Fonte Midía sem mascara.
Um corrente Plantador almejando um dia arrancar o muito que que plantou. "Salomão"
quinta-feira, 26 de janeiro de 2012
terça-feira, 24 de janeiro de 2012
AS ONGS, GOVERNISTAS NÃO VÃO DIZER NADA?
Alo dirigismo petralha, !! ehhh.
Por tio REI....
Por Reinaldo Azevedo
Por tio REI....
Aula prática de mau e de bom jornalismos - “PM do PSB e do PT deixa estudante negro do Piauí cego de um olho; Gilberto Carvalho e Maria do Rosário fingem que nada aconteceu”
É Hudson
Silva. Ele estuda filosofia na Faculdade Federal do Piauí e participava
de uma das manifestações organizadas em Teresina contra a elevação da
tarifa de ônibus. Fragmento de uma bomba de efeito moral usada pela PM
para reprimir o protesto — violento, é bom que fique claro — o deixou
cego do olho direito.
Agora vamos
ao título lá do alto. O que lhes parece? Imito o procedimento das
milícias esquerdopatas que atuam nas redes sociais e nos sites e portais
da grande imprensa (aliás, nas redações também!). É claro que se trata
de uma partidarização detestável do fato. O grave, meus caros, é que a
imprensa por enquanto séria está se deixando contaminar por essa prática
— desde, é claro, que o partido atacado não seja, como é o caso, de
esquerda.
Acompanhem.
Foi parar no Jornal Nacional o conflito entre um PM e um estudante
invasor da USP — que lhe disse algo inaudível no vídeo, que o deixou
furioso. Já escrevi mais de uma vez que o comportamento do policial foi
inaceitável. O estudante em questão é um notório militante pró-invasão.
Tocava, junto com outro invasor, um bar — isto mesmo!!! — na área
pública invadida. Não saíram uma palavra e uma linha na chamada grande
imprensa sobre a privatização do espaço público. Mais: foi parar em rede
nacional a acusação de racismo. Afinal, o estudante é mestiço — nota:
ele não era o único do grupo, como acusou um certo frei. Voltemos agora
ao Piauí.
A manchete lá do alto, obviamente distorcida, é construída a partir de fatos, a saber:
1) O Piauí é governado por PSB e PT;
2) a PM do Piauí está, pois, sob o controle desses dois partidos;
3) houve um choque entre estudantes e PM;
4) fragmento de uma bomba de efeito moral deixou cego de um olho o estudante Hudson Silva;
5) Hudson Silva é, segundo os critérios adotados pelos militantes, negro — tão negro como o tal estudante da USP;
6) os dois ministros petistas não disseram mesmo nada a respeito.
1) O Piauí é governado por PSB e PT;
2) a PM do Piauí está, pois, sob o controle desses dois partidos;
3) houve um choque entre estudantes e PM;
4) fragmento de uma bomba de efeito moral deixou cego de um olho o estudante Hudson Silva;
5) Hudson Silva é, segundo os critérios adotados pelos militantes, negro — tão negro como o tal estudante da USP;
6) os dois ministros petistas não disseram mesmo nada a respeito.
Tudo isso é
verdade. Mas é evidente que o título lá do alto força a barra, não é? É
evidente que ele não é exemplo de bom jornalismo. Afinal:
1 - A PM está sob a gestão de um governo do PSB-PT, mas não é uma “polícia do PSB-PT”, e sim do estado do Piauí;
2 - o estudante que ficou cego de um olho é mestiço (os racialistas o chamam “negro”), mas não há a menor evidência de que jogaram uma bomba perto dele por isso — como não há a mais remota evidência de que o policial da USP se indispôs com aquele invasor por causa da cor de sua pele;
3 - ministros não têm a obrigação de ficar se pronunciando sobre confrontos que ocorrem nos estados;
4 - a formulação faz crer que a PM tem a intenção deliberada de ferir manifestantes;
5 - não fica claro, em nenhum momento, que a PM reagia a um protesto violento.
