A
VEJA desta semana traz uma reportagem impressionante de Daniel Pereira e
Rodrigo Rangel intitulada “A festa dos bodes”, sobre a impunidade no
Brasil, suas origens e suas causas. Uma festa de arromba ocorrida em
Minas foi mesmo um espanto. Reproduzo um trecho.
(…)
Relator do caso que resultou no arquivamento do processo que investigou a família Sarney, o ministro Sebastião Reis Júnior foi empossado em junho passado no STJ. Um de seus amigos diletos é o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro. Kakay, como o advogado é conhecido em Brasília, também é amigo de Sarney e defensor do clã maranhense há tempos. (…) “O Sebastião é meu amigo há muito tempo, mas não atuei nesse caso, não conheço os detalhes do processo nem sabia que ele era o relator”, diz Kakay. Em fevereiro, o advogado organizou uma feijoada na mansão em que mora, em Brasília, que reuniu ministros, senadores e advogados famosos. Sebastião Reis era um dos convidados. Na ocasião, apesar de ainda ser aspirante à vaga no STJ, já era paparicado como “ministro” por alguns convivas. O ministro do Supremo Tribunal Federal José Dias Toffoli também participou da feijoada, que varou a madrugada. Ah, as festas e os quartos de hotel em Brasília…
Relator do caso que resultou no arquivamento do processo que investigou a família Sarney, o ministro Sebastião Reis Júnior foi empossado em junho passado no STJ. Um de seus amigos diletos é o advogado Antônio Carlos de Almeida Castro. Kakay, como o advogado é conhecido em Brasília, também é amigo de Sarney e defensor do clã maranhense há tempos. (…) “O Sebastião é meu amigo há muito tempo, mas não atuei nesse caso, não conheço os detalhes do processo nem sabia que ele era o relator”, diz Kakay. Em fevereiro, o advogado organizou uma feijoada na mansão em que mora, em Brasília, que reuniu ministros, senadores e advogados famosos. Sebastião Reis era um dos convidados. Na ocasião, apesar de ainda ser aspirante à vaga no STJ, já era paparicado como “ministro” por alguns convivas. O ministro do Supremo Tribunal Federal José Dias Toffoli também participou da feijoada, que varou a madrugada. Ah, as festas e os quartos de hotel em Brasília…
No dia 17
passado, um sábado, Toffoli, Kakay e representantes de famosas bancas de
advogados de Brasília voltaram a se encontrar em uma festa, em Araxá,
Minas Gerais, no casamento de um dos filhos do ex-ministro do STF
Sepúlveda Pertence. O aeroporto da cidade não via um movimento assim tão
intenso fazia muito tempo. Os convidados mais famosos chegaram a bordo
de aviões particulares, inclusive o ministro Dias Toffoli. Em nota, ele
explicou que o avião lhe fora cedido pela Universidade Gama Filho, do
Rio de Janeiro, onde dá aulas. Naquele dia, por coincidência, o
ministro, que estava junto de sua companheira, informou que tinha um
compromisso de trabalho no campus que a instituição mantém em Araxá.
Sepúlveda
Pertence é o presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência -
uma espécie de vigilante e fiscal do comportamento das autoridades do
Executivo. Além de Kakay e Toffoli, ele recebeu como convidados o
ex-senador Luiz Estevão (condenado a 31 anos de prisão e que deposita
suas últimas esperanças em se safar da cadeia nos recursos que serão
julgados no STJ e no Supremo) e o empresário Mauro Dutra (processado por
desvio de dinheiro público) - e advogados que defendem ou já defenderam
ambos. Toffoli é relator de um dos processos de Luiz Estevão no Supremo.
Os quartos do hotel mais luxuoso da cidade foram ocupados, portanto,
por juízes, réus e advogados que atuam em processos comuns. A feijoada
de Brasília terminou na madrugada do dia seguinte, com um inofensivo
karaokê. A festa de Araxá também avançou a madrugada, embalada por
música eletrônica. Havia, porém, uma surpresa guardada para o final.”
Era a farta
distribuição de lança-perfume, o que é crime, segundo as leis vigentes
no país, pelas quais boa parte daqueles convivas — exceção feita aos
criminosos, claro! — deveria zelar. Leia a íntegra da reportagem na
revista.
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