonarem a população ao “Deus dará”, criarem gastos supérfluos e privilégios obtusos e sufocantes com o dinheiro dos outros. Além das panelinhas e castas de eleitos pelo poder público, por regalias que um trabalhador privado nem sonha ter, porém, que paga pelos outros através dos impostos. Ademais, para certas pessoas, o Estado não vive do que a sociedade trabalha, é um fim em si mesmo, auto-gerador. E o mais cômico: ainda escuto essa história de “gratuidade” na boca de muitos economistas!

O mais terrível dentro desta mentalidade servil é que tal pensamento não rouba somente o direito de escolha, em qualquer âmbito da vida social. Simplesmente rouba a alma das pessoas e a capacidade de terem vontade própria. Cada pessoa é reflexo de um grupo, de um rebanho domesticado, cada sujeito não age por si mesmo, e sim segue pelo instinto da massa, tal qual maria-vai-com-as-outras, sob a égide de um obtuso poder centralizado. A espiritualidade livre, independente, é substituída pela cultura do unanimismo, da uniformidade dos espíritos, pela esterilidade do discurso repetido do chavão.

De fato, este país está sofrendo uma crise letárgica de espiritualidade servil, uma anti-espiritualidade, uma anti-pessoa. Malgrado os horrores do século XX, a tentação totalitária ainda domina certos espíritos.

Caminharemos para a servidão, como dizia Tocqueville “até que cada nação seja reduzida a nada além de um rebanho de animais tímidos e trabalhadores, cujo pastor é o governo”?. Se as almas destes homens “cultos” desta nação são capazes de abdicar da liberdade pelo mito da proteção de um governo déspota, tudo leva a crer que sim. Que o digam os amantes da ilusória segurança dos “direitos sociais” da vida, do Pai Terrível Estado, acima dos direitos individuais sagrados da liberdade. Abdicam da liberdade pela segurança, porque antes que eles convençam a sociedade a renunciar a liberdade, eles mesmos já a renunciaram.

Como diria um outro pai, não um pai terrível, porém, o grande pai da pátria norte-americana, o estadista Benjamim Franklin: “Aqueles que se dispõem a renunciar a liberdade essencial em troca de uma pequena segurança temporária não merecem liberdade nem segurança”.






sexta-feira, 21 de outubro de 2011

UMA AULA COM REINALDO AZEVEDO.

GOSTARIA, QUE TIVESSEMOS MAIS REPRESENTANTES DA IMPRENSA COMO REINALDO AZEVEDO, INFELIZMENTE O MUNDO CAMINHO A PASSOS LARGOS PELO ÓDIO E JULGAMENTO PELOS IDIOTAS, AFINAL ELES CHEGARAM AO PODER.


Mais depressa aprendeu o Ocidente a justificar a barbárie dos que o Oriente a apreciar a democracia