1 - A PM está sob a gestão de um governo do PSB-PT, mas não é uma “polícia do PSB-PT”, e sim do estado do Piauí;
2 - o estudante que ficou cego de um olho é mestiço (os racialistas o chamam “negro”), mas não há a menor evidência de que jogaram uma bomba perto dele por isso — como não há a mais remota evidência de que o policial da USP se indispôs com aquele invasor por causa da cor de sua pele;
3 - ministros não têm a obrigação de ficar se pronunciando sobre confrontos que ocorrem nos estados;
4 - a formulação faz crer que a PM tem a intenção deliberada de ferir manifestantes;
5 - não fica claro, em nenhum momento, que a PM reagia a um protesto violento.
Este jornalista tem lado, sim!
Sim, eu tenho lado! O jornalismo “nem-nem” sempre me causou repulsa. Hoje, nem mais isso ele é. E qual é o meu lado? É o de algum partido? Uma ova! Sou aborrecidamente defensor da legalidade democrática. E parto do princípio de que a imprensa séria também. Ou não? Há casos que requerem conversa, e há casos que requerem polícia. Não se deve usar polícia quando é para conversar e conversa quando é para usar a polícia. “Ah, em conflitos sociais, sempre se deve bate papo”… Desde que os manifestantes não decidam que incendiar ônibus é uma forma de diálogo. Desde que os manifestantes não formem uma tropa de choque particular para enfrentar a ordem.
Sim, eu tenho lado! O jornalismo “nem-nem” sempre me causou repulsa. Hoje, nem mais isso ele é. E qual é o meu lado? É o de algum partido? Uma ova! Sou aborrecidamente defensor da legalidade democrática. E parto do princípio de que a imprensa séria também. Ou não? Há casos que requerem conversa, e há casos que requerem polícia. Não se deve usar polícia quando é para conversar e conversa quando é para usar a polícia. “Ah, em conflitos sociais, sempre se deve bate papo”… Desde que os manifestantes não decidam que incendiar ônibus é uma forma de diálogo. Desde que os manifestantes não formem uma tropa de choque particular para enfrentar a ordem.
Alguns
idiotas lotados mesmo na grande imprensa pretendem, para me
desqualificar, que eu seja uma espécie de “outro lado” (sempre essa
perspectiva) dos blogueiros a soldo do oficialismo, alimentados por
estatais. Podem me detestar à vontade (aliás, quanto mais batem, mais
cresço), mas saibam ao menos odiar. Errado! Eu não recebo dinheiro
público, da administração direta ou de estatais. Mais ainda: também não
lido, como Nelson Breve, com a grana que pertence a todos os
brasileiros. Ainda que eu fizesse o trabalho sujo que fez a EBC, mas do
“outro lado”, seria um caso diferente. Só que eu não faço.
Quando os
subordinados de Breve puseram no ar aquela mentira sobre mortos no
Pinheirinho, estavam fazendo um trabalho partidário. Ocorre, e eis a
sem-vergonhice essencial do procedimento, que nem todos os brasileiros
são petistas ou de esquerda. Usar o recurso que é de todo mundo para
veicular um ponto de vista que é de um grupo, e ainda ancorado numa
mentira, é prática de tiranos.
Um peso, duas medidas
NÃO, EU NÃO COBRO QUE A CHAMADA GRANDE IMPRENSA FAÇA COM OS PARTIDOS DE ESQUERDA O QUE AS ESQUERDAS FAZEM COM OS PARTIDOS QUE DIZEM SER DE DIREITA (JÁ QUE NÃO SÃO…). Cobro, isto sim, é que não se usem para uns e outros um peso e duas medidas.
NÃO, EU NÃO COBRO QUE A CHAMADA GRANDE IMPRENSA FAÇA COM OS PARTIDOS DE ESQUERDA O QUE AS ESQUERDAS FAZEM COM OS PARTIDOS QUE DIZEM SER DE DIREITA (JÁ QUE NÃO SÃO…). Cobro, isto sim, é que não se usem para uns e outros um peso e duas medidas.
