quarta-feira, 2 de março de 2011

UMA TEORIA ACERCA DA IDADE DA TERRA E DO UNIVERSO PROPOSTA HÁ 700 ANOS POR UM SÁBIO CABALISTA

Sete ciclos Sabáticos e as raças anteriores a Adam*

Alguns leitores se surpreenderão ao saber que 700 anos atrás um grande Cabalista fez uma nova interpretação da idade da terra e do universo que coincide quase que exatamente com os cálculos atuais relacionados com a teoria do Big Bang.

O Rabino Yitzchak de Aco tinha um caráter algo controverso; por exemplo, ele não aprovava muito o uso extensivo que alguns dos seus colegas faziam dos Nomes Divinos nas suas práticas de meditação. Além disso, como viveu na época da publicação do Zohar, foi uma das primeiras personalidades da sua época a investigar e verificar sua autenticidade. No presente contexto, entretanto, é a obra do Rabino Yitzchak intitulada Otzar haChaim, o Tesouro da Vida, que tem maior interesse para nós.

Nesta obra o Rabino Yitzchak apresenta um argumento muito profundo em relação ao conceito de ciclos sabáticos que contradiz a popular interpretação fundamentalista (NT: no sentido de ser estrita e literalmente de acordo com a Torá) de que o mundo foi criado nos seis dias da criação e de que a idade da terra seria de seis mil anos.

Referindo-se a um antigo trabalho cabalístico, o Sefer Temuná, obra do Rabino Nehunya Ben haKaná, do século I, o rabino Yitzchak estabeleceu uma cronologia usando como base para seus cálculos o “ano divino”, tal como aparece no Salmo 90:4 (em que um ‘dia divino’ é igual a 1000 anos da terra, logo um ‘ano divino’ é igual a 365.250 anos-terra). O Talmud declara que o mundo existirá por 7.000 anos sabáticos, ou ciclos de Shemitá, e que cada um deles será diferente do seu antecessor. Além disso, ele ficará devastado durante mil anos em cada ciclo de 7.000 anos. O Rabino Yitzchak concluiu que, como existem sete ciclos sabáticos no jubileu, o mundo existirá por 49.000 anos e portanto as civilizações humanas também crescerão e cairão sete vezes durante este período.

O Rabino Moshe Ben-Yehudá, um cabalista moderno que mora em Jerusalém, resume isto de forma sucinta: “cada vez que se completa um dos sucessivos ciclos de 6.000 anos, toda a criação é elevada a um nível acima do anterior (numa escala sem fim) no seu processo de Tikun (Retificação), Birur (Purificação) e Aliyá (Elevação). Isto ocorre de maneira tal que cada nível em particular é elevado para a posição logo acima da que estava”.

Há uma discussão em torno do ciclo que estamos passando agora – algumas fontes cabalísticas dizem que é o segundo ciclo, enquanto outras acreditam que estamos já no sétimo ciclo, o último. O Rabino Yitzchak fez seus cálculos há 700 anos, baseado na noção de que já estamos no sétimo ciclo e de que Adão deve ter nascido quando a terra tinha 42.000 anos de idade. Entretanto, escreve ele mais adiante, e de acordo com o Sefer haTemuná, os primeiros 42.000 anos antes da criação da presente raça humana, a nossa, devem ser tomados como anos divinos, isto é, de 365.250 anos-terra. Pode-se calcular então que quando Adão nasceu o universo teria 42.000 x 365.250 anos de idade, o que equivale a 15.340.500.000 anos, uma cifra assombrosamente próxima dos 15 bilhões de anos que os estudiosos em cosmologia atuais acreditam terem transcorrido desde que aconteceu o Big Bang! Além do mais, os ‘anos divinos’ são contados somente antes da criação de Adão; a partir do seu nascimento contam-se os anos ‘humanos’ regulares.

Será que o autor do Sefer haTemuná (e o Rabino Yitzchak) possuiu(ram) algum conhecimento de um arcano cosmológico que se perdeu no tempo? Ao mesmo tempo fica claro por todo o exposto acima que os ensinamentos completos da tradição da Torá não contradizem de modo algum os achados da ciência moderna, incluindo a presença na terra de achados paleontológicos, de ossos de dinossauros e de outros objetos semelhantes que podem ter sido produzidos provavelmente durante um dos ciclos das épocas anteriores.

Outrossim, este ponto de vista enormemente estendido – que nos leva muito além dos enfoques normais dos fundamentos da religião - abre um caminho para outro tema de difícil interpretação: as evidências de civilizações passadas que abundam ao redor do nosso verdadeiramente antigo planeta, especialmente no Oriente Médio e na América do Sul. Nem tudo que restou deve necessariamente ser considerado como tendo sido construído durante este nosso sétimo ciclo anual. Muitas ruínas antigas e objetos encontrados podem ter tido origem em culturas há muito perdidas, durante outros períodos da existência, e sobre as quais pouco ou nada sabemos hoje. Uma mente mais aberta pode permitir uma aceitação mais fácil do que parecem (através das fotografias da NASA) ser evidências de um tipo de atividade de construção anterior situadas no planeta Marte, na Lua, e pelos últimos relatórios, inclusive nas luas de Júpiter.

O conceito da existência de civilizações anteriores a Adão foi bem aceito pelos sábios das épocas anteriores. Também em favor da noção de civilizações perdidas lemos nos Salmos (105:8) as seguintes palavras: “Ele lembrou Seu pacto para sempre – com a Palavra ordenou por milhares de gerações...” O Talmud revela que este verso se refere ao fato da Lei de D’us, a Torá, ter sido dada a Moshé e a todos os hebreus no Monte Sinai depois de transcorridas mil gerações humanas. Como Moshé pertenceu à 26a geração após o primeiro progenitor da raça humana, isto nos fala de 974 gerações antes de Adão.

Existe uma passagem bíblica notável que pode aportar novas evidências da existência de raças anteriores a Adão. Em Gênese 36:31-39 constam os nomes de reis que “... reinaram na terra de Edom antes de um Rei reinar sobre os Filhos de Israel”. Como o próprio Adão é considerado o primeiro ‘Rei de Israel’, a explicação cabalística oculta desta lista se relaciona com os sete ciclos de mil anos do mundo prévio e o oitavo rei mencionado representa nosso mundo corrente – ele é o único dos oito que não morreu, e inclusive se cita o nome da sua mulher. Na literatura cabalística a citação ‘reis Edomitas que antecederam Adão’ é conhecida como Olam HaTohu, literalmente “mundo de vazio”, ao qual se faz referência no começo da bíblia, em Gênese 1:2: “...quando a terra estava vazia...” (a palavra ‘caos’ também foi tomada como tradução direta de Tohu). A noção deste ‘mundo vazio’ coincide nitidamente com o cenário da Shemitá, que postula um período de mil anos de desolação no final de cada ciclo Sabático.

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