quinta-feira, 7 de abril de 2011

O que será agora da caça às bruxas contra Israel?

O que será agora da caça às bruxas contra Israel?

Em um extraordinário artigo no Washington Post, Richard Goldstone admite agora que seu infame relatório estava errado. Este inflamou o libelo de sangue de que, na Operação Chumbo Moldado em Gaza (entre o final de 2009 e o início de 2010), Israel havia alvejado civis e possivelmente cometido crimes de guerra contra a humanidade. Agora ele diz que, como resultado do relatório final da comissão de especialistas independentes da ONU e de outras evidências que surgiram desde que seu relatório foi publicado, ele aceita o fato de que
os civis não foram intencionalmente alvejados como uma questão de política,
e mais adiante declara:
Se eu soubesse então o que sei agora, o Relatório Goldstone teria sido um documento diferente.
Que lixo auto-condescendente! Na época, havia amplas evidências, vindas de inúmeras fontes, de que o Hamas estava mentindo sobre o número de civis mortos pelo fogo israelense. Havia amplas evidências de que o Hamas estava deliberadamente colocando civis em perigo. Havia amplas evidências de que o Hamas não opera em cumprimento às leis nem preza os direitos humanos. Havia amplas evidências de que as regras israelenses de engajamento exigiam que as Forças de Defesa de Israel (FDI) evitassem atingir civis sempre que possível. Havia amplas evidências de que Israel sempre investiga alegações de má conduta feitas contra seus soldados e os mantêm responsáveis para responderem segundo os ditames do Estado de Direito. Mesmo assim, Goldstone, tendo aceitado o cálice envenenado do Conselho de Direitos Humanos da ONU para sujeitar Israel a um julgamento encenado, cujo veredito precedeu as evidências (a despeito de seus protestos de que ele modificou essa abominável sentença), escolheu crer na propaganda divulgada pelo Hamas e pelos seus representantes dentre as ONGs, que têm uma longa história de hostilidade malévola contra Israel.
Mesmo agora, em seu pretendido mea culpa, Goldstone não se responsabiliza pela Grande Mentira que ajudou a perpetrar, com conseqüências tão terríveis, adicionado combustível de alta potência à deslegitimação de Israel, apresentado como um pária aos olhos do mundo. Em vez de reconhecer sua responsabilidade, ele coloca a culpa de suas falsas conclusões sobre a recusa de Israel em cooperar com sua investigação.
Portanto, pela segunda vez, ele está, novamente, culpando Israel por sua própria vitimização – primeiro nas mãos do Hamas, e agora nas mãos dele mesmo.
Ridiculamente, ele agora diz que
as alegações da intencionalidade por parte de Israel [contidas em seu relatório] foram baseadas nas mortes e nos ferimentos de civis em situações em que nossa missão de verificar os fatos não possuía evidências nas quais fundamentarmos qualquer outra conclusão razoável.
O protesto de que ele não tinha nenhuma alternativa senão acreditar no Hamas é mesmo surpreendente. O Hamas é uma organização terrorista com um sólido registro de mentiras, distorções e invenções do estilo “Pallywood” como estratégias de batalha agressivas. Israel, a vítima de tais agressões, possui um registro sólido de dizer a verdade. Mesmo assim, Goldstone escolheu crer na versão do Hamas sobre os acontecimentos. E isso não foi tudo. Como ele mesmo diz no Washington Post:
Alguns sugeriram que era um absurdo esperar que o Hamas, uma organização que tem uma política de destruir o Estado de Israel, investigasse o que dissemos que se tratava de graves crimes de guerra. Era minha esperança, mesmo irreal, que o Hamas iria fazê-lo, especialmente tendo Israel conduzido suas próprias investigações. No mínimo, eu esperava que, em face de uma constatação clara de que seus membros estavam cometendo graves crimes de guerra, o Hamas iria reduzir seus ataques. Infelizmente, esse não foi o caso. Centenas de foguetes e morteiros têm sido lançados contra alvos civis no Sul de Israel.
No final das contas, nossa solicitação para que o Hamas promovesse investigações pode ter sido uma iniciativa equivocada. Da mesma forma, o Conselho de Direitos Humanos deveria condenar o recente e indesculpável massacre a sangue frio de um jovem casal de israelenses e de três de seus filhos pequenos em suas camas [em Itamar].
Continuo a acreditar na aplicação do Direito Internacional em conflitos prolongados e mortais. (...) Lamentavelmente, não houve qualquer esforço por parte do Hamas, em Gaza, para investigar as denúncias de seus crimes de guerra e de crimes contra a humanidade.
Dá para acreditar nisso? Ele parece ter esperado que o Hamas, um agressor genocida, se comportasse de maneira civilizada, investigando seus supostos abusos – enquanto ele escolheu interpretar as leis com severidade e condenar exemplarmente sua vítima democrática, Israel. E agora, o que ele vai reconhecer, no máximo, é que esperar que o Hamas agisse corretamente
pode ter sido uma iniciativa equivocada.
Através de sua própria admissão, o homem se revela, na melhor das hipóteses, como um idiota abjeto e, na pior das hipóteses, como um destituído moral e judicialmente. Seu relatório difamou o nome de Israel por se defender contra ataques existenciais; animou seus atacantes a engrenarem seus ataques violentos sabendo que a comunidade internacional agora tinha confirmações oficiais de que Israel estava moralmente no ostracismo; colocou civis israelenses, juntamente com a própria sobrevivência de Israel, em risco cada vez maior, ajudando a deslegitimar Israel como um pária global; e atiçou a pressão sobre Israel para não defender seus civis por meios militares contra os ataques que vêm aumentando incansavelmente em audácia e escopo.
Todavia, independentemente de suas manifestas inadequações morais e intelectuais, a retratação de Goldstone provoca conseqüências inescapáveis. Todos aqueles que usaram o relatório de Goldstone como base para a deslegitimação de Israel agora também se revelam como tendo endossado uma das piores falsidades internacionais oficialmente sancionadas da história. Todos os seus ataques contra Israel, que se apoiavam no Relatório Goldstone, agora se mostram igualmente infundados e desacreditados. Quaisquer ataques futuros que usem esse relatório como autoridade serão obviamente falsos e mal-intencionados. A ONU deveria anular o relatório Goldstone declarando-o inválido. Qualquer atitude menor que essa será notadamente uma caricatura de justiça.
Mas, logicamente, como todos os libelos de sangue anteriores contra os judeus, não existe antídoto para o veneno que foi injetado na corrente sanguínea global. O dano está feito – e nenhuma quantidade de retratações auto-condescendentes de Richard Goldstone desfará o terrível mal que ele fez. (Melanie Phillips – www.spectator.co.uk - http://www.beth-shalom.com.br)
Melanie Phillips é escritora e jornalista britânica, bem conhecida por seus artigos controversos acerca de temas sociais e políticos. Agraciada com o Prêmio Orwell de jornalismo em 1996, é autora de All Must Have Prizes, Londonistan e vários outros livros.
Considerada conservadora por seus oponentes, ela mesma prefere considerar-se uma defensora dos autênticos valores liberais, contra a tentativa de destruir a cultura ocidental a partir de dentro.
Para ler o artigo de Richard Goldstone (traduzido para o Português), clique aqui.

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