Alguma
emissora de televisão se interessou em conversar com o estudante do
Piauí, que ficou cego de um olho? Alguma entidade de defesa dos negros
acusou a prática de racismo? Alguém se lembrou de perguntar se houve ou
não exageros da PM (o mesmo se diga de Pernambuco e Espírito Santo,
também governados pela dupla PSB-PT)? Por que um “negro da USP” é uma
causa — adotada até pela grande imprensa —, mas um “negro do Piauí” não
interessa a ninguém? Será que as forças ainda dispostas a enfrentar o
petismo terão, também elas, de criar uma máquina de mentiras e
distorções para enfrentar a outra máquina de mentiras e distorções?
Acho este
post muito importante porque ele destrincha os passos da manipulação da
notícia. A grande imprensa, com raras exceções, está se tornando refém
das ONGs e dos grupos organizados de pressão. Como eles correram para
condenar a ação do PM na USP, acusando até racismo, o jornalismo foi
atrás. Como eles ignoraram os eventos do Piauí, de Pernambuco e do
Espírito Santo (afinal, os petistas financiam boa parte das entidades e
as dirigem), então a grande imprensa faz o mesmo.
Tenho a
impressão, às vezes, de que a chefia de reportagem de jornais, sites e
portais desapareceu e é exercida hoje por alguns coronéis das redes
sociais.
quarta-feira, 18 de janeiro de 2012
Celso Daniel: dez anos e oito cadáveres depois. Ou: Bruno Daniel, Gilberto Carvalho e José Dirceu
Para ler e entender, e não ser mantido em esquecimento!
Celso Daniel: dez anos e oito cadáveres depois. Ou: Bruno Daniel, Gilberto Carvalho e José Dirceu
Nesta
quarta, o seqüestro do então prefeito de Santo André, Celso Daniel,
completa dez anos. Dois dias depois, seu corpo foi encontrado numa
estrada de terra em Juquitiba. Desde aquele dia, tem-se uma fila imensa
de cadáveres e poucas respostas. A tese do Ministério Público é a de que
Celso foi vítima de um crime de encomenda, desdobramento de um esquema
instalado na própria Prefeitura, coordenado por ele, destinado a desviar
recursos para o PT. Membro do grupo, Sérgio Sombra, amigo pessoal do
prefeito, é acusado de ser o mandante.
Até agora, o
único condenado é Marcos Roberto Bispo dos Santos, o Marquinhos. O
julgamento aconteceu no Fórum de Itapecerica da Serra. Adriano Marreiro
dos Santos, seu advogado, diz que seu cliente confessou sob tortura. O
Ministério Público reuniu evidências de que ele dirigiu um dos carros
que abalroou a picape em que Celso estava, encomendou o roubo de outro
veículo que participou da operação e conduziu a vitima da favela
Pantanal, em Diadema, para Juquitiba, onde foi assassinada.
Bruno
Daniel, um dos irmãos de Celso, afirma que, no dia da Missa de Sétimo
Dia, Gilberto Carvalho, hoje secretário-geral da Presidência do governo
Dilma, confessou que levava dinheiro do esquema montado na Prefeitura
para a direção do PT. Carvalho lhe teria dito que chegou a entregar R$
1,2 milhão ao então presidente do partido, José Dirceu. Carvalho e
Dirceu negam. Bruno e sua família são os únicos brasileiros na França
que gozam do estatuto oficial de “exilados”. Tiveram de deixar o país,
ameaçados de morte. Francisco, o outro irmão, também teve de se mandar.
Eles não aceitam a tese de que o irmão foi vítima de crime comum.
O
ressentimento de Bruno - ele e a mulher eram militantes do PT - com o
partido é grande. Ele acusa os petistas de terem feito pressão para que a
morte fosse considerada crime comum. Outro alvo seu é o advogado Luiz
Eduardo Greenhalgh, então deputado federal pelo partido. Greenhalgh
acompanhou a necropsia do corpo e assegurou à família que Celso não
tinha sido torturado, o que foi desmentido pelo legista Carlos Delmonte
Printes em relato feito à família. A tortura é um indício de que os
algozes do prefeito queriam algo mais do que seqüestrá-lo para obter um
resgate, o que nunca foi pedido. Por que Greenhalgh afirmou uma coisa, e
o legista, outra? Difícil saber: no dia 12 de outubro de 2005, Printes
foi encontrado morto em seu escritório. A perícia descartou morte
natural e não encontrou sinais de violência. A hipótese de envenenamento
não se confirmou. Não se sabe até agora o motivo.
Todos os mortos
A lista de mortos ligados ao caso impressiona. Além do próprio Celso, há mais sete. Um é o garçom Antônio Palácio de Oliveira, que serviu o prefeito e Sérgio Sombra no restaurante Rubaiyat em 18 de janeiro de 2002, noite do seqüestro. Foi assassinado em fevereiro de 2003. Trazia consigo documentos falsos, com um novo nome. Membros da família disseram que ele havia recebido R$ 60 mil, de fonte desconhecida, em sua conta bancária. O garçom ganhava R$ 400 por mês. De acordo com seus colegas de trabalho, na noite do seqüestro do prefeito, ele teria ouvido uma conversa sobre qual teria sido orientado a silenciar.
A lista de mortos ligados ao caso impressiona. Além do próprio Celso, há mais sete. Um é o garçom Antônio Palácio de Oliveira, que serviu o prefeito e Sérgio Sombra no restaurante Rubaiyat em 18 de janeiro de 2002, noite do seqüestro. Foi assassinado em fevereiro de 2003. Trazia consigo documentos falsos, com um novo nome. Membros da família disseram que ele havia recebido R$ 60 mil, de fonte desconhecida, em sua conta bancária. O garçom ganhava R$ 400 por mês. De acordo com seus colegas de trabalho, na noite do seqüestro do prefeito, ele teria ouvido uma conversa sobre qual teria sido orientado a silenciar.
Quando foi
convocado a depor, disse à Polícia que tanto Celso quanto Sombra
pareciam tranqüilos e que não tinha ouvido nada de estranho. O garçom
chegou a ser assunto de um telefonema gravado pela Polícia Federal entre
Sombra e o então vereador de Santo André Klinger Luiz de Oliveira Souza
(PT), oito dias depois de o corpo de Celso ter sido encontrado. “Você
se lembra se o garçom que te serviu lá no dia do jantar é o que sempre
te servia ou era um cara diferente?”, indagou Klinger. “Era o cara de
costume”, respondeu Sombra.
Vinte dias depois da morte de Oliveira, Paulo Henrique Brito,
a única testemunha desse assassinato, foi morto no mesmo lugar com um
tiro nas costas. Em dezembro de 2003, o agente funerário Iran Moraes Rédua
foi assassinado com dois tiros quando estava trabalhando. Rédua foi a
primeira pessoa que reconheceu o corpo de Daniel na estrada e chamou a
polícia.
Dionízio Severo,
detento apontado pelo Ministério Público como o elo entre Sérgio
Sombra, acusado de ser o mandante do crime, e a quadrilha que matou o
prefeito, foi assassinado na cadeia, na frente de seu advogado. Abriu a
fila. Sua morte se deu três meses depois da de Celso e dois dias depois
de ter dito que teria informações sobre o episódio. Ele havia sido
resgatado do presídio dois dias antes do seqüestro. Foi recapturado. O
homem que o abrigou no período em que a operação teria sido organizada, Sérgio Orelha,
também foi assassinado. Outro preso, Airton Feitosa, disse que Severo
lhe relatou ter conhecimento do esquema para matar Celso e que um
“amigo” (de Celso) seria o responsável por atrair o prefeito para uma
armadilha.
O investigador do Denarc Otávio Mercier,
que ligou para Severo na véspera do seqüestro, morreu em troca de tiros
com homens que tinham invadido seu apartamento. O último cadáver foi o
do legista Carlos Delmonte Printes. Perderam a conta? Então anote aí:
1) Celso Daniel : prefeito. Assassinado em janeiro de 2002.
2) Antonio Palacio de Oliveira : garçom. Assassinado em fevereiro de 2003
3) Paulo Henrique Brito : testemunha da morte do garçom. Assassinado em março de 2003
4) Iran Moraes Rédua: reconheceu o corpo de Daniel. Assassinado - dezembro de 2003
5) Dionizio Severo: suposto elo entre quadrilha e Sombra. Assassinado - abril de 2002
6) Sérgio Orelha: Amigo de Severo. Assassinado em 2002
7) Otávio Mercier: investigador que ligou para Severo. Morto em julho de 2003.
8 ) Carlos Delmonte Printes: legista encontrado morto em 12 de outubro de 2005.
1) Celso Daniel : prefeito. Assassinado em janeiro de 2002.
2) Antonio Palacio de Oliveira : garçom. Assassinado em fevereiro de 2003
3) Paulo Henrique Brito : testemunha da morte do garçom. Assassinado em março de 2003
4) Iran Moraes Rédua: reconheceu o corpo de Daniel. Assassinado - dezembro de 2003
5) Dionizio Severo: suposto elo entre quadrilha e Sombra. Assassinado - abril de 2002
6) Sérgio Orelha: Amigo de Severo. Assassinado em 2002
7) Otávio Mercier: investigador que ligou para Severo. Morto em julho de 2003.
8 ) Carlos Delmonte Printes: legista encontrado morto em 12 de outubro de 2005.
PS : Evitem acusações nos comentários, ainda que a vontade seja grande, ok?
domingo, 8 de janeiro de 2012
Tchutchucas e tigrões
Quando o Sr: Percival puggina, escreve por ler, pois é leitura da melhor qualidade! Parabéns mestre, com carinho, neste humilde cantinho para sempre ser lido.
Escrito por Percival Puggina | 08 Janeiro 2012
Original se encontra no Midia sem mascara
Alguém teve a feliz ideia de me mandar uma seleção de músicas populares brasileiras que, através dos tempos, exaltam a mulher. Nos anos 40, cantava-se que "a deusa da minha rua tem olhos onde a lua costuma se embriagar". Nos anos 50, "o teu balançado é mais que um poema; é a coisa mais linda que já vi passar". Nos anos 60, "nem mesmo o céu nem as estrelas, nem mesmo o mar e o infinito não é maior que meu amor, nem mais bonito". Hoje, a coisa está assim: "Tchutchuca vem aqui com teu tigrão. Vou te jogar na cama e te dar muita pressão". Ou, então: "Pocotó, pocotó, pocotó, minha eguinha pocotó". Ou ainda: "Hoje é festa lá no meu apê. Pode aparecer, vai rolar bunda lelê". E, para arrematar: "Eu sou o lobo mau, au au". "E o que você vai fazer? Vou te comer, vou te comer, vou te comer".
Escrito por Percival Puggina | 08 Janeiro 2012
Original se encontra no Midia sem mascara
O que havia de melhor na nossa cultura e no nosso ensino foi morrendo de velhice e de tristeza.
Alguém teve a feliz ideia de me mandar uma seleção de músicas populares brasileiras que, através dos tempos, exaltam a mulher. Nos anos 40, cantava-se que "a deusa da minha rua tem olhos onde a lua costuma se embriagar". Nos anos 50, "o teu balançado é mais que um poema; é a coisa mais linda que já vi passar". Nos anos 60, "nem mesmo o céu nem as estrelas, nem mesmo o mar e o infinito não é maior que meu amor, nem mais bonito". Hoje, a coisa está assim: "Tchutchuca vem aqui com teu tigrão. Vou te jogar na cama e te dar muita pressão". Ou, então: "Pocotó, pocotó, pocotó, minha eguinha pocotó". Ou ainda: "Hoje é festa lá no meu apê. Pode aparecer, vai rolar bunda lelê". E, para arrematar: "Eu sou o lobo mau, au au". "E o que você vai fazer? Vou te comer, vou te comer, vou te comer".
Sei
que tem gente adorando. Sei que existem pedagogos deslumbrados com
esses exercícios poéticos e libertários através dos quais se está
realizando, com prodigalidade, o sonho de uma sociedade de cabeça fraca,
destituída de juízo moral, bom gosto e senso crítico, pronta para ser
levada pelo nariz para onde bem entenderem seus condutores. Não me
perguntem como foi que nos tornamos assim. Minha resposta vai magoar
muita gente porque isso não se instalou por geração espontânea. Isso foi
espargido estrategicamente, por gente adulta, dedicada a destruir os
valores de uma civilização, contando com a colaboração de pais omissos,
professores instrumentalizados e religiosos mais interessados em
ideologias do que na salvação das almas. O agente laranja que jogaram em
cima da sociedade reduziu-a a galhos secos onde não se reconhecem os
frutos da boa semente nem a existência de vida inteligente.
Que
queiram fazer isso conosco é fácil entender. Os agentes do mal são
astutos e insidiosos. Mas que nos deixemos levar para as profundezas da
baixaria e do mau gosto, é incompreensível. Que os rapazes das
danceterias se deliciem com as sugestões lascivas das letras e com a
coisificação da mulher, reduzida à condição de instrumento de prazer,
até se pode explicar, num contexto de libertinagem. Mas que as mulheres
não se sintam ultrajadas e entrem na pista com prontidão e requebros de
vaca para touro, isso fica alguns anos à frente da minha capacidade de
compreensão.
"E
daí?", talvez esteja se perguntando o leitor. Daí, meu caro, que o mau
gosto e o deboche arruínam a dignidade da pessoa humana, afetam seu
juízo moral, reduzem o discernimento e a capacidade de compreender a
realidade. A superficialidade passa a presidir as ações e as relações
sociais e a mente torna-se um disco rígido que vai reduzindo sua
capacidade à proporção da minguada utilização que lhe é dada. Eis por
que todos correm atrás de um diploma, mas poucos se preocupam em fazer
jus a ele através do estudo. Queiramos ou não, a cultura tem um papel
determinante nos padrões da vida social e a dedicação ao estudo cumpre
função importante no progresso individual e social. O que havia de
melhor na nossa cultura e no nosso ensino foi morrendo de velhice e de
tristeza. Ou não?
As
Tchutchucas e as eguinhas pocotós agasalharão entre seus quadris as
futuras gerações de brasileiros. E não é difícil prever o que vem por
aí, não é mesmo, Tigrão?
segunda-feira, 2 de janeiro de 2012
Carniceiros? Deviam comer alface...
Um excelente artigo, para ser lido e repassado, imediatamente. NÃO ELES NÃO PODEM!
Mirian Macedo é jornalista.
Escrito por Mirian Macedo
| 02 Janeiro 2012
Artigos - Governo do PT
Artigos - Governo do PT
Começou.
Na capa, o Velho comunista descansando ao sol; dentro, a lista de 233
'torturadores', coronel Brilhante Ustra encabeçando. É o Especial
Prestes, publicado na primeira edição de 2012 da Revista de História da Biblioteca Nacional, financiada inteiramente com dinheiro público.
Vamos ver se eu entendi. Os revolucionários de esquerda acusam a ditadura de, deliberada e sistematicamente, torturar e violar os direitos humanos. Não são abusos, dizem. É método, garantem.
Vamos ver se eu entendi. Os revolucionários de esquerda acusam a ditadura de, deliberada e sistematicamente, torturar e violar os direitos humanos. Não são abusos, dizem. É método, garantem.
Os
ditadores também reprimem e cerceam a liberdade de expressão, é outra
acusação. Engraçado é que os revolucionários alardeiam os desmandos no
momento mesmo em que, usando de liberdade de expressão, listam como
torturadores 233 militares e civis, com nome, sobrenome, patente e
função, sem que, depois, nada lhes aconteça. Ninguém é torturado, nem
por fazer a lista nem por divulgá-la na imprensa. Não é interessante
esta ditadura?
A
lista dos 233 'torturadores' foi redigida em 1975, por um grupo de 35
presos políticos, que estavam cumprindo pena nas cadeias. José Genoino
era um deles.
Alguns
jornais na época fizeram um registro do assunto, e a lista foi
publicada na íntegra, em 1978, no Em Tempo (jornal alternativo infestado
de revolucionários de todo tipo e peça fundamental na criação do PT).
Agora, me diz: como é que, no auge do poder, uma ditadura que matava e esfolava, torturava e trucidava, deixa que se publique uma lista desta natureza? Como um regime sangrento, opressivo e assassino permite a circulação de um jornal de comunistas notórios e conhecidos, que publicam uma lista com nome, sobrenome e função de torturadores que servem nos organismo da repressão e nenhum dos responsáveis pela publicação é preso, torturado, trucidado e esfolado? Mas a lista não quer provar precisamente que a repressão é um bando de carniceiros monstruosos que torturavam ouvindo música clássica?!
Agora, me diz: como é que, no auge do poder, uma ditadura que matava e esfolava, torturava e trucidava, deixa que se publique uma lista desta natureza? Como um regime sangrento, opressivo e assassino permite a circulação de um jornal de comunistas notórios e conhecidos, que publicam uma lista com nome, sobrenome e função de torturadores que servem nos organismo da repressão e nenhum dos responsáveis pela publicação é preso, torturado, trucidado e esfolado? Mas a lista não quer provar precisamente que a repressão é um bando de carniceiros monstruosos que torturavam ouvindo música clássica?!
E
mais: a lista tinha sido elaborada por presos políticos que estavam
cumprindo pena dentro das cadeias, nas mãos dos 'carniceiros'. Ora, era
só ir lá, pegar um por um e dar um 'corretivo'. A mera circulação e
existência de um jornal como Em Tempo é prova de .... liberdade de
expressão! Este deve ser um exemplum in contrarium de que fala o professor Olavo de Carvalho.
Especial Prestes na Revista de História da Biblioteca Nacional:
Especial Prestes na Revista de História da Biblioteca Nacional:
O
acervo pessoal de Luiz Carlos Prestes, que será doado por sua viúva,
Maria Prestes, ao Arquivo Nacional, traz entre cartas trocadas com os
filhos e a esposa, fotografias e documentos que mostram diferentes
momentos da história política do Brasil.
* - Os donos do chumbo: veja a lista de 1975 com os nomes de 233 torturadores, conforme consta no relatório da IV Reunião Anual do Comitê de Solidariedade aos Revolucionários do Brasil encontrado no acervo pessoal de Luiz Carlos Prestes;
* - Entrevista com Hamilton Pereira, um dos autores da lista de 1975;
* - A viúva Maria Prestes conta as histórias de uma vida digna de roteiro de cinema, que inclui prisão, fuga, clandestinidade e, claro, amor.
* - Os donos do chumbo: veja a lista de 1975 com os nomes de 233 torturadores, conforme consta no relatório da IV Reunião Anual do Comitê de Solidariedade aos Revolucionários do Brasil encontrado no acervo pessoal de Luiz Carlos Prestes;
* - Entrevista com Hamilton Pereira, um dos autores da lista de 1975;
* - A viúva Maria Prestes conta as histórias de uma vida digna de roteiro de cinema, que inclui prisão, fuga, clandestinidade e, claro, amor.
Mirian Macedo é jornalista.
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