Os “Ungidos” do Senhor ou; Onde estão os Verdadeiros Profetas?
Por Giuliano F. Miotto
Um texto bíblico chama muito a atenção pelo seu caráter exortativo
e, ao mesmo tempo, confortante aos que o seguem: “Pois a nossa exortação
não foi com engano, nem com imundícia, nem com fraudulência; mas, como
fomos aprovados de D’us para que o evangelho nos fosse confiado, assim
falamos, não como para agradar a homens, mas a D’us, que prova o nosso
coração. Porque, como bem sabeis, nunca usamos de palavras lisongeiras,
nem houve um pretexto de avareza; Deus é testemunha.” (I Ts 2: 3-5).
Vamos agora fazer uma viagem aos tempos de Davi, antes ainda de o
mesmo ser aclamado rei de Israel, mais precisamente quando fugia de
Saul: “E disse Davi a Abisai: Nenhum dano lhe faças; porque quem
estendeu a mão contra o ungido do Senhor e ficou inocente?”
Mas o que tem a ver o primeiro texto com o segundo? Tudo!
Principalmente quando damos uma boa olhada ao nosso redor e vemos a
miríade de Igrejas e denominações que têm se erguido a cada dia, cada
qual com suas doutrinas, sistemas de evangelismo e abordagens teológicas
da Palavra de D’us. Vivemos em momentos derradeiros no relógio do
Senhor e a cada dia que passa, chegamos mais perto da volta de Cristo,
para julgamento dos vivos e dos mortos.
Ao estudar os métodos utilizados pelas principais seitas cristãs
conhecidas no mundo, vemos que todas elas surgem, ou a partir de
interpretações errôneas das Sagradas Escrituras, ou de supostas
revelações especiais de D’us aos seus fundadores, ou da palavra de
espíritos enganadores. Tanto faz como surgem, o importante é obedecermos
as palavras do Senhor e, munidos da verdadeira sã doutrina, julgarmos
os que estão dentro do Corpo de Cristo (I Co 5:12), pois o julgamento de
D’us é para o mundo e para os pecadores (que me desculpem esta
redundância gritante).
Só que quando tentamos julgar os que estão dentro, com a Espada da
Palavra, esbarramos num sofisticado sofisma introduzido em nossas
Igrejas pelo grande e sagaz, pai da mentira, ou o Inimigo, como preferem
os mais esclarecidos. É o tal do: “Não diga isto irmão, não podemos
tocar no ‘ungido’ do Senhor”.
Agora eu pergunto, quem é o verdadeiro ungido do Senhor? Alguém
poderia contra-argumentar que todo poder e autoridade são constituídos
por D’us ou, ainda, desfilar um monte versos bíblicos acerca de
autoridade e submissão. Seja lá qual for seu argumento, eu novamente
afirmo: Esta estória de “ungido” do Senhor já passou de todos os limites
do razoável. Virou uma espécie de imunidade parlamentar dos falsos
profetas, que é invocada com toda cerimônia quando alguém se propõe a
ser a voz de D’us, em outra palavra profetizar no sentido bíblico desta.
Voltemos à Palavra do Senhor, em Atos 5: 29, e encontraremos Pedro e
os apóstolos respondendo em alto e bom som ao conselho de Gamaliel:
“Mais importa obedecer a Deus do que aos homens.” Ficou claro para você?
A Palavra do Senhor tem que ser entendida em sua totalidade e não em
partes, ou com seus versículos totalmente retirados de seu contexto. Não
podemos pegar esta mesma Palavra e moldá-la segundo os interesses da
platéia e esquecer que precisamos antes obedecer a Deus e a seus
princípios do que aos homens, que são maus, egoístas e cheios de
lascívia.
Assim, podemos voltar a Davi em sua contenda com Saul e,
fortalecidos com todo o entendimento que vem do Espírito Santo,
trazermos à existência seu verdadeiro significado. Mesmo que isto possa
assustar alguns “ungidos” do Senhor de plantão.
Toda a Palavra de D’us é repleta de exortações à obediência aos
homens constituídos pelo Pai como autoridades sobre o povo. E este
princípio é sagrado e muito importante para toda a Igreja. A rebelião
constitui-se em grande pecado e o objetivo deste pequeno artigo, não é
incitar os irmãos a rebelar-se contra seus líderes ou de outras igrejas,
mas sim tentar desmistificar a questão proposta. Entendo que foi pela
rebelião que houve a queda do Homem no Jardim do Éden e que, por ela, o
mundo inteiro tem voltado suas costas para o Único, Soberano, Eterno e
Rei dos Reis, Elohim (D’us todo poderoso). De forma que, não nos é
lícito levantarmos a mão contra a vida daqueles a quem D’us colocou em
uma posição de autoridade dentro ou fora da Igreja. Por certo que Davi,
embora não tenha se levantado contra a vida de Saul, o que fez com bom
entendimento da vontade Soberana do Senhor, por outro lado, não cruzou
os braços em face do sistema contrário ao seu D’us. E é neste ponto que
reside a maior sutileza do sofisma do “ungido” do Senhor. Entenda, nossa
luta não é contra a carne e o sangue (pessoas), mas contra principados e
potestades (sistemas).
Mas o que fazer quando vemos tantas heresias inseridas dentro da
Casa de D’us e a grande quantidade de pessoas que não têm o devido
caráter de Cristo, dirigindo até mesmo grandes congregações? Devemos nos
calar e fingir que tudo vai bem? Sermos hipócritas a ponto de agirmos
como se isto não nos dissesse respeito?
Vou esclarecer melhor este ponto: Nós não podemos nos levantar
contra a vida de um Pastor ou Líder que esteja pregando o evangelho com
engano, imundícia ou fraudulência, mas sim contra todo o sistema de
engano que é formado através desta pregação. Devemos orar e jejuar pela
salvação deste líder mas, como obreiros aprovados e que não temos de que
nos envergonhar, cumpre-nos fazer o mesmo que Jesus fez com relação ao
sistema dos fariseus, que Davi fez com o de Saul, Paulo com os maus
obreiros das Igrejas que fundou etc.
Ora, Paulo em sua segunda epístola a Timóteo conjura ao seu
discípulo para que pregue a palavra, redargua, repreenda e exorte,
sempre com toda longanimidade e doutrina (Capítulo 4, vs. 1 e 2). Diante
disso, não é lícito nos acovardar ante um sofisma bem elaborado pelo
insidioso Ba´alzebu. É inadmissível ficarmos escondidos atrás de um
versículo tirado de seu contexto e levantado como estandarte por todos
aqueles que não querem que as coisas mudem.
Por fim, gostaria de retomar um pedaço do primeiro texto citado
acima: “como fomos aprovados de D’us para que o evangelho nos fosse
confiado, assim falamos, não como para agradar a homens, mas a D’us, que
prova o nosso coração.” Não é dever da Igreja propagar um evangelho
superficial e sem substância. Sei que somos “mais do que vencedores”
entretanto um versículo acima temos, “Por amor de ti somos entregues á
morte todo o dia” (Romanos 8: 36 e 37). Diante de todas estas
colocações, mais uma dúvida surge em meu coração: Onde estarão os
verdadeiros Profetas do Senhor? Por onde andará o lamentoso Jeremias, ou
os realistas Isaías e Ezequiel? Graças te dou meu Senhor, por que suas
Palavras geram vida eterna e porque seus profetas já estão a caminho do
teu Templo e ainda, quando o Senhor adentrá-lo, teu fogo refinador
consumirá tudo o que é palha, madeira e feno.
Retirado do site: do YESHUA CHAI
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