Há outro vídeo chocante, que a VEJA Online botou no ar já ontem à noite, com Muamar Kadafi. Ele está ferido, derrotado, mas se nota que está lúcido. Ainda passa a mão na cabeça e certifica-se do sangue que escorre. Foi executado logo depois.  Se quiserem ver, está aqui.
Já escrevi quão constrangedor e degradante para a condição humana é o conjunto da obra. Alguns idiotas estão dizendo que eu, que costumo ser tão implacável, fiquei de coração mole e que lastimo esses eventos porque, afinal, sou um crítico de Barack Obama etc. e tal. Eu defendi a guerra do Iraque, por exemplo (não vou reabrir esse capítulo; ver arquivo do blog), e igualmente censurei o triunfalismo homicida quando Saddam Hussein foi executado, em dezembro de 2006, há quase cinco anos, e o presidente dos EUA era George W. Bush.
Meus valores não mudam com o vento nem estão atrelados a um partido, a uma causa, a uma “luta”. O que mais deploro nas esquerdas, já escrevi aqui centenas de vezes, é justamente o relativismo moral. Não seria eu um relativista. Eu não gosto de relativistas. Não confiaria a eles a minha vida, a minha carteira ou aquele último bombom que deixei para comer na madrugada. Se preciso, um relativista rouba o meu dinheiro, entrega-me aos cães e come o meu doce. Ele só precisa se convencer de que o “povo” precisa da minha carteira, da minha vida e do meu bombom. Por isso não sou também amigo deles. Se julgarem necessário, não hesitarão em trair a minha confiança.
Sim, senhores! Posso compreender, sem jamais justificar, as circunstâncias em que as coisas se deram, os ódios acumulados, os ressentimentos no front da batalha… Mas não compreendo nem justifico a asquerosa reação dos ditos líderes mundiais, especialmente deste patético Barack Obama — hoje o perigo nº 1 a ameaçar o Ocidente —, diante de uma execução extrajudicial. As armas da Otan ajudaram o jihadismo a chegar à cúpula do poder líbio.
Se alguém quer saber qual é o perfil do novo poder na Líbia, basta prestar atenção às palavras de Mahmoud Jibril, chefe do governo de transição. Mesmo depois de as imagens terem corrido o mundo, evidenciando a execução, ele insistiu na versão oficial, segundo a qual Kadafi morreu numa troca de tiros. As imagens diziam uma coisa, e ele, com um ar muito sério e compenetrado, dizia outra.
Há pessoas que preferem afastar de si dilemas éticos e morais transferindo para terceiros a responsabilidade das escolhas que não conseguem fazer: “Eu tenho pena é das vítimas dele, isto sim!”, dizem. Eu também! Sempre o tratei aos pontapés aqui — quem o chamava de “amigo e irmão” era o Apedeuta. Sou contra, sim, a pena de morte, mas não é o destino dele em particular que me mobiliza e constrange. Eu insisto: a Líbia fez uma guerra civil — com a ajuda de EUA, França, Reino Unido e Otan — para pôr um fim ao arbítrio, às execuções extrajudiciais, aos massacres. Quem matou Kadafi, na melhor das hipóteses, foi a Lei de Talião. Um dado adicional: foram os franceses que atacaram o comboio em que ele tentava fugir, reiterando o desrespeito à resolução da ONU.
Oponho-me à pena capital — é um desses valores, como é a minha rejeição ao aborto, que estão na raiz de muitas outras escolhas que faço. Mas não ignoro que estados democráticos, com vigência plena do estado de direito, a apliquem. A única escolha ética aceitável dos rebeldes, JÁ QUE ATUAVAM EM PARCERIA COM A OTAN, QUE ESTAVA ALI COM MANDADO E MANDATO DAS NAÇÕES UNIDAS, era garantir a Kadafi o que ele jamais garantiu a seus inimigos: um julgamento justo. Teria sido certamente condenado, talvez à morte. É diferente de matar um adversário como se mata um porco.
Não são os muitos crimes cometidos pelo algoz de antes e eventual vítima de agora que vão determinar se faço esta ou aquela opção. EU NÃO PERMITO QUE BANDIDOS COMO KADAFI DECIDAM O QUE PENSO OU NÃO.
Encerro notando que certa herança marxista, presente mesmo em algumas cabeças no geral lúcidas, pretende que a história esteja sempre numa espécie de marcha para a frente, rumo ao progresso. Assim, a dita Primavera Árabe, de que aquele evento de ontem deve ser, então, o espinho, representaria a chegada dos árabes à Ágora inevitável da democracia. Lamento, meus caros! A democracia ainda não chegou aos árabes, mas, com certeza cristalina, a barbárie foi celebrada ontem pelas democracias. Com a execução extrajudicial de Kadafi, quem venceu foi o método Kadafi.
Mais depressa o Ocidente se tornou justificador do arbítrio do que os vários Orientes aprendizes da democracia. Kadafi está morto, mas vive naqueles que o mataram. Mais cinco anos de mandato, Obama levará o mundo à beira do caos. Se Deus e o eleitorado americano quiserem, seremos poupados deste arrogante diluidor de instituições e valores. Vamos ver.
Por Reinaldo Azevedo

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Vergonha na cara cade??

Vereador de BH aparece despachando de cueca

Gêra Ornelas sofria processo do Ministério Público por improbidade administrativa e, agora, também é acusado pelos colegas de quebra de decoro parlamentar

Gera Ornelas, vereador de Belo Horizonte, aparece no gabinete usando cueca samba-canção. Vídeo foi gravado pelo próprio parlamentar Gera Ornelas, vereador de Belo Horizonte, aparece no gabinete usando cueca samba-canção. Vídeo foi gravado pelo próprio parlamentar (Reprodução)
A Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH) pode abrir processo por quebra de decoro parlamentar contra o vereador Gêra Ornelas (PSB), que apareceu num vídeo despachando em seu gabinete de cueca samba-canção. Ornelas também aparece acariciando os cabelos de uma mulher, que aparenta ter boletos de cobrança nas mãos. As imagens foram feitas pelo próprio parlamentar – que usa uma caixa de papelão para camuflar a câmera – e fazem parte de um processo por improbidade administrativa movido contra Ornelas pelo Ministério Público estadual.
O vídeo, divulgado pelo jornal Hoje em Dia, foi entregue aos promotores por um ex-assessor do socialista, que acusa o vereador de exigir parte de seu salário para mantê-lo trabalhando no gabinete. O parlamentar está no quarto mandato. A ação civil pública foi encaminhada ao Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).
No processo, o MP acusa Ornelas de receber indevidamente pouco mais de 600.000 reais. Durante as investigações, os promotores conseguiram na Justiça a quebra do sigilo bancário do vereador e constataram que o dinheiro foi depositado diretamente em sua conta.
Em depoimento ao MP, o parlamentar não conseguiu explicar a origem dos recursos. Os promotores pedem à Justiça o afastamento de Ornelas, bem como o sequestro de seus bens e a devolução dos valores, que teriam sido fruto de propinas.
Decoro - Além da questão legal, as atitudes de Ornelas também devem ter desdobramentos políticos, principalmente por causa das imagens em que aparece de cueca no gabinete. A mesa diretora da CMBH encaminhou representação ao corregedor, vereador Edinho Ribeiro (PTdoB), para que o caso seja apurado.
Edinho Ribeiro disse que quer ver os autos da investigação, apesar de ainda não ter feito requisição oficial ao MP. "Foi desrespeitosa a atitude do vereador. Vamos tratar a questão com muita seriedade, mas ele terá amplo direito de defesa", afirmou Ribeiro.
(Com Agência Estado)