quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

SÉRIE DESVIOS NA IGREJA: Quem são os Ungidos do Senhor?

Os “Ungidos” do Senhor ou; Onde estão os Verdadeiros Profetas?

Por Giuliano F. Miotto


Um texto bíblico chama muito a atenção pelo seu caráter exortativo e, ao mesmo tempo, confortante aos que o seguem: “Pois a nossa exortação não foi com engano, nem com imundícia, nem com fraudulência; mas, como fomos aprovados de D’us para que o evangelho nos fosse confiado, assim falamos, não como para agradar a homens, mas a D’us, que prova o nosso coração. Porque, como bem sabeis, nunca usamos de palavras lisongeiras, nem houve um pretexto de avareza; Deus é testemunha.” (I Ts 2: 3-5).

Vamos agora fazer uma viagem aos tempos de Davi, antes ainda de o mesmo ser aclamado rei de Israel, mais precisamente quando fugia de Saul: “E disse Davi a Abisai: Nenhum dano lhe faças; porque quem estendeu a mão contra o ungido do Senhor e ficou inocente?”
Mas o que tem a ver o primeiro texto com o segundo? Tudo! Principalmente quando damos uma boa olhada ao nosso redor e vemos a miríade de Igrejas e denominações que têm se erguido a cada dia, cada qual com suas doutrinas, sistemas de evangelismo e abordagens teológicas da Palavra de D’us. Vivemos em momentos derradeiros no relógio do Senhor e a cada dia que passa, chegamos mais perto da volta de Cristo, para julgamento dos vivos e dos mortos.
Ao estudar os métodos utilizados pelas principais seitas cristãs conhecidas no mundo, vemos que todas elas surgem, ou a partir de interpretações errôneas das Sagradas Escrituras, ou de supostas revelações especiais de D’us aos seus fundadores, ou da palavra de espíritos enganadores. Tanto faz como surgem, o importante é obedecermos as palavras do Senhor e, munidos da verdadeira sã doutrina, julgarmos os que estão dentro do Corpo de Cristo (I Co 5:12), pois o julgamento de D’us é para o mundo e para os pecadores (que me desculpem esta redundância gritante).
Só que quando tentamos julgar os que estão dentro, com a Espada da Palavra, esbarramos num sofisticado sofisma introduzido em nossas Igrejas pelo grande e sagaz, pai da mentira, ou o Inimigo, como preferem os mais esclarecidos. É o tal do: “Não diga isto irmão, não podemos tocar no ‘ungido’ do Senhor”.
Agora eu pergunto, quem é o verdadeiro ungido do Senhor? Alguém poderia contra-argumentar que todo poder e autoridade são constituídos por D’us ou, ainda, desfilar um monte versos bíblicos acerca de autoridade e submissão. Seja lá qual for seu argumento, eu novamente afirmo: Esta estória de “ungido” do Senhor já passou de todos os limites do razoável. Virou uma espécie de imunidade parlamentar dos falsos profetas, que é invocada com toda cerimônia quando alguém se propõe a ser a voz de D’us, em outra palavra profetizar no sentido bíblico desta.
Voltemos à Palavra do Senhor, em Atos 5: 29, e encontraremos Pedro e os apóstolos respondendo em alto e bom som ao conselho de Gamaliel: “Mais importa obedecer a Deus do que aos homens.” Ficou claro para você? A Palavra do Senhor tem que ser entendida em sua totalidade e não em partes, ou com seus versículos totalmente retirados de seu contexto. Não podemos pegar esta mesma Palavra e moldá-la segundo os interesses da platéia e esquecer que precisamos antes obedecer a Deus e a seus princípios do que aos homens, que são maus, egoístas e cheios de lascívia.
Assim, podemos voltar a Davi em sua contenda com Saul e, fortalecidos com todo o entendimento que vem do Espírito Santo, trazermos à existência seu verdadeiro significado. Mesmo que isto possa assustar alguns “ungidos” do Senhor de plantão.
Toda a Palavra de D’us é repleta de exortações à obediência aos homens constituídos pelo Pai como autoridades sobre o povo. E este princípio é sagrado e muito importante para toda a Igreja. A rebelião constitui-se em grande pecado e o objetivo deste pequeno artigo, não é incitar os irmãos a rebelar-se contra seus líderes ou de outras igrejas, mas sim tentar desmistificar a questão proposta. Entendo que foi pela rebelião que houve a queda do Homem no Jardim do Éden e que, por ela, o mundo inteiro tem voltado suas costas para o Único, Soberano, Eterno e Rei dos Reis, Elohim (D’us todo poderoso). De forma que, não nos é lícito levantarmos a mão contra a vida daqueles a quem D’us colocou em uma posição de autoridade dentro ou fora da Igreja. Por certo que Davi, embora não tenha se levantado contra a vida de Saul, o que fez com bom entendimento da vontade Soberana do Senhor, por outro lado, não cruzou os braços em face do sistema contrário ao seu D’us. E é neste ponto que reside a maior sutileza do sofisma do “ungido” do Senhor. Entenda, nossa luta não é contra a carne e o sangue (pessoas), mas contra principados e potestades (sistemas).
Mas o que fazer quando vemos tantas heresias inseridas dentro da Casa de D’us e a grande quantidade de pessoas que não têm o devido caráter de Cristo, dirigindo até mesmo grandes congregações? Devemos nos calar e fingir que tudo vai bem? Sermos hipócritas a ponto de agirmos como se isto não nos dissesse respeito?
Vou esclarecer melhor este ponto: Nós não podemos nos levantar contra a vida de um Pastor ou Líder que esteja pregando o evangelho com engano, imundícia ou fraudulência, mas sim contra todo o sistema de engano que é formado através desta pregação. Devemos orar e jejuar pela salvação deste líder mas, como obreiros aprovados e que não temos de que nos envergonhar, cumpre-nos fazer o mesmo que Jesus fez com relação ao sistema dos fariseus, que Davi fez com o de Saul, Paulo com os maus obreiros das Igrejas que fundou etc.
Ora, Paulo em sua segunda epístola a Timóteo conjura ao seu discípulo para que pregue a palavra, redargua, repreenda e exorte, sempre com toda longanimidade e doutrina (Capítulo 4, vs. 1 e 2). Diante disso, não é lícito nos acovardar ante um sofisma bem elaborado pelo insidioso Ba´alzebu. É inadmissível ficarmos escondidos atrás de um versículo tirado de seu contexto e levantado como estandarte por todos aqueles que não querem que as coisas mudem.
Por fim, gostaria de retomar um pedaço do primeiro texto citado acima: “como fomos aprovados de D’us para que o evangelho nos fosse confiado, assim falamos, não como para agradar a homens, mas a D’us, que prova o nosso coração.” Não é dever da Igreja propagar um evangelho superficial e sem substância. Sei que somos “mais do que vencedores” entretanto um versículo acima temos, “Por amor de ti somos entregues á morte todo o dia” (Romanos 8: 36 e 37). Diante de todas estas colocações, mais uma dúvida surge em meu coração: Onde estarão os verdadeiros Profetas do Senhor? Por onde andará o lamentoso Jeremias, ou os realistas Isaías e Ezequiel? Graças te dou meu Senhor, por que suas Palavras geram vida eterna e porque seus profetas já estão a caminho do teu Templo e ainda, quando o Senhor adentrá-lo, teu fogo refinador consumirá tudo o que é palha, madeira e feno.



Retirado do site: do YESHUA CHAI

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