quinta-feira, 3 de março de 2011

Só Observando.

Um Rabino de certa sinagoga decidiu observar as pessoas que entravam para rezar ou orar. A porta se abriu e um homem de camisa esfarrapada adentrou pelo corredor central.
O homem inclinou seu corpo e sua a cabeça fez suas preces, levantou-se e foi embora. Nos dias seguintes, sempre ao meio-dia, a mesma cena se repetia.
A curiosidade do Rabino crescia e também o receio de que fosse uma pessoa de caminho ruim, então decidiu aproximar-se e perguntar o que fazia ali. O velho homem disse que trabalhava numa fábrica, num outro bairro da cidade e que se chamava Yossef benAvraham.


Disse que o almoço havia sido há meia hora atrás e que reservava o tempo restante para rezar, que ficava apenas alguns momentos porque a fábrica era longe dali.

E disse a oração que fazia:

'Vim aqui novamente, HaShem, só pra lhe dizer quão feliz eu tenho sido desde que nos tornamos amigos e que sua ajuda está me tornando um tsadik nos caminhos da Tua Santa Toráh. Não sei bem como devo rezar, mas eu penso em você todos os dias. Assim, HaShem, hoje estou aqui, só observando.'


O Rabino, um tanto aturdido, disse que ele seria sempre bem-vindo e que viesse à sinagoga sempre que desejasse.

'É hora de ir' - disse Yossef sorrindo.
Agradeceu e dirigiu-se apressadamente para a porta.


As pessoas que rezavam naquela hora observaram o homem e começaram a rezar como nunca haviam feito antes. Tiveram então, um lindo encontro com a shechináh. Enquanto lágrimas escorriam nos seus rostos, alguns repetiram a mesma oração de Yossef.


'Vim aqui novamente, HaShem, só pra lhe dizer quão feliz eu tenho sido desde que nos tornamos amigos e que sua ajuda está me ajudando ser um tsadik nos caminhos da Tua Santa Toráh. Não sei bem como devo rezar, mas eu penso em você todos os dias. Assim, HaShem, hoje estou aqui, só observando.'


Certo dia, o Rabino notou que Yossef não havia aparecido. Percebendo que sua ausência se estendeu pelos dias seguintes, começou a ficar preocupado. Foi à fábrica perguntar por ele e descobriu que estava enfermo.
Durante a semana em que Yossef esteve no hospital, a rotina da enfermaria mudou. Sua alegria era contagiante.


A chefe das enfermeiras, contudo, não pôde entender porque um homem tão simpático como Yossef não recebia flores, telefonemas, cartões de amigos, parentes... Nada!
Ao encontrá-lo, o Rabino colocou-se ao lado de sua cama. Foi quando Yossef ouviu o comentário da enfermeira:

‘Nenhum amigo veio pra mostrar que se importa com ele. Ele não deve ter ninguém com quem contar!’
Parecendo surpreso, Yossef virou-se para o Rabino e disse com um largo sorriso:

‘A enfermeira está enganada, ela não sabe, mas desde que estou aqui, sempre ao meio-dia ELE VEM! Um querido amigo meu, que se senta bem junto a mim, Ele segura minha mão, inclina-se em minha direção e diz:’


'Eu vim só pra lhe dizer quão feliz eu sou desde que nos tornamos amigos. Gosto de ouvir suas preces e penso em você todos os dias. Agora sou eu quem o está observando... e cuidando!'


Shalom Aleichem!!!

Nenhum comentário:

Postar um comentário