sábado, 21 de maio de 2011

Judaísmo

Assunto: Judaísmo EM 1858 CHEGOU AO BRASIL UM CASAL DE JUDEUS COM SETE FILHOS, NO DECORRE DESTE TEMPO FORAM SE CASANDO. MEU MARIDO FAZ PARTE DESTA FAMILIA QUAL PODERIA SER SEU VINCULO COM O POVO JUDEU?
(DVG - Belo Horizonte - MG)
Resposta:


Shalom Denise


Vou responder a sua pergunta com uma história:


A Polônia do final do século 18 e início do 19 era pontilhada de pequenas aldeias, onde viviam famílias judaicas perdidas em meio a população geral. Numa delas a paisagem era dominada pela silhueta majestosa do castelo do Puritz, uma espécie de senhor feudal, a quem todos deviam obediência e reverencia.

Nesta aldeia vivia uma família de judeus, casal e um filho pequeno, cujo comportamento ético e dedicação ao trabalho despertavam e justificavam o respeito que o restante da população tinha por ela. O próprio Puritz dizia que esta família era um exemplo, no qual todos deviam se mirar.
Pouco depois de completar dois anos, o menino ficou órfão, um acidente matou seus pais. Cheio de compaixão e convencido de que o menino teria as mesmas virtudes dos pais, o Puritz, que não tinha filhos, adotou-o, criando como se fosse verdadeiramente seu.
Dez anos depois, o meninio irritou tanto os colegas da escola ao vencer um jogo que eles que eles não conseguiram se conter e gritaram com todas as letras:
-- Não importa que você ganhe ou perca, pois continuará apenas um judeu. E nós não gostamos de judeus.
De volta ao castelo, o menino procurou o pai adotivo, a quem contou o que havia acontecido, e sem conseguir disfarçar a indignação, perguntou por que o haviam chamado de judeu.
-- De fato, já há algum tempo tenho algo para lhe contar. Antes de mais nada, é preciso ficar claro que te amo tanto quanto se pode amar um filho natural, mas eu te adotei quando tinha apenas dois anos, porque teus pais morreram em um acidente. Eles eram judeus. Não gosto muito deste povo. No entanto, eles eram honrados, trabalhadores, dignos e eu os respeitava. Curioso, surpreso e com os olhos arregalados, o garoto ouvia a história sendo contada com muitos detalhes na biblioteca do castelo.
-- Você não tem do que se envergonhar, e continuará a ser meu filho amado e herdeiro, independente do que os outros digam ou pensem. Quando te adotei, recolhi na casa onde você morou, uma pequena caixa que não ousei abrir, mas suponho conter coisas de seus pais.
O pai levantou-se, e foi a te um grande armário de onde retirou a caixa e removeu o pó que a cobria. Ambos estavam curiosos para conhecer o seu conteúdo: um livro escrito com caracteres que não conhecia, portanto incompreensíveis, e um manto branco com listas azuis e franjas nas extremidades.
Nos dias seguintes o garoto abriu a caixa muitas vezes tentando compreender o mistério das mensagens que aqueles objetos poderiam transmitir. Até que convencido de que poderia existir uma ligação entre aqueles objetos e o tais judeus, se tomou de coragem e decisão para descobrir quem eram, afinal, aqueles judeus de quem ninguém gostava. Procurou o Puritz ma o pai havia ido caçar. Quando retornou dias depois, um dos criados lhe entregou uma mensagem: “Meu pai, saí em busca dos judeus para saber quem são eles”.
Enfiou num saco algumas roupas e a pequena caixa, única lembrança de seus verdadeiros pais. Desceu a colina e chegou no centro da aldeia e perguntou “Onde estão os judeus”.
-- Os judeus deixaram temporariamente nossa aldeia e foram para outra, maior, a dois dias de caminhada daqui, onde têm a sua igreja pra comemorar um feriado religioso. O caminho é por qui. Vá perguntando e você chega lá.
A pé, ou aproveitando o espaço nas carroças, o menino chegou na aldeia ao anoitecer e logo quis saber “onde estão os judeus”.
-- Estão ali, na igreja deles que chamam de sinagoga, pois hoje é dia santo – respondeu um aldeão apontando para uma pequena rua.
Os judeus celebravam o Col Nidreh, oração que inicia o dia do perdão. Medindo passos e gestos, o menino entrou na sinagoga e notou que os homens estavam vestidos com mantos iguais ao que havia encontrado na caixa e liam livros escritos com os mesmos caracteres. Estranhos e deconhecidos do livro deixado por seu pai. Além disso, cantavam uma musica que tocava o seu coração e penetrava sua mente de tal forma que não sabia se ria ou se chorava, ou os dois ao mesmo tempo. Mas tinha vontade de se juntar ao grupo de que, embora desconhecido, lhe transmitia a sensação de ser familiar e parte de si.
De repente, a prece foi interrompida por um grito infantil. Todos se voltaram para a porta da sinagoga, ondeo garoto soluçava e gritava:

-- D-us Meu! Não entendo as tuas letras, não conheço Tua língua e não sei cantar Tuas melodias. Mas receba-me, pois sou apenas um menino judeu, voltando pra casa.



Os filhos de Israel estão espalhados pelo mundo. Mas tantos quantos se achegarem ao Eterno, para guardar os seus preceitos e professar os Seus decretos, Ele os receberá. Pois a Sua Casa será chamada: “Casa de Oração para Todos os Povos”.



Estamos de luzes acesas esperando por você.



Shalom Aleich (Paz seja contigo)


Atenciosamente


Ezrah Bem Levi